Lucca— Não. Podem dar meia volta e sair do meu estabelecimento. _Exijo, irritado com a incompetência das tantas garotas.
Nenhuma serve.
Puta que pariu.
Como é difícil achar alguém perfeita.
— Se continuar dispensando todas, não vai ter nenhuma. _A Paola alertou.
— Eu sei do que homens como eu gosta. _Afirmo, impaciente.
— Não é mais fácil dizer o que procura? _Elevou uma sobrancelha.
Fico de pé e pulo no palco assim que as meninas se retiram, começo a caminhar em volta, buscando na minha mente a caixinha com os traços e características que desgraçadamente desejo nas novas contratadas.
— Ambas tem que ter cabelos negros, quero que elas tenham a pele alva, bem branquinha, para que todos vejam de longe qualquer vermelhidão... Quero que sejam quietas, que mal falem. Que pareçam inocentes, mesmo não sendo. Quero que demonstrem medo, fraqueza e principalmente, que me vejam como a única luz ou escuridão, não me importo, com tanto que me temam.
— Eu sei exatamente onde tem uma.
Imediatamente, viro-me.
— Valéria. _Digo e ela sorrir, subindo no palco.
— O que me daria em troca de uma dádiva como essa? _Perguntou.
Estava demorando para ela se mostrar uma interesseira de merda.
— O que você precisa? _Questiono, a olhando no olho.
— Um carro popular. _Limpou meu ombro que não estava sujo.
— Por que eu te daria um carro popular? _Fitei sua boca borrada de batom.
— Porque eu tenho no meu poder o que procura. Ouvindo você falar, entendo a sua devoção. Ela é única, você nunca irá encontrar alguém tão pura, doce, assustada com o mundo e fudidamente inocente como ela.
Fico louco e por isso avanço em cima dela.
— Onde ela está?
— Calma garotão. Não é assim que a banda toca. Acha que vou dizer de cara onde está o seu triunfo? _Riu zombeteira.
— E dou o maldito carro.
— Você falou as características com tanta propriedade. Por que quer alguém assim para dividir com outros homens? Não seria melhor ela ser exclusivamente sua?
— Ninguém é de ninguém, se não quiser. Quero ela nesse lugar porque vou ganhar dinheiro com ela. Os homens adora uma novidade.
— Ela é minha amiga e estou falando muito sério quando digo que ela é pura. _Revelou.
— E o que está fazendo com a garota? Que amiga é você, sua tranqueira? _A Paola se envolveu, irada de raiva. — Sabendo da podridão que acontece aqui vai trocar a dignidade da menina pela porra de um carro velho?
— Paola. _A encaro. Ela nega, olhando-me e desviando para a Valéria.
— Eu não concordo. _Admitiu, horrorizada com o trato que fazíamos.
— Ela precisa de trabalho, Paola. _A Valéria comentou.
— Trabalho em um prostíbulo, sua puta! É óbvio que ela não precisa. Sua doente sem escrúpulos. _A Paola avançou e eu a segurei para não bater na menina. Pensando no meu negócio, é claro. — Se eu fosse sua mãe, eu ia te estourar na pancada.
— Sai. _A empurrei bruscamente.
Seu olhar era de indignação.
— Eu vou ligar para o seu pai...
Seguro violentamente os seus pulsos.
— Eu disse... sai. _ Novamente a empurrei e ela desceu do palco.
— Eu sei o que você quer. Vai apresenta-la para o seu bando e vão arrasar a menina.
Me ajoelho, alisando seus cabelos.
— Não fale como se eu não desse escolhas.
Ela cuspiu na minha cara.
— Você tem um poder de persuasão que dar medo. Ela vai ceder e a vida dela irá virar um inferno. Foi assim comigo, ingênua e inocente. Compraram minha pureza e de repente, eu estava ficando com um cachorro... _Enfio as mãos em seus cabelos. Ela se desesperava.
— Ele teve o que mereceu, Paola. _A lembro, mas ela está longe.
— Lucca... por favor! Não faça negócios com essa mulher. Eu conheço o seu mundo melhor que qualquer um. Aqui ninguém é de ninguém, você diz que são suas garotas, mas os que pagam mais caro, as compram. Você abriu as portas para eles... eles não... _Cobria o rosto, assustada.
Como eu a entendia, meu Deus.
— Vai descansar. _Arrumei seus cabelos. — Depois conversamos.
Balançando a cabeça, ela saiu em passos lentos.
Respiro, angustiado e levanto-me, ficando de pé.
— Do que ela estava falan...
Viro-me.
— Nada. Você não viu ou ouviu nada. _Aproximo.
— Esse lugar é mais podre do que eu pensava.
Pego o lenço no bolso do meu terno e limpo meu rosto.
— Quer ir na agência escolher seu carro?
Ela me olha e instantaneamente sorrir.
— Com toda a certeza.
Por algum motivo, senti que eu teria o que tanto almejo, mas não seria tão fácil como anseio que fosse.
CONTINUA...
Deixando claro que todas as minhas histórias tem temas delicados e é para maiores de 18 anos.
Mas como sei que muitas não suporta tais coisas, afirmo que certas situações não passará de diálogo.
Como avisei nas tags. Essa história é dark, mas não tanto como eu realmente gostaria.
Vamos seguindo com delicadeza e leveza.
(Obs: lugar sujo tem sim podridão. Esse prostíbulo tem muita história pra contar kk)
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A Protegida do Juiz #SérieFilhos(10)
RandomEmma Thompson não sabe, mas acabará fazendo com que nós voltemos às raízes. Se "Virgem Pecaminosa" nos trouxe até aqui, "A Protegida do juiz" nos fará fechar a série com chave de ouro. Prepare-se, entraremos onde tudo começou. START ->