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Lucca









— O que você acabou de dizer? _Indignado, reaproximo dela. Obviamente que a ação a causava tremores, era nítido e por isso ela recuava, mas não importa, continuo aproximando até que ela se choque na parede. — Responda.

Ela ofega.

— Eu não vou repetir e sei que não tem problemas de surdez. _Foi desaforada.

— Para alguém criada numa igreja é muito abusada. _Pego em seu queixo, o erguendo para enxergar seus olhos. — Você esqueceu que sua vida é minha?

— Isso é crime. _Rebateu.

— Sinto tanto por você. _Sou zombeteiro. — Nossa sorte é que todos aqui acoberta.

Seu olhar muda.

— O senhor disse que me venderia. Eu prefiro isso. _Me empurrou, correndo para o outro lado da cama.

Cerro os punhos, virando-me.

— Acha que vou renunciar você sem antes te ensinar a ter bons modos? _Elevei uma sobrancelha. — Não seja sonsa.

— O senhor é um degenerado. Usa sua condição para tirar proveito das pessoas. _Por incrível que pareça, hoje ele estava irredutível.

Eu odiava isso. Considero um atrevimento tamanho.

— Você quer mesmo pertencer a alguém pior que eu?

— Não... Mas não quero ficar aqui e servindo de escrava para o senhor e os outros homens. Se não tenho outra saída, prefiro pertencer a apenas um. _Ela chorava e não me comovia.

Porque aquilo acabou. O que ela viveu acabou.

Era apenas lembranças ruins.

— Você sabe o que eu sou? Sabe o que significa alguém pior que eu? Já soube o que aconteceu com sua defensora, Paola? _Caminho devagar. — Você não sabe nada da vida, criança. Não sabe nada do meu mundo.

— Talvez eu seja mesmo muito ignorante para entender tudo, mas eu sei muito bem que não mereço o seu ódio por mim, eu nunca te fiz nada e você é um homem muito ruim comigo. O senhor me olha esquisito e eu me sinto péssima, o senhor aproxima e me causa pânico... o senhor sabe que eu tenho medo do senhor e por isso faz essas coisas comigo. _Ela desabou.

— Eu sou a pessoa mais ruim que cruzou seu caminho, criança? _A avalio, estudando sua expressão.

Ela nega e eu retrocedo um passo.

Sinto repulsa.

— Não. Teve mais gente perverso me fazendo mal.

— Então você não é mais pura.

Seu olhar arregala.

— O que o faz pensar que me tocaram... _Suas palavras cortaram e ela semicerrou o olhar. Recuo novamente e pigarreio. Ela não é tão burra. — O senhor sabe... _Ela se espanta e cobre a boca com as mãos. — O senhor sabia o que ela iria fazer comigo... e deixou... você deixou. _Em negação, a menina bateu os joelhos no chão.

Eu não sabia...

Mas não muda. Porque eu desconfiava e mesmo assim permiti.

Lentamente, chego perto do seu corpo e me agacho, não a toco, mas a observo chorar na maior agonia.

— Sabia que gosto de vê-la assim. _Com tudo, me encarou. — Você ferrou meu caráter... duas vezes eu te encontrei e você não me disse nada.

— Eu não podia...

A interrompo, nervoso.

— Não podia me dizer que sua tia te molestava e a aliciava? Preferiu fugir, me fazendo se dar conta que realmente ela te submetia à essas coisas? Eu quis concertar o que eu fiz, mas você acabou comigo quando me mostrou que era tarde demais. Sua burra.

— Me desculpa. _Tentou pegar em minhas mãos, porém fico de pé, guardando-as no bolso. Ela me olhava de baixo. — O senhor se sente culpado e por isso me trata mal?

— Eu queria mesmo te tratar mal. Isso não é um terço do que eu queria fazer com você.

— Agora entendo o seu rancor...

A corto.

— Não. Você não entende.

— Deve ser mesmo muito angustiante olhar para mim ...sabendo que por sua culpa vivi o pior dos pesadelos. _Sua respiração descompensava. Eu fico em silêncio, sem reação. — Eu te absorvo dessa culpa. _Com dificuldade, ela se colocou de pé. — Eu te perdoo, senhor.

Engoli ar seco, definitivamente surpreendido.

O que era essa menina?









CONTINUA...

Luccaaaaaa. ❤️❤️❤️❤️

Kkkkk amo ele. Kkkk

A Protegida do Juiz #SérieFilhos(10)Onde histórias criam vida. Descubra agora