Samanta preparava algo para o jantar enquanto nosso filho distraia - se com o vídeo game que lhe comprei há alguns dias. Eu tinha acabado de jogar uma partida de um jogo de futebol, quando desisti após inúmeras derrotas. Não se é bom em tudo! Agora me encontro sentado na cadeira da varanda, relembrando os momentos em que estive doente da perna. Foram dias maus. No mais, se comparar com agora, é tudo completamente diferente. Inacreditável como nossa vida pode mudar com apenas um detalhe. Na verdade, dois detalhes. Me sinto bem e isso é bom. Parece até que toda minha ansiedade caiu pelo ralo. Há situações que fico meio aflito, mas nada como era antes. É como se tivesse encontrado a cura e talvez, tenha sido isso mesmo.
Já estamos todos juntos há 2 meses e apesar de ser algo errado para a realidade cultural atual, eu vivo com a filha do meu irmão como minha esposa e meu próprio irmão é meu sogro, avô e tio do meu filho, sendo que meu próprio filho é meu sobrinho - neto. Santo Cristo! Juro por Deus que queria que Samanta não fosse minha sobrinha. Talvez só teria sido mais fácil não me apaixonar por ela, mas sou louco por essa mulher. Queria ter evitado tudo isso, mas não deu pra mandar no coração. Não deu mesmo... Porém, apesar de toda essa loucura, está tudo bem.
Evito tratar minha esposa como esposa na frente do meu irmão. Isso tem ajudado.
Além disso, temos passado bastante tempo juntos. Sempre levo todo mundo lá em casa pra ter uma comunhão em família e assim, fazer com que Samanta se lembre o quanto é amada, sem esquecer de apresentar o mesmo pro nosso garoto.
Falando nele, apareceu agora pouco aqui na varanda e sentou-se ao meu lado, em outra cadeira, também olhando para o jardim de fora.
O observei um pouco e não imaginava que ficaria mais encantado por ele depois do convívio real. Como ele é um rapaz, tento ao máximo tratá-lo como quer ser tratado, apesar de ainda ter medo do escuro.
Bom, não o julgo, afinal, isso não é um problema somente de crianças. Mesmo adulto, mantive muitos medos. O que posso fazer é ajudá-lo.
- Já ganhou quantas partidas?
- Milhares! - respondeu depressa e virando a cabeça pra mim rapidamente, logo voltando sua atenção para onde estava.
Ergui uma sobrancelha e notei um arzinho prepotente naquele moleque. Bom, não posso negar que além da aparência, charme e tudo mais, puxou ao meu bom-humor egocêntrico.- Então está bem, bonzão! Vou treinar para ganhar uma partida de você.
Ele riu com um certo desdém.
- Para com isso, pai. Tu sabes que sou melhor. Aceite que doerá menos.
Não consegui deixar de gargalhar. Achava um máximo seu leve sotaque português de Portugal, misturado com o nosso. Resolvi continuar com o diálogo :
- Então, está gostando de ter voltado para o Brasil?
- Sim, sem comparações! - disse com certeza na voz, me deixando feliz.
- Por que?
- Está com vocês é muito bom.
Sorri de satisfação, vendo-o se retirar dalí, me deixando sozinho novamente. Respirei fundo, voltando a olhar pra fora e logo, a mãe do meu garoto apareceu, encostando - se na porta de entrada, me observando.
- No que está pensando?
- Em muitas coisas. Mas principalmente em você, no nosso filho. - ergui minha mão para ela e ela a tocou, vindo aproximando-se. Ofereci minhas pernas para que sentasse, mas recusou :
- Melhor não. Sua perna deve está sensível após a fratura.- Não, amor. Ela não quebra mais, fique tranquila.
Mesmo assim, evitou e sentou - se ao meu lado. Ouvíamos o vídeo game ecoar no cômodo ao lado.
- Esse menino não vai mais soltar esses jogos.
Ri, lembrando dela dizendo que não era pra comprar :
- Calma, só por agora. Depois colocamos um limite.
Olhou pra mim com reprovação, contorcendo o canto da boca:
- Do jeito que ele é, difícil vai ser impor um limite.
- Puxou pra sua teimosia, não é mesmo? - provoquei, enquanto ela gargalhava com deboche, passando as mãos nos seus longos cabelos loiros.
- Só eu, né?
Depois disso, ficamos em silêncio por um momento, até que ela quebrou o gelo de uma forma bem brusca :
- Você tem notícias da Silvia?
Franzi o cenho. Juro que nem me lembrava dessa criatura.
- Não. Deve está presa, passando por tratamento psiquiátrico.
Ela respirou com um alívio. Até que lembrei :
- Tem falado com o filho dela?
- Sim, falo sim.
Um ciúme queimou minha face, mas preciso lidar com isso.
- Papai até falou que vai realizar um jantar pra nós reunirmos.
- Hum, que bom!
Ela gargalhou, batendo no meu ombro :
- Está com ciúmes, baby?
- Claro!
Se levantou e parando na minha frente, pegou minha mão e a pôs debaixo da sua camiseta folgada, até me surpreendendo. Alcancei seu seio e o toquei com ânimo , notando sua cara safada me encarando, mordendo o cabo do lábio inferior :
- Para de ser bobo. Serei sempre só sua.
Não resistindo, a puxei pra baixo e acabou sentando - se no meu colo. Em um ato quase que impulsivo, nos beijamos fervorosamente, já sentindo nossos corpos ansiando por um contato mais íntimo. Deliciosa!
A desejo mais que tudo.O QUE O RODRIGO NÃO VÊ :
Mais adiante, alguém observava aquele casal, sentindo em seu interior um ódio pulsante. A vontade que tinha era de atacar, fazer o mal, separá-los o quanto antes, mas precisava agir com cautela, afinal, o propósito era fazê-los sofrer, mais ainda. O que já haviam passado não era o suficiente...***
Meu Deus, depois de tanto tempo. Meus queridos, infelizmente vai ser assim, mas jamais deixarei esse livro inacabado. Tenham paciência que ele será concluído. De pouquinho, mas sim. Um forte abraço e muitíssimo obrigada.

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PROIBIDO ESQUECER
RomanceCom grande beleza, carisma e sensualidade, Rodrigo tinha todas as mulheres aos seus pés e com certeza, se aproveitava disso, afinal, o sexo feminino sempre foi o seu ponto fraco. No mais, não esperava que o destino lhe pregasse uma peça. Por conta...