LuccaEstaria mentindo se dissesse que não suspirei aliviado quando todos foram embora da minha casa. Esse povo eu já conheço desde sempre, queria mesmo era ficar sozinho com a minha pitica, que se comportou melhor do que eu esperava.
Ela é um verdadeiro anjo.
Estou tão contente que ela tenha espairecido conversando com outras pessoas.
Para ser sincero, só aguentei minha família até tarde da noite por causa dela, porque eu vi que ela estava bem a vontade com as meninas. Isso depois que a Helena se foi.
Mas eu conheço as peças, minha mãe principalmente.
Certamente sondou a Emma para descobrir algo.
Minha família sempre jogava baixo e nitidamente, por ter uma mulher na minha casa, elas não perderiam a oportunidade de investigar tudo e conhecer a "novidade".
Como eu quis dar espaço para ela, fiquei a todo instante observando pelos cantos.
Espero que não a tenha sufocado com tantas perguntas.
— Está pensativo. _É ela. — Gostei de conhecer sua família. _Conta. A olho e ela sorriu lindamente. — Não tem tempo ruim com eles, é piada, brincadeiras e bate-boca o tempo todo, eles são cômicos. Não me senti deslocada como pensei que ficaria.
— Minha preocupação era essa. Acreditei que não desceria depois que caiu na piscina.
— Eu não perderia a oportunidade de conversar com gente nova e desfazer a primeira impressão. _Ela veio mais perto e pegou um pedaço de carne, dando a volta na mesa e sentando na cadeira. — Está limpando a churrasqueira?
— Não. Estou tentando ganhar uma briga.
— Como assim?
— Para ver quem está mais em brasa, eu ou o carvão aqui pegando fogo.
Ouço ela gargalhar e acabo sorrindo por reflexo. Sua risada gostosa é fudidamente contagiosa.
Isso foi horrível.
Mas ela desperta cada humor em mim, que eu nunca vi.
— Você é uma graça quando quer.
Você?
— Não está com sono? _Pergunto e puxo uma cadeira, sentando também.
— Não. Ainda não. _Pegou mais carne e comeu. — Isso tá bom. _Falou de boca cheia. Uma graça. — Aqui fora é tão bonito. Não sabia que tinha um jardim e uma piscina desse tamanho. _Falou deslumbrada. — Quando eu tiver boa, posso mergulhar? _Me olhou esperançosa, seu olhar brilhava de ansiedade.
— Você pode fazer o que quiser.
Inclusive comigo.
— Legal. _Observou o céu. — O que você acha do céu?
— Mais feio do que seus olhos.
Ela me olha e rir ligeiramente.
— Você mente muito mal, Lucca. _Desviou os olhos e tornou a vislumbrar o céu.
Você...
Lucca, sem o senhor.
Algo mudou.
— Qual o seu maior desejo, Emma? _Pergunto.
— Que eu seja virgem.
Eu pisco, surpreso.
— Ser virgem? Por que? Não acho que tenha algum problema se não for.
— Eu não sou boa com as palavras, não sei explicar, mas eu quero muito continuar intacta. Não tem nada a ver com a bíblia, com a igreja ou porque quero casar. _Ela balançou a cabeça, parecia decidida. — Eu só quero que isso ainda esteja comigo e que eu possa escolher com quem compartilhar. _Fincou o olhar no meu. — Já me tiraram meus pais, passei alguns meses com a minha tia e foram degradantes... Só quero que Deus tenha compaixão. Eu mereço, você não acha?
Pigarreio e fico de pé, a dando as costas, muito incomodado e com um nó embolado na garganta. Uma sensação horrível e uma vontade desesperadora de chorar.
Chorar.
Eu chorar.
Que doidera.
— Você merece o mundo aos seus pés, criança.
— Eu não quero o mundo. Você sabe, eu venho do pouco, o muito as vezes me causa pavor. _A sua voz esta mais branda e ouço seu caminhar. Uma mão toca meu ombro e eu respiro pesaroso e fecho os olhos, por fim, tomo coragem e viro-me. — Por que está fazendo tudo isso por mim? Me disseram que você é apelidado de carrasco e eu sei que você não é um bom homem, seu olhar há perversidade e não estou me referindo as safadezas que joga ao vento. _Tocava meu machucado, pressionando o dedo. — Você levou um tiro por mim, me trouxe para sua casa, comprou roupas para mim, quer que eu aprenda a dirigir e percebo, você já quis me fazer mal, mas não conseguiu. _Semicerrou os olhos, chegando mais perto. O cheiro de flores que emergia da sua pele, estava ficando insuportável demais para aguentar. Eu queria toma-la em meus braços e só parar quando tivesse sem forças. — À que se deve essa sua superproteção comigo? Eu não sou nada sua. Você não é nada meu. O que você esconde?
Meu coração fica acelerado.
— Você quer saber mesmo? _Pousei uma mão em sua cintura e choquei meu corpo no seu. — Quer mesmo entender o motivo de eu tanto querer te proteger do mundo? _Levo a outra mão para a sua nuca.
Desesperada, ela assoprava seu hálito bom em mim, me fascinando.
— É tudo que eu mais quero. _Sussurrou e olhando para minha boca, ela emoldurava meu rosto com as mãos.
A faço retroceder alguns passos e a sento na mesa, tomando seus lábios convidativos com urgência, como se dependesse disso para sobreviver nesse instante.
— Emma... _Murmuro, sentindo meu peito doendo.
— Fala Lucca... _Suas mãos quentes rastejava por meu abdômen.
— Eu estou apaixonado por você, criança. _Soltei seus lábios, segurando seu rosto e inalando o ar, unindo nossas testas. O som da sua respiração ofegante era tão alto quanto o barulho da cadeira caindo. — Não tem algo que eu queira mais nessa vida do que te fazer feliz... Emma, eu moveria o céu para que me desse a honra de me dar uma única oportunidade...
CONTINUA...
Último capítulo da noite.
Vamos dormir feliz com esse capítulo.
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A Protegida do Juiz #SérieFilhos(10)
RandomEmma Thompson não sabe, mas acabará fazendo com que nós voltemos às raízes. Se "Virgem Pecaminosa" nos trouxe até aqui, "A Protegida do juiz" nos fará fechar a série com chave de ouro. Prepare-se, entraremos onde tudo começou. START ->