CAP. 20

1K 92 27
                                    

Encontrava - me deitado quando me movi para o lado e percebi que Samanta não estava na cama. Franzi o cenho estranhando isso, pois desde quando começamos a morar juntos, isso nunca havia acontecido. Procurei me sentar e respirei fundo, tentando me livrar daquela preocupação terrível que chegou a me tirar dos eixos há alguns anos. Jogando o edredon que estava em cima do meu corpo para longe, movi minhas pernas para o lado, assim me levantando, mesmo descalço, a fim de encontrar minha antiga ninfeta em algum lugar da casa.
Observei um pouco a porta do banheiro para saber se ela estava por lá, mas não. Saí do quarto e em passos lentos, caminhei imaginando encontrá-la na cozinha preparando alguma coisa para comer. Nem ousaria em dizer que já estava um pouquinho mais gordinha e pra falar a verdade, estava adorando. Estava cada vez mais gostosa e isso me dava mais tesão ainda.
Desci as escadas devagar e notei a luz da cozinha iluminando um pouco a sala. Bingo! Essa gastróloga provavelmente inventava alguma coisa.
Quis fazer uma surpresa, indo devagar para talvez dá - lhe um susto. Sei que iria ficar puta, mas preferia perder a amizade. Na ponta dos pés e com ar arteiro, me sentindo um menino, cheguei na porta da cozinha e pulei gritando seu nome super animado, quando meu olhos visualizaram a pior cena da minha vida.
Samanta estava deitada sobre o balcão de centro e suas vísceras estavam para fora, com uma pessoa por cima dela, rasgando e comendo seu corpo como um animal faminto. Não soube o que fazer. O pior que parecia que Samanta me olhava, os olhos arregalados, cheio de lágrimas como se me pedisse socorro, seu cabelo enorme caindo pelo chão, o sangue escorrendo pelo seu braço estendido e pingando pela ponta do dedo.
Quis gritar, o desespero me assolou por inteiro e meu corpo estremeceu de terror. Meu amor estava morta!
A vontade que tive foi de pular sobre aquela criatura infeliz que ousava alimentar-se dela. Era demoníaco! Porém, não consegui me mover. Então, quando da minha boca finalmente saiu o som grave de desespero, a criatura se virou para mim rapidamente e me encarou. Me encarou e...

Samanta me balançou os ombros e quando abri os olhos, parecia tão desperada quanto eu. Meu Deus, não passou de um pesadelo?

- Rodrigo, acorde! Estou aqui, estou aqui!

Graças a Deus que estava. Nem consegui evitar o choro. A agarrei em meus braços enquanto me abraçava e quis ficar daquele jeito até meu coração desacelerar. Ela dizia fraquinho que era pra me acalmar. Sua voz era doce, porém firme.
Mais calmo, desejei olhar para seu rosto como se quisesse ter certeza se estava tudo bem. Ela me fitava preocupada e eu quis explicar:

- Tive um pesadelo terrível contigo! Foi o pior da minha vida.

- Calma, amor. Estou aqui e está tudo bem.

E sim, aquilo me confortava. A abracei com força e voltamos a nos deitar, mas quem disse que dormi? Virei a noite pensando o porquê de ter sonhado aquilo. Já fazia tempo que não tinha esses pesadelos mirabolantes. Mesmo sendo um pouco cético, sentia que aquilo poderia ser algum aviso, ou sei lá. Mas não conseguia vê o rosto da pessoa que fazia o mal à Samanta. Sei que a pessoa do demônio me encarou no final, mas não conseguia lembrar a fisionomia, nem nada.
De manhã cedo, o sol já iluminando nosso quarto, vi Samanta despertar e ao notar que estava acordado, sorriu e veio até mim, beijando - me o rosto com meiguice.

- Dormiu, meu bem?

- Não! Nada!

Ela ficou séria e passou a mão no meu rosto, voltando a apoiar a cabeça no travesseiro.

- Você deu um grito terrível. Acordei desesperada.

- Imagina como fiquei com esse pesadelo desgraçado... - completei, lembrando de alguns fleches que insistiam em me assolar.

- E como foi?

- Era você morta. - curto e grosso, mais ainda porque não estava com vontade de descrever detalhes, apesar de saber que mulheres gostam disso.
Ela deu de ombros e fez menção de se levantar. Percebendo, a puxei de volta para cama pelo braço. Ela gargalhou com o movimento.
- Amor, preciso levantar e arrumar nosso filho para a escola.

- Só mais alguns minutos, prometo.

- Mas ele vai se atrasar.

- Vai não. O levarei hoje.

Então se aproximou e nos beijamos gostoso, nosso corpos se estreitando cada vez mais debaixo das cobertas. Então senti uma vontade absurda de sentir seu gostinho assim logo cedo, tirando sua roupa de baixo devagar, enquanto ela tentava colocar de volta. Ri e voltei a encará-la:

- Deixa!

- Não, amor. Agora não.

Mas teimei, me abaixando e puxando de uma vez seu short e abrindo suas pernas rapidamente, fazendo - a gargalhar. Meti minha boca na sua boceta e comecei a passar a língua freneticamente no seu clitóris, ouvindo seus sorrisos sendo substituídos por gemidos. Mantive - me daquele jeito até começar a se contorcer sobre a cama e então, suas pernas tremerem com o alcance do gozo.
Pensando que iria deixar mais pra depois, pediu assim que viu me erguer - se para vê - la.

- Enfia esse pau gostoso em mim, enfia?

Sua carinha pidona era irresistível. Daquele mesmo jeito que estava, só abaixei minha cueca e taquei minha vara naquela delícia molhada, fudendo com força do jeito que gostava. Quando percebi que já ia gozar, tirei meu pau de dentro e deixei minha porra jorrar sobre sua barriga, chegando ir até o rosto. Ela riu safada e lambeu um pouco do que alcançou sua boca.
Não tinha como não amá-la.

Mais tarde, peguei a mochila de Ruy sobre o sofá e ela veio até mim, nos levando até o lado de fora para despedir - se.

- Hoje o papai vai te levar, filho. - se abaixou um pouco para beijar - lhe o rosto e arrumar o cabelo. - Cuide - se e tenha uma boa aula.

Ruy retribuiu o carinho com um abraço rápido no seu pescoço e correu para dentro do carro. Depois veio até mim e deu um selinho.

- Até mais tarde, amor. Cuidado!

- Até, minha ninfeta! Te amo!

Eu também! - respondeu um pouco alto enquanto já me aproximava do automóvel.

- Vamos lá, filhão?

- Vamos, pai!

Sorri, quase que bagunçado seu cabelo, mas lembrei que isso o chateava. Era tão vaidoso quando eu. Com isso, estava tirando o carro do espaço da garagem quando ouví Samanta gritando, me fazendo freiar bruscamente. Rapidamente a procurei na varanda e lá estava, apontando para a rua. Olhei pelo retrovisor e percebi que alguém estava atrás do carro. Nossa, quase atropelei essa pessoa? Saí do veículo preocupado para saber se estava tudo bem quando percebi que era Pedro com seu skate. Juro que não o tinha visto, Deus do céu!

- Mano, como tu surgiu assim atráz do carro?

Ele sorriu pra mim, pegando o skate na mão :

- Foi mau aí, velho! Segue lá!

Ri também e voltei pro carro, então o tirando e enfim, direcionando para fora do condomínio. De relaxe, novamente olhei pelo retrovisor e vi Pedro parado no meio da rua se distanciando. Que estranho! Já fazia um bom tempo que não nos falavamos, no mais,  era gente boa...
Segui até escola de Ruy e o deixei na porta, dando velhas recomendações clichês que todo pai faz e confesso que estou acostumado. Então, já estava seguindo para a empresa quando de repente, lembrei - me do pesadelo, da figura da Samanta morta sendo devorada por alguém que nem nos filmes de zumbi. Que terrível! Não queria mais sonhar com aquilo...
Quando então, como em um passe de mágica, meu cérebro estrondou de uma forma inusitada. Consegui lembrar da cara do bicho que comia as vísceras da minha mulher. Primeiro foi um sentimento de satisfação por ter lembrado, mas depois veii um desespero enorme que me inundou.
Santo Cristo, o ser demoníaco que devorava a Samanta era o Pedro e pra minha desgraça, ele ficou na porta da minha casa quando saí.
Por Deus, meu Deus! O que está acontecendo?

***

Olá, pessoal. Mais um capítulo. Beijo para vocês.

PROIBIDO ESQUECEROnde histórias criam vida. Descubra agora