A Protegida do Juiz #SérieFilhos(10)

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Lucca

Que absurdo era esse?

O que ela estava me confessando?

É impossível ser verdade.

A Emma não é assim.

— Não brinca comigo, criança.

— Vai me bater?

— Só não brinca comigo. _Nunca falei tão sério. Estava sendo difícil de engolir isso.

— Por que acha que eu estou brincando? É tão chocante assim ver que não sou nenhuma imbecil? _Ela riu, como se estivesse adorando se mostrar para mim.

Tola.

— Está dizendo isso tudo porque tem álcool nas veias. Eu não acredito em absolutamente nada e se insistir nisso eu não irei ser tão bondoso com você. _Admito, passando por ela e tornando a cama, pegando na gaveta as ataduras e algodão para fazer um curativo.

— Te dói ver que não sou um anjinho? Desculpa, eu tentei ser boazinha e fingir desentendimento para tudo.

— Eu estou com repulsa de você.

— Por ter chupado alguns homens?

Rapidamente, a encaro.

— Eu vou te dar umas cintadas.

— O senhor não está conseguindo esconder o desagrado. _Ela gargalhou e então fez careta. — Ai... _Tocou o rosto. — Aquele filho da puta tinha a mão pesada.

Estou horrorizado.

Isso é inacreditável.

Esse comportamento. Não é a Emma.

Irritado, vou até ela e a puxo, empurrando-a para fora do meu quarto e trancando a porta.

Tem que ser um surto por conta do álcool que a deram.

Engoli em seco, sentindo meu ombro arder.

Ainda que seja verdade essa sua personalidade que surgiu do nada.

A única culpada por isso é a miserável da tia.

Como essa infeliz teve coragem de ganhar dinheiro com a própria sobrinha?

Eu não me conformo com a existência de "pessoas" assim.

Eu ainda não acabei com todo o meu ódio. Na verdade, tem aumentado a cada passar dos dias e eu sei em quem descontar.

É até difícil olhar para a Emma e não imaginar nessas coisas horripilantes que ela passou quando menina.

Que droga!

***

De manhã e com o ombro menos dolorido por conta dos analgésicos, levanto-me da cama, tomo um banho rápido, me troco e desço para tomar café.