Sorri com falsidade enquanto via aquele albino desgraçado bem na minha frente. Caralho, como tenho uma certeza absurda que foi ele. Como ainda teve coragem de aparecer aqui, na minha casa? Bom, tecnicamente, é a casa do meu irmão. Poderia suspeitar que o bocó do Ricardo o chamaria para vim, afinal, o sonho dele é ter Samanta com ele. Argh, como isso me irrita! Falta de respeito. Todo mundo aqui sabe que sou louco por aquela mulher e me trazem meu principal concorrente...
- E então, Vinicius! Como anda a vida? - Ricardo quis saber, com cara de filho da puta que tem.
- Está tudo ótimo, Ricardo. Que bom saber que terás outro filho. Porventura, a Samanta já está sabendo?Ergui as duas sobrancelhas e virei rapidamente para olhar a cara de Ricardo depois daquela pergunta. Queria saber a resposta dele. Quero saber o que vai falar...
Pareceu meio pensativo e tomou um gole de suco antes de responder :- Em breve falarei.
Vinicius pareceu ter entendido que ele não queria comentar sobre aquilo e virou - se para mim, fazendo - me até franzir o cenho.
- E essa perna, Rodrigo?
- Acidente de moto - disse rapidamente, acreditando que não puxaria mais assunto, mas foi em vão :
- Nossa, deve ter sido doloroso.
- Posso te mostrar como doeu.
Não consegui conter minha falta de educação. Falei como se o capeta tivesse incorporado em mim, desejando quebrar a perna dele mesmo. O cara é tão gente boa que não percebeu minha maldade e gargalhou. Ódio dele, bicho!
- Vitória, como você cresceu!
Voltei a realidade depois da possessão e me virei para a garota que estava sentada na poltrona, saboreando um sorvete que Mariana havia nos oferecido e somente ela aceitou. Ela sorriu bem meiga para meu irmão, em resposta e começou a falar :
- Já se passaram alguns anos, Ricardo! Eu teria que ter crescido alguma coisinha..
Eita! Achei a resposta meio atravessada. Mais pela forma do tom de voz usado. Desnecessária até, mas talvez a bondade que manava daqueles corações idiotas os fez não perceber... Enquanto os dois patetas riram, mantive meus olhos nela, bem sério, lembrando de quando era uma menina tão fofinha e sempre vestida em uns vestidos floridos. Agora, era uma adolescente, muito linda por sinal. O cabelo loiro meio castanho, ondulado e enorme alcançava a bunda, a pele branquinha e as bochechas rosadas. Não sei se aquilo era maquiagem, mas era muito bonito.
Estava gordinha, bem distribuída, com uns coxão enormes , quadril largo e a cintura levemente fina. Por um momento, me fez lembrar a garota que transei pela primeira vez e essa sensação não foi muito boa. Argh, que droga! Por que tenho que erotizar todas as coisas?E nesse instante em que a analisava, seus olhos ergueram - se e vieram de encontro com os meus. Poderia ter desviado, mas não o fiz. Ficamos nos encarando por alguns segundos, até que ela sorriu e abaixou o olhar. Tímida? Tá ok!
Me senti neutro após isso e talvez, era até bom. Virei o rosto para frente e me fixei em um quadro gigante do outro lado da sala, uma paisagem bucólica temperada em tons avermelhados com amarelo do norte para ouro velho. Sorri fraco ao lembrar daquela inspiração. Tinha uns 20 anos quando viajei para Oregon, nos Estados Unidos e tive o previlégio de caminhar por aquelas florestas. Pretendo vê as da Europa assim que reencontrar Samanta e Ruy. Iremos juntos em um passeio em família...- Foi você quem pintou?
Franzi o cenho após meus pensamentos serem interrompidos e me tornei para a voz, percebendo que Vitória estava sentada ao meu lado no sofá.
- Isso, foi eu!
Ela riu meiguinha e continuei observando - a:
- Lembro dos quadros na parede lá na outra casa. Tinha um que eu mais adorava e ficava olhando por horas.

VOCÊ ESTÁ LENDO
PROIBIDO ESQUECER
RomanceCom grande beleza, carisma e sensualidade, Rodrigo tinha todas as mulheres aos seus pés e com certeza, se aproveitava disso, afinal, o sexo feminino sempre foi o seu ponto fraco. No mais, não esperava que o destino lhe pregasse uma peça. Por conta...