LUGAR ESCURO

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NEW HAVEN

ROBERT

Faz um pouco mais de vinte e quatro horas e ainda assim sinto que estou pisando em ovos na sua presença, não sei como quebrar o gelo entre nós e por mais que tente simplesmente não conseguimos engatar em uma conversa do mesmo jeito que fazíamos antes

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Faz um pouco mais de vinte e quatro horas e ainda assim sinto que estou pisando em ovos na sua presença, não sei como quebrar o gelo entre nós e por mais que tente simplesmente não conseguimos engatar em uma conversa do mesmo jeito que fazíamos antes.

- Como foi com suas irmãs?

Pergunto encarando suas mãos que envolvem uma grande xícara de chá, ela sorri e diz erguendo seu olhar pra mim.

- Foi muito bom, elas estão bem e pensam em comprar uma casa agora que estão com emprego fixo por lá!

- Isso é bom!

- É sim...

Ana parece hesitar parecendo mesmo incomodada até que se levanta de sua cadeira e se senta do meu lado. Segurando minha mão ela pergunta algo que me deixa completamente surpreso.

- Eu estava pensando se... se a gente vendesse a casa e nos mudássemos para NY. Ficar perto delas, eu vi uns apartamentos por lá nós poderíamos nos adaptar a cidade grande!

Encaro com intensidade seus olhos, ela é tão jovem e eu sou um homem da cidade pequena. Um caipira que enraizou no mesmo lugar e não pretende ir a lugar nenhum, envelhecer e morrer nessa cidade sempre fez parte dos meus planos para o futuro e talvez seja por isso que eu perdi Carly e agora Ana. Porque não existe nada que me faça ir para NY.

- Ana eu não posso vender essa casa...

Ponho minha outra mão por cima da sua e digo sendo o mais sincero que posso com ela sobre isso.

- Isso é tudo que eu tenho, é o que eu vou deixar para Chloe e minha neta quando morrer...

- Não precisa vender a casa então...

- Eu não posso ir para NY. Essa cidade.. eu sou um caipira Ana, gosto de ver as mesmas pessoas todos os dias, gosto de tomar cerveja com os broncos desse lugar, gosto de respirar o ar puro e ver o mar todos os dias quando ponho os pés pra fora de casa.

Aos poucos ela vai puxando sua mão da minha e se levanta em silêncio, observo ela entrar em casa me deixando sozinho com meus pensamentos. Me curvo com o pensamento de que nós já não queremos mais as mesmas coisas. Talvez seja hora de dar um ponto final!

 Talvez seja hora de dar um ponto final!

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