Capítulo 1 - 4

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A música parou e o mestre-de-cerimônias acalmou a multidão.

 — Quem quer abrir os lances com quinhentos dólares? — ele perguntou.  — Quinhentos dólares para passar alguns dias com a linda proprietária doInstituto Savinón?

 — Isso é demais — opinou Cissy, depois de dez segundos de silêncio. — Nenhum homem aqui presente vai apostar nela. E é o que essa MissPresunçosa merece.

 — Quinhentos dólares — uma voz masculina se fez ouvir, vinda do fundoda sala. 

— Mil dólares — outra voz, essa da frente. 

— Dois mil! 

— Ouvi dois mil? — disse o mestre-de-cerimônias. 

— Dois mil — o mesmo apostador confirmou. 

— Dois mil e quinhentos — agora outro. 

Graças ao mestre-de-cerimônias, a quantia foi crescendo. 

— Oito mil dólares — uma das duas vozes gritou. 

Christopher deu um suspiro. Droga! Dulce vai terminar sendo a mais votada danoite, mesmo que ela aparente estar apavorada. Cada lance é como umachicotada para a pobre moça.

 Alguém terá de parar com aquilo, ele pensou. 

— Senhoras e senhores — sussurrou Kevin —, acho que acabamos deencontrar uma namorada para Christopher. Que lance poderemos sugerir?— Dez mil dólares — disse um dos presentes. 

A sala toda estava na expectativa, para aplaudir o vencedor.

 — Dez mil uma vez! — gritou o mestre-de-cerimônias, radiante por terfeito um trabalho magnífico. 

— Vinte mil — Christopher ofereceu

— Se Christopher conseguir levar Dulce para a cama, cada um de nós doarávinte mil dólares para o Instituto Savinón — sugeriu Cissy. — Se nãoconseguir, então Christopher pagará para cada um de nós essa mesma quantia.Isso se ele não dormir com Dulceem uma semana. Mas você, Christopher, nãopode contar nada a ela, ou a oferta nossa será cancelada — Cissy preveniu-o. — Mas vamos querer uma aceitação ou uma negativa às claras, e já. Oque acha, Christopher? Depende de você isso lhe custar cento e vinte mil ou vintemil dólares. Concorda? Que quantia escolhe? 

Uma exclamação de descrença soou pela sala. Christopher engoliu em seco, massua boca ganhou vida quando pronunciou a resposta:

— Vinte mil dólares! 

Rick bateu nas costas de Christopher com tanta força que ele pensou que seudente fosse cair. Mas precisava disso, Christopher reconheceu. Se para nada mais,ao menos para trazê-lo de volta à realidade. Que inferno acabara de criar?A sala parecia explodir com os aplausos. A mulher escolhida fora o principalprêmio da noite... e ele terminara sendo o herói. 

De repente, Claire apareceu a seu lado, dizendo: 

— Retire seu lance já, Christopher. Está estragando tudo. Essa foi a coisa maisidiota que você já fez na vida, meu irmão.

Christopher olhou para Rick e para Steve, que assobiavam e batiam palmas coma multidão. Depois olhou para Bill, Larry e Cissy. Kevin sussurrou qualquercoisa no ouvido de Cissy. Rindo, ela olhou para o palco. Christopher seguiu-lhe oolhar caçoísta. 

Dulce parecia irritada com os aplausos do auditório.

Por um segundo, Christopher admitiu voltar atrás. Mas pensou em Dulce. A última coisa que queria era humilhá-la ainda mais.

— Por que está tão aborrecida, minha irmã? Tenho o dinheiro que prometi — ele disse a Claire.

— Não é pelo dinheiro, mas você estragou tudo. Demos a Phillip a quantia suficiente para um lance de dez mil dólares, mais do que suficiente para ele vencer. Mas depois aquele outro apostador entrou com a oferta. Quando ele parou, você entrou com seu lance e pôs tudo a perder. Christopher franziu a testa. O leilão fora preparado anteriormente?

— Vocês planejaram tudo? Dulce sabia de tudo?

— Claro que não. Ela jamais aceitaria.

— Então, por que fizeram? — ele perguntou, mas já sabia a resposta. Fora bem um trabalho de mulher. Quantas vezes Claire tentara arranjar uma esposa para ele!

— Por que fizeram isso com Dulce? — Christopher repetiu sua pergunta.

— Porque gostamos de Dulce. Ela é uma mulher tímida, reservada. Porém embaixo dessa reserva há muito calor, e ela merece um homem bom, que a trate com carinho. Nós decidimos lhe arranjar o companheiro perfeito e que ele se divirta na semana de férias.

— Quem é "nós"? E que férias? O mestre-de-cerimônias começou a acalmar a multidão.

— Ok, ok, ok. Obrigado. Agora o homem dadivoso que fez oferta tão generosa quer por favor subir no palco para eu lhe dizer exatamente o que ganhou? Steve pegou Christopher pelo braço e levou-o às escadas que conduziam ao palco, mas não antes de Cissy e Kevin lhe dizerem mais uma vez que fizera um lance ridículo.

Christopher arrumou a gravata e subiu no palco. Ele e Norman apertaram-se as mãos.

— Sou Norman Grant. E você? — Christopher Uckermann.

— Christopher? Tem certeza de que seu nome é Christopher?

Christopher cruzou os braços.

— Era Christopher, na última vez em que olhei para minha carteira de motorista.

— Bem, Christopher, deixe-me ser o primeiro a cumprimentá-lo. E um homem de muita sorte.

— Eu sei.

— Senhoras e senhores, é com prazer que lhes apresento o vencedor — Norman declarou. — Dulce e Christopher, desejamos que se divirtam muito. Suas férias de sete dias começam com uma limusine que os levará ao Aeroporto Nacional Reagan, de onde seguirão num voo charter para o luxuoso Club Paradise.

A multidão aplaudia. Mais uma vez Christopher tentava ver Dulce, sem sucesso.

— Sorria, por favor — Norman lhe pediu.

— Como?

— Eu lhe pedi que sorrisse. Finja que foi sua ideia fazer o lance e que está contente por ter conseguido Dulce. Porque, se eu souber que ela está sofrendo, terá de se haver comigo. Fui claro?

Droga! Christopher engoliu em seco. Em que inferno se metera? 

Lance Indecente - VONDY [ FINALIZADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora