CAP. 17

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Senti sua mão apertar a minha bem forte e foi satisfatório perceber o quanto estava ansiosa. Ruy olhava pela janela do avião completamente empolgado e na poltrona ao lado de Samanta, meu irmão me olhou rapidamente com um sorriso no rosto. Talvez forçado, mas... Caralho! Só o fato de estar ali, de ter feito aquilo, foi extremamente maravilhoso.
Me deixei sorrir também até que anunciaram que logo iríamos pousar. Estava louco pra vê a cara de Nicoly ao vê que finalmente consegui trazer sua filha e seu neto de volta.

E essa cena foi deveras emocionante! Nicoly nos esperava no saguão do aeroporto, juntamente com sua esposa, acabando com toda a saudade com um abraço apertado e extremamente choroso. Tentei ao máximo segurar minhas lágrimas quando a avó abraçou o neto, este que via depois de tanto tempo. Não sei se elas mantinham contato mas que estava feliz por presenciar aquele momento, eu estava!

Em seguida, fomos todos para um restaurante comemorar aquele momento.
No local, Mariana nos esperava, trazendo no colo nosso querido Frederico. Sim, ela já tinha parido o bebê. Estava ainda bem pequeno, com 2 meses e alguns dias e esse foi um dos meus motivos de não querer demorar tanto em Portugal, pois sabia que Ricardo estava louco pra voltar. Sei que poderia voltar sozinho, no entanto, queria voltar com ele pra manter a emoção que estamos sentindo agora.

Samanta pegou seu irmão no colo, visivelmente apaixonada e mostrou-lhe para nosso filho, que também o segurou um pouco, mas muito rápido, pois ficou com medo de derrubar.

Sentamos à mesa e completamente felizes e divertidos, comemoramos aquele momento singular. Nossa querida Samanta havia voltado, com meu querido filho Ruy e sem ódio nenhum, vale lembrar.
Ricardo uma vez ou outra gargalhava para a filha e o neto em meio a um assunto engraçado e todos mantinham uma harmonia surreal.

Observava tudo aquilo extasiado, desejando loucamente não acordar daquele sonho fantástico e para minha felicidade, tudo tratava-se do real. Minha família, que tanto amo, estava reunida, novamente.

Após o almoço, resolvemos ir para nossas casas descansar e até o fato de entrar no meu carro com Samanta e Ruy foi algo perfeito. Ela sentou ao meu lado e nosso filho atrás, empolgado em está em um lugar diferente.
Samanta beijou meu rosto e me olhou com meiguice, me fazendo recordar dos nossos momentos quando éramos mais novos. Ela continuava linda e sua maturidade a deixava mais atraente.
Quando chegamos no condomínio em que moro, quis saber :

- Não mora mais naquele apartamento?

Balancei a cabeça em negação, ouvindo Ruy admirar - se:

- Que bonito, pai! Não sabia que tu éras rico.

Gargalhei daquilo, achando seu sotaque bonitinho e antes de respondê-la, preferi :

- O pai não é rico. Só temos um dinheirinho guardado. Mas o seu vô é super rico. Pode pedir o que quiser pra ele.

Samanta bateu no meu braço, reprovando aquilo e comecei a gargalhar. A respondi :

- Já estou há um tempo morando em casa. Mas pretendo comprar outra, só pra gente.

- Só pra gente?

Sim, respondi mentalmente, afinal aquela casa era da Jamilly, conforme o testamento que deixei antes da minha cirurgia. Até o momento, não pretendo voltar atrás.

- É, amor! Pois existem algumas questões burocráticas sobre esta casa, com isso, pretendo logo comprar outra, até melhor do que essa, afinal, vocês já estão comigo e confesso que quero ter mais um.

Ela franziu o cenho, tentando entender o que eu falava, até que a ficha caiu, quase explodindo :

- Outro filho? Não mesmo!

Sorri, buscando reforço com Ruy :

- Filho, não quer ter um irmãozinho? Assim, pequeno que nem o tio Frederico?

- Um irmão? Mas é claro que quero! - começou a falar alto, empurrando os ombros da mãe - Por favor, mãe! Quero uma irmã!

Ele tanto a balançou que depois de ter falado inúmeros não, desistiu, talvez, para aquietar o garoto :

- Tudo bem, tudo bem! Vamos ter um nenê. Satisfeito, Rodrigo?

Gargalhei daquilo, vendo sua cara de ódio e olhando para o retrovisor, notando a satisfação de Ruy. Aquilo era mágico!

Quando então, percebi que na porta da minha casa havia um carro estacionado. Ao aproximar - me, reconheci. Havia acabado de falar nela e olha só.
Mas hoje? Logo hoje que trazia minha família? O que será que quer? Espero que Samanta não tenha ciúmes.

Estacionei e desci, logo abrindo a porta para Samanta e Ruy. Segurei a mão de Samanta, que ao vê a mulher na varanda da casa, quis saber :

- Essa casa é sua? O que essa mulher faz aqui?

Ruy passou para nossa frente, indo mais adiante e respondi :

- Uma amiga. Vou te apresentar!

Ao nos aproximarmos, Jamily se levantou da cadeira na varanda e sorriu. Não estava nervoso, afinal, aquela garota é um poço de meiguice que chegava a enjoar. Gosto dela!

- Oi, Jamily! Deixa te apresentar minha família. Essa é minha esposa Samanta e meu filho Ruy.

Ruy, muito educado, deu-lhe a mão em um cumprimento e ela também o saudou cortês.
Nos aproximamos mais e assim que Samanta deu - lhe a mão, soltou :

- Muito prazer, Samanta! Eu sou a namorada do seu marido. Enquanto você estava em outra país, ele ficava comigo e eu cuidava dele.

Meu olhos arregalaram diante aquilo e senti um frio estranho subir minha espinha, parando na nuca em um incômodo terrível. Não consegui nem me mexer. Meu coração acelerou instantaneamente e quis morrer.

Virei minha cabeça tão depressa pra Samanta, em um movimento quase que robótico e para minha surpresa, a vi com a cara mais plena, encarando a Jamily.
Ruy, que possívelmente não entendia muito bem o que se passava, soltou a deixa :

- Pai, estás a fazer uma cara muito engraçada!

É, meu filho! A cara de quem vê a morte, pela milésima vez.

***

Olá, gente! Nossa, demorou uma eternidade, mas vim. Passei por algumas mudanças, mas sempre com o desejo de voltar.
Espero que gostem e muitíssimo obrigada pelo procura. Em breve, teremos outro capítulo.
😘

PROIBIDO ESQUECEROnde histórias criam vida. Descubra agora