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Lucca











Ela me odiava e com razão.

Eu fui um canalha com ela o tempo todo, desde que ela era uma menininha.

Reverter isso não será fácil.

— Creio que não é o momento de conversamos sobre o que aconteceu. _Minha irmã gesticulou para o sofá onde a Emma estava. — Ela está bem abalada com tudo. Ouvir mais desses assuntos, não seria bom para o psicológico dela. _Eu concordo com um menear de cabeça. — Acho que eu já vou embora, deixei minhas crias com o pai e eles são atentados, a Melissa então, a mais velha, quebra o irmão na pancada. _Não conteve a risada. — Posso vir aqui esse fim de semana, ver como está as coisas e conversar sobre algo que está me incomodando?

Assinto. Ela se despede, me dando um beijo na bochecha e passa para o lado.

— Eu também estou indo. Allana, você me dar carona? _A Paola pergunta.

— Claro, vamos.

Antes que a Paola saísse, segurei sua mão.

— Obrigado. Muito obrigado. _Estou em dívida com ela. — Sem a ajuda de vocês eu não teria conseguido me livrar daquele infeliz. _Olhei para ambas. O olhar delas eram curiosos. — Obrigado mesmo.

— O que importa é que a menina está bem, até logo. _A Paola sorriu e dito isso saiu com a Allana.

— Eu acompanho vocês até a porta. _Caminho.

— Se cuida meu irmão. _Tocou meu braço.

— Ficaria muito feliz se não contasse a ninguém sobre isso. Ninguém, tipo o senhor Allan e a senhora Cibely.

— Você levou um tiro. Nossos pais precisam saber. _ Insistiu.

Teimosa.

— Eu digo a eles que foi você quem atirou em mim.

Ela fica boquiaberta.

— E eu digo que você sequestrou uma menina e matou um homem

Pigarreio, incrédulo.

Eu não matei o infeliz.

— Eu não...

— Eu vou querer saber de tudo para aliviar sua barra. _Me bateu no ombro. — Fui.

Estou horrorizado.

Eu não vou ter sossego.

— Vão com Deus. _Aceno para elas e encosto a porta, fechando-a.

Virando-me, vejo a Emma correndo a sentido da escada.

— Ei, para ai. _Faço o pedido e ela continua caminhando. — Emma, eu estou pedindo educadamente para parar.

— Eu não quero conversar com o senhor.

— Emma! _Eu advirto impaciente e ela trava, segurando no corrimão e de costas para mim. Cauteloso, aproximo dela. — Quero saber o que te aconteceu... o que te fizeram...

Me limito a continuar falando ao ter ela se virando e me olhando no olho.

De primeiro momento, paralizo e após, dou um passo atrás, espremendo os olhos e raspando meu braço em minha testa.

Bateram nela.

A machucaram.

É evidente.

Filho da puta.

Ah, mais eu vou continuar te torturando.

Entro em confusão mental quando respiro fundo e a olho de cima abaixo.

Ela dá um passo a frente, ficando sobre a ponta dos pés, enfrentando-me como se realmente fosse encorajada por algo.

— Está satisfeito?

— Como?

— Eu estou nesse estado por sua culpa. _Eu nego. — Tenho certeza que perdi muitos fios de cabelo de tanto que puxaram. É um milagre meu pescoço ainda está no lugar. Você quer saber o que me fizeram? Muito bem, vou dizer. Aquele homem, não sei por qual motivo e pra atingir não sei quem. Me humilhou. Contra minha vontade enfiou uma bebida em minha boca que até agora está queimando minha garganta e me forçou a engolir. Depois, diante de um monte de homens, fez tirarem minha roupa toda... _Ela chora. — Sabe o que é e como é ficar nua na frente de homens que eu nunca vi na vida? Sabe como machuca bem dentro do meu peito? Você não sabe. Eles foram invasivos comigo e eu não mereço nada disso que está acontecendo comigo. _Apontou o indicador para o olho ferido e com uma mancha vermelha horrível. Ela estava raivosa como nunca avistei. — Isso aqui eu ganhei porque tentei escapar quando ouvi tiros, eu temia por minha vida, mas antes senhor... antes trouxeram um cachorro e eu nem preciso dizer o que ele ia fazer comigo porque o senhor, melhor do que eu já sabe.

— Emma...

— Emma nada. Você me trouxe para essa realidade que não é minha. Eu não faço parte desse seu mundo. Não estou acostumada com nada disso. O senhor tem destruído todos os meus sonhos. O senhor, vem acabando com a minha vida desde que sou criança.

— Não diga isso. Você não sabe...

— Eu te odeio com todas as minhas forças e eu não vejo a hora de um dia o senhor ir para debaixo da terra. _Ela cuspiu em mim como se eu fosse um verdadeiro lixo. Fecho os olhos. Não tinha conversa, ela estava hostil, fora de si e me culpando na sua vulnerabilidade. Essa era seu contra ataque. Sua defesa. — Desejo do fundo do meu coração. Que o senhor morra e vá para o inferno. _Me empurrou e me deu as costas.

Olhando-a subir, sinto-me muito angustiado.

No fundo, sei que ela está completamente certa.

Eu mais a machuquei do que dei qualquer alegria.

Eu merecia seu rancor.








CONTINUA...

Emma??? 😲

Acabou com o ego do homem.

A Protegida do Juiz #SérieFilhos(10)Onde histórias criam vida. Descubra agora