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Emma Thompson












De tardezinha, abri os olhos e foram alguns segundos até que eu lembrasse que vim para o quarto do Lucca e que a mão em minha cintura era dele.

Sei que não devia está me comportando assim, mas ele me passa tanta confiança que eu seria capaz de qualquer coisa.

Eu confio nele absurdamente.

Eu quero está pertinho dele.

Eu gosto do seu cheiro.

Adoro que ele me proteja.

Arrisco a dizer que a segurança que ele me passa se compara apenas com a qual eu tinha com os meus pais.

Não que o Padre João Francisco não tenha feito o mesmo por mim, porém é diferente, no fundo da igreja ninguém seria louco suficiente para entrar e me fazer mal, agora aqui fora, nesse mundo cheio de maldade, só alguém como o Lucca poderia me cuidar.

Ele é destemido e não tem medo.

É o que é e não esconde.

E se ele quer me proteger de livre e espontânea vontade. Não vejo problema nisso.

Cuidadosamente, retiro sua mão do meu quadril e me sento, seu celular apita no criado mudo como se estivesse esperando por esse meu movimento.

Observo o aparelho e sinto que não devia permitir que a curiosidade fosse maior que a minha falta de educação por mexer nas coisas dos outros. Eu pego seu celular, olho para trás e ele dorme sereno, respiro e torno ao celular, tentando abri-lo, mas sem sucesso.

Tem senha.

Decidida a abandona-lo de volta no criado mudo, novamente ele apita e eu observo, na tela mostra que as notificações não estão ocultas e eu leio uma mensagem esquisita.

Ela está sangrando muito, preciso que venha aqui ou ela vai morrer. O dedo deve ter infeccionado.


Assustada, deixo o celular no seu lugar a princípio e me levanto.

Dedo infeccionado?

Ela vai morrer?

Quem?

O Lucca se remexe na cama e então acorda, ele sorrir para mim e eu engoli ar seco, o dando as costas e me apressando até o banheiro.

Olhando-me do espelho, o vejo passando atrás de mim e entrando no box.

— É uma chimpanzé. Eu a salvei de ser atropelada há duas semanas. Ela estava muito machucada... _O chuveiro foi ligado. — Preciso ir até ela para levar ao veterinário e depois devolver a selva. Sou contra a prisão de animais em celas.

Abaixo a cabeça e sorrio, trêmula.

Meu Deus! Eu achei que fosse outra coisa.

Que cabeça a minha.

— Me desculpa. Eu não deveria ter pegado o seu celular. _Não o olho, porque sei que ele está nu tomando um banho. — Vou para o outro quarto.

— Não quer tomar banho comigo?

Eu paro na porta e suspiro, pensando na hipótese, no entanto, balanço a cabeça.

— No seu próximo banho. _Aviso.

— Vou cobrar, em. _Eu concordo e dou outro passo, ouvindo ele emendar. — Não mexa mais no meu celular, Emma. Não é uma ordem, mas eu gostaria muito que não o pegasse. Não tem nada com o qual você deva se preocupar.

Nada digo e me retiro, saindo do seu quarto e batendo a porta.

— Como eu sou burra. _Fechei a mão em punho e dei três soquinhos leves em minha testa. — O que eu estava pensando quando peguei as coisas dos outros? _Empurrei a porta do quarto e entrei. — Agora ele vai me achar uma enxerida.

***

— Ele ainda não voltou, Alfred? _Pergunto preocupada.

— Calma senhorita. _Ele veio até mim e pegou em meus ombros. — Vem, vamos ficar ali conversando na sala. Você quer comer algo?

Ouço o barulho da porta e com tudo viro-me. É ele. Afasto do Alfred e corro até o Lucca, o abraçando.

— O que houve?... _Eu não consigo responder. — Alfred?

— Não sei. Ela está preocupada.

— Shhh, pitica. Eu estou aqui. _Beijou-me no topo da cabeça e eu caio as prantos.

— Eu estava com um mal pressentimento... Você não chegava nunca. _Olho para cima. — E a chimpanzé?

Deus! Que vergonha.

Estou desesperada.

— Que chimpanzé?

Eu pisco.

— Você disse que ia levar ela no veterinário...

Ele me corta.

— Ah, sim. Claro. Ela está bem agora.

Fico aliviada e vou para chegar mais perto quando noto uma mancha em sua camisa branca.

— Esse sangue é dela?

O Lucca olha para onde toco e me encara. Eu estranho, seu pomo-de-Adão remexia.

— Sim... É. _Ele limpou a garganta.

— Tadinha. Fico feliz que você tenha a ajudado. _O abraço. — Você é um homem tão bondoso.

— Emma, para de chorar. _Cobriu minha orelha com a mão, dando-me um beijo na testa. — Já jantou? _Eu nego. — Alfred, manda levarem nosso jantar lá em cima, por favor.

— É para já, senhor.

— Mais é chorona demais. _Ele zombou e eu vi isso como uma ofensa e chorei muito mais. — Oh meu Deus do céu! _Ria, retirando as minhas mãos que tapava meu rosto. — Já passou. Eu cheguei.

— Eu estou falando sério... Tem alguma coisa errada. _Me distancio, olhando o nada. — O Padre... _Caminho a sentido da escada. — Eu preciso saber se o padre está bem.

— Não é o padre... _Olho para trás. O Lucca aproximava. — O Padre está bem. Não aconteceu nada com ele. Tira isso da cabeça.

— Mas Lucca...

Ele beijou meus lábios. Eu estremeço.

— Não está acontecendo nada. Está tudo bem, as pessoas que você ama está bem. Quem está pagando é quem te fez sofrer.

Fui tranquilizada pelo seu abraço.








CONTINUA...

Tenso.

Emmaaaaa, foca nos detalhes.

A Protegida do Juiz #SérieFilhos(10)Onde histórias criam vida. Descubra agora