CAP. 22

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Sentei na cadeira que ganhei do pessoal do serviço quando ainda estava doente e fiquei pensando. Sabe quando vem umas loucuras na sua cabeça e você fecha os olhos, forçando a lembrar de outra coisa para afastar certos pensamentos? Me encontrava dessa forma. Já era 3 horas da manhã e não conseguia pegar no sono, recordando daquela cena de vê alguém na minha casa vendo minha intimidade. Como já mencionei, nem ligaria se fosse eu, mas Samanta estava junto e me perturba imaginar que alguém a viu nua e não pude fazer nada. 

Assim que vi as câmeras, corri até a casa do Pedro, mesmo ouvindo Samanta pedindo pra não fazer isso, mas estava tão cego de ódio que não conseguia racionar. Completamente altivo, gritei para ela parar de me encher o ouvido com justificativas baratas "Não vá, você pode ser preso! Por favor, ele é só um adolescente!", fazendo-a largar meu braço na porta de casa. Fui até onde esse fdp mora e bati na porta com uma força a ponto de derrubar. Quem abriu foi Diana, uma mulher loura, olhos azuis e bochechas avermelhadas que após tragar seu cigarro, me olhou dos pés a cabeça e apoiou-se no batente da porta:

- Olha só, o senhor Rodrigo Dornelles. Que ventos lhe trazem aqui?

Como já é sabido, sim, comi a mãe do Pedro e só não comeria novamente  porque não sou mais carente e tenho, finalmente, minha esposa comigo. Respirei fundo, tentando manter a calma, recordando das palavras de Samanta. Melhor ser cortês, afinal, realmente tratava-se de um adolescente e sua mãe não era culpada disso, de certa forma:

- Oi, Diana! Espero que esteja bem. Cadê o Pedro?

- O que têm meu filho? - retrucou com uma paciência invejável, cruzando os braços e esquecendo o cigarro entre os dedos roliços de unhas vermelhas:

- Queria falar com ele. Papo de homem!

Ela apertou os olhos em sinal de desconfiança e ao mesmo tempo que gritava o filho para descer, realizou um movimento como que mandando eu entrar e a obedeci. 

Pedro desceu as escadas como quem não quer nada e sorriu. Acho que estava debochando de mim. Segurei pra não largar um soco na cara dele quando se aproximou erguendo a mão pra me cumprimentar. Não retribuí a saudação e fui direto:

- Não quero mais que você entre na minha casa para vê a minha intimidade com minha esposa. 

Diana, que estava sentada no sofá da sala, levantou-se imediatamente ao ouvir aquilo, enquanto o cara ergueu uma sobrancelha, como se não soubesse de nada, o que me deixou mais irritado.

-Espera aí! Conta essa história direito, Rodrigo!

Tornei-me para Diana, que já estava perto da gente novamente:

- Seu filho entrou na minha casa e me viu em um momento íntimo com minha esposa.

- Como assim, Pedro? Isso é verdade? - praticamente gritou e para minha surpresa, Pedro olhou em meus olhos e externou:

- Você entrou na minha casa, sem meu consentimento e comeu minha mãe. Talvez estejamos quites. 

Quando ouvi aquilo, não consegui deixar de esboçar um risinho de canto de boca. Diana parecendo estar aturdida e envergonhada, tentou mudar a situação:

- Pedro, mas isso eu permiti. Não te dá o direi...

- Diana, deixa! - interrompi e ela se calou imediatamente, voltando-se para mim. Pedro não deixava de me encarar e continuei: - Ele tem razão e foi um absurdo. Desculpa por ter desrespeitado você e sua mãe, Pedro. Dessa forma, realmente estamos quites. 

Propositalmente, me aproximei do rapaz e estendi minha mão a ele e sem hesitar, agarrou a minha com força. Sem mais nada a resolver, virei para Diana, que não sabia onde enfiar a cara:

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⏰ Última atualização: Feb 22 ⏰

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