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Lucca
















— E essa é a história. _Terminando de contar toda a história, minha e da Emma, minha mãe permanece chorando dentro do carro.

— Por isso você a drogou até que ela realmente ficasse louca?

— Se eu matasse essa infeliz a Emma nunca me perdoaria.

— E agora isso importa, Lucca? O perdão da Emma te importa?

— Agora? _Elevo uma sobrancelha e ela assenti. — Agora tanto faz, mãe. Há um ano era diferente. Eu a tinha comigo e cuidava dela. Eu sou protetor...

— Possessivo. Você era possessivo. Você queria esconder a menina dos problemas que ela tinha que passar.

— Eu a amava, obviamente que daria o melhor da vida. Quem quer ver a pessoa que ama sofrendo? Eu queria a Emma por perto, não suportava ver uma lágrima descendo dos seus olhos lindinhos porque fudia comigo, odiava todos que a provocava. Eu queria ela bem, em paz e comigo.

— Amava? No passado? _Não respondo. — Por isso estava machucando-a daquela forma, por amor?

— A senhora não deveria ter visto aquilo. _Remexo incomodado.

— Eu não deveria era ter te parido. Você insisti em me provar que é idêntico ao seu pai e até em sonhos.

Nervoso, a encaro.

— Eu não sou e nunca demonstrei a ninguém que era perfeito. Sabe o que acontece? _Virei-me para olha-la bem e falar muito sério, cansado de toda essa porra. — Essa união a favor das mulheres sempre vai contra a mim que entreguei o melhor de mim a uma menina imatura e não importa o que eu faça, será sempre assim porque vocês apoia. Quem ver o meu lado? Sempre o bem estar a se pensar é da Emma e tudo bem, também zelei por isso. Mas me desculpa se pensei que ela entenderia meu lado como homem, mas a verdade é que a Emma gosta do que a senhora viu. Ela gosta é que não a dê importância, que a trate o contrário do que eu sempre tratei, mas acabou, mamãe. Não é porque sou homem e mais experiente que vou ficar correndo atrás de uma jovem que se mostrou bem desmiolada. Eu não quero isso para mim.

— Sua raiva toda é por que ela mostrou que pode viver sem você?

— Mãe, esse caralho não tem nada a ver. Ela tem o livre-arbítrio, escolhe o que quiser e não pode ser julgada por isso. Eu, no fundo senti orgulho dela por ter feito isso, o que me maltratou foi a falta de consideração. Eu fui o primeiro homem da vida dela, busquei ser paciente e bom para ela, mas a Emma não ligou.

— Você é muito intenso Lucca.

— Vou levá-la para casa. _Aviso e ligo o carro, colocando em movimento.

— Depois do que vi, eu preciso de uma Valeriana forte.

— Estava escuro, a senhora não viu nada. _Rebato.

— Isso é o que você pensa, seu safado. Você é igualzinho ao seu pai. Gosta de umas coisas insanas que só por Deus.

Sorrio.

— Não sabe como estou mais relaxado. _Levei um tapa no braço.

— Não sei como ela concordou com aquilo. Eu não sei se faria.

— A saudade faz a gente fazer loucuras. _Sorrio longamente.

— Você gostou. Que filho de uma quenga!

— Não era nem para estarmos tendo essa conversa.

— Está com vergonha de mim, seu depravado? Logo eu que limpei essa bunda?

Deus! como era escandalosa.

— A senhora pega mais no meu pé do que no da enxerida da Allana.

— A Alana está casada, com dois filhos e a vida feita. Quem precisa de atenção é meu menininho bonito e mais sozinho que o cão.

A olho rapidamente.

— A senhora é mal.

— Que nada, cãozinho. _Apertou minha bochecha e eu estranhei.

Por que minha mãe é assim?

— Mãe, não faça isso nunca na frente dos outros. _Brinco.

— Me conta o que você fez fora? _Ela se arrumou no banco.

— Só trabalhei.

— Não fez mais nada?

— Nada. Na verdade, pensei na ingrata por todo esse tempo.

— E por que não me contou isso quando eu liguei? Poderia perguntar dela, eu responderia.

— Não queria que me achasse um ser insuperável. Mãe, eu continuo enlouquecido por ela, mas agora é diferente.

— Diferente como?

— Não vou correr atrás de ninguém e vou procurar seguir minha vida. Eu conheci uma moça, ela tem 26 anos...

— Pode parar.

— Parar não. Minha vida não pode parar. Ela é bacana, conheci a família dela, são pessoas legais. _Encaro a minha mãe, ela tinha o canto dos lábios levantado, em puro deboche. — Ela vai chegar amanhã, ofereci minha casa para ela ficar o tempo que quiser.

— E a Emma?

— A Emma está vivendo.

— Como é rancoroso. Deus me livre!

— A vida não pode parar.

— Concordo, mas não vai inventar de querer colocar a carroça na frente dos bois. Seu coração tem dona.

— Uma dona tapada. _Indago, lembrando a merda que ela foi fazer comigo.

Espero que esteja bem.








CONTINUA...


Hospedar outra na sua casa?

Por que será que eu já vi isso antes?

A Protegida do Juiz #SérieFilhos(10)Onde histórias criam vida. Descubra agora