Emma ThompsonAbro os olhos e girando o corpo, procuro o Lucca, não encontrando, me sento na cama, puxando o lençol para cobrir meus seios.
Então o vejo sair do banheiro, arrumando a gravata no colarinho.
— Bom dia, minha dorminhoca. _Ele desejava sorrindo largo.
— Que horas são? _Bocejo e percebo que tem algo em minha garganta. Com as mão sobre o meu peito, sinto que meu coração está batendo muito forte, tão forte que dói por dentro.
— 10 horas.
Eu respiro profundamente e a dor torna-se aguda.
Meu Deus! De novo isso?
Forço um pigarro e tento agir normalmente. Afinal de contas, no mês passado também fiquei assim e logo fiquei boa.
— Você está indo? _Faço bico. Ele aproxima, apoiando um joelho na cama e firmando a mão em minha nuca, me beija no topo da cabeça. — Lindo, eu não quero ficar sozinha.
— Meu amor, eu tenho uma audiência e também não tenho roupas aqui. Preciso passar em casa e ir direto para o Fórum. _Explicou, acariciando minha nuca. — Quer vir comigo? Eu te deixo na nossa casa e você fica com o Alfred.
Eu nego.
— Não. Eu queria que você ficasse aqui comigo sempre. _Não minto, eu amo tanto tê-lo perto.
— Pitiquinha, logo você me terá para a eternidade. _Me deu um selinho ligeiro. — Eu quero que tenha o meu sobrenome o quanto antes.
— Tão apressado. _Brinco, adorando essa ideia.
— Quando se trata de você, eu quero tudo rápido.
— Eu gosto bem lento.
— Dona Emma... Não seja maliciosa.
Sorrio.
— Parei.
— A gente almoça juntos? _Quer saber.
— Você vai comer a sobremesa gostoso? _Elevo a sobrancelha e ele cai na risada.
— Você está ficando abusada. _Me deu um beijo ligeiro e se afastou. — Eu sempre como gostoso, pitica. _Piscou, dando a volta na cama e pegando o celular no criado mudo. — Qualquer coisa me liga. _Falou e me deu as costas, guardando uma mão no bolso da calça social e mexendo no celular.
— Eu te amo. _Revelo alto e em bom som.
Na porta, ele me olha.
— Eu te amo. _Dito isso, ele deixou o meu gatinho entrar e aguardou ele subir na cama, vindo para o meu colo receber um carinho.
Eu olhei para o Lucca e o senti longe, pensativo enquanto observava o gatinho em meu colo.
— Que foi, lindo? _Pergunto.
— Esse gatinho dormia com você? _Sorrio, concordando. — Você já o levou ao veterinário?
— Levei sim, mas a última vez faz uns dois meses. Por que?
Ele parecia engolir ar seco.
— Ele já teve contato com os gatinhos de rua?
Eu acabo espirrando.
— Bom, uma vez ele pulou a janela e estava no corredor.
O Lucca voltou a caminhar, chegando perto e pegando meu gatinho.
— Eu vou dar um passeio com ele, tudo bem?
Eu estranho.
— Você não está indo trabalhar? _Tentei pegar meu gatinho e ele impediu.
— É no caminho. _Me beijou na testa e saiu.
— Não é para dá um perdido no meu bichano. _Avisei e ele bateu continência, indo embora e me deixando literalmente sozinha. — Atchim. _Eu espirro, levantando-me e indo tomar um banho.
***
Era de tardezinha, eu estava sentada no sofá e no notebook, pesquisando algumas referências para montar logo o meu negócio e começar a trabalhar. Minha sorte é que eu tinha três meses de aluguel pago e eu podia resolver essas questões enquanto não vence o prazo.
E eu só vou morar com o Lucca quando assinar os papéis certinho.
Tendo uma visão ampla da rua do café, sei que já tem de tudo e se eu quisesse inovar teria que entrar no ramo com algo novo e instigante. Mas eu forço muito minha cabeça e nada surge.
Emma, querida. Na verdade surgiu sim ontem quando você trepava na madrugada com o seu futuro marido.
Envergonhada da ideia que habita em minha cabeça, fecho o notebook e deixo no centro, ficando de pé e andando para lá e para cá, igual uma barata tonta.
Mas e se der certo?
Penso, roendo as unhas e encarando o chão.
Bom, não tem nada igual naquela rua.
Ai! Eu não sei...
A verdade é que estou com medo do que vão pensar se eu colocar em prática.
O Padre João Francisco...
Meu Deus! Ele ia infartar.
De repente, eu tusso, curvando o corpo e sentindo uma dor localizada na região posterior da cabeça.
Muito fraca, volto a sentir também uma dor forte em meu coração, tão forte que bato os joelhos no chão ao fraquejar e cair no chão.
Ouvindo o ranger da porta, firmo as mãos no chão e ergo o rosto.
— Pitica? Eu cheguei... _Ele tem um buquê de flores nas mãos. Eu desço o olhar e procuro meu gatinho, mas ele não trás consigo. O vejo virar e pousar o buquê no móvel de canto, afastando a gravata e virando-se, ficando descrente ao me ver no chão. — Emma? _Ele correu até mim, se agachando e segurando meu rosto. — Amor, o que você tem? _Nunca havia visto medo na voz dele como hoje.
— Eu não... Eu não estou conseguindo... É respirar. _Confessei sem forças, apagando de vez.
CONTINUA...
😭
Estamos em reta final. ☹️😭
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A Protegida do Juiz #SérieFilhos(10)
RandomEmma Thompson não sabe, mas acabará fazendo com que nós voltemos às raízes. Se "Virgem Pecaminosa" nos trouxe até aqui, "A Protegida do juiz" nos fará fechar a série com chave de ouro. Prepare-se, entraremos onde tudo começou. START ->