Capítulo 3 -2

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Dulce virou-se e deparou com uma loura usando um biquíni branco, bem reduzido. A mulher sentava-se numa cadeira próxima.

— Sim, estou — Dulce respondeu.

— Eu também — a loura confidenciou.

— Meu nome é Anahí, e minha outra metade está lá. — Ela apontou para a extremidade da piscina onde um homem um tanto idoso se movimentava na água. — Meu Manuel é uma joia, eu o adoro.

Manuel devia ter uns trinta anos mais do que ela. Um tanto gordo, calvo, pálido, ele não era do tipo de homem que frequentava lugares românticos ou passava muitas horas ao sol.

— Meu nome é Dulce. Estou aqui com um amigo — disse Dulce, esboçando para a mulher um hesitante sorriso.

— É claro que está. Todos sabem que o Club Paradise é para pares apenas. E por onde anda seu companheiro?

Dulce apontou para Christopher, e disse: — Aquele que está nadando ali.

— Em lua-de-mel?

— Bem... não.

— Viagem de aniversário?

— Não.

— Nenhuma comemoração?

— Nenhuma.

— Oh, nesse caso são como eu e Manuel. Dulce ficou rubra.

— Não sabendo como você e Manuel são, não posso responder.

O garçom apareceu e colocou a bebida na mesa, com a conta. Dulce tirou da bolsa o cartão de hóspede do hotel e mostrou a ele. Em seguida assinou a conta.

— Quero um Paradise Punch — Anahí pediu. — E pode trazer uma vodca para meu companheiro.

O garçom se retirou e Anahí dirigiu-se a Dulce.

— Não quero insultar ninguém. Mas estamos no novo milênio. Homens e mulheres que não estão casados ou noivos ou comprometidos passam férias juntos. Não há nada para se envergonhar.

Envergonhar? A palavra encheu Dulce de vergonha. Lembrou-se da mãe. Ela cometera apenas uma vez na vida um ato de que se envergonhava. Procurara esconder o fato de Faith, mas com frequência a transgressão a perturbava.

— É difícil explicar. Meu... amigo e eu estamos aqui numa circunstância que você chamaria de estranha. Nunca tivemos um encontro amoroso.

— Você veio a um lugar como este para um encontro platônico? O que há de errado? Seu amigo é gay?

— Acho que não. — Dulce teve vontade de rir. — Mas reconheço que a situação é um tanto estranha. Algumas amigas me deram esta viagem de presente, mais ou menos isso. E Christopher, por amabilidade, veio comigo.

— É parte do presente? Mostre-me de novo onde ele está.

Como um deus bronzeado, Christopher saía da água. Anahí apontou para o deus bronzeado.

— Santo Deus! Alguém lhe deu esse homem como parte do presente? — Anahí ergueu o corpo da cadeira. Pondo os óculos de sol na ponta do nariz, fitou Dulce. — Preciso procurar outras amigas que me dêem presentes desse tipo.

Christopher pegou uma toalha e esfregou-a nos cabelos. Quando levantou a cabeça viu Dulce e acenou, sorrindo.

— Está me dizendo que está aqui com um heterossexual e ainda não dormiu com ele? — Anahí fez isso soar mais como um crime do que uma simples pergunta.

— Chegamos só esta manhã. Não houve tempo... Quero dizer... nós não...

O garçom trouxe as bebidas e Anahí assinou a nota.

— Bem. Espero então que você esteja planejando alguma coisa. Do contrário imaginarei que não regula da cabeça.

Antes que Dulce pudesse responder Christopher chegou perto dela, sorrindo como se houvesse ganho uma competição.

— Muito bem, você veio — disse.

Dulce sentiu seu coração palpitar com força. Christopher estava ainda mais lindo perto do que à distância.

— Levei muito tempo para decidir o que usar. — Ao menos dissera a verdade.

Christopher examinou-a dos pés à cabeça.

— O maiô ficou lindo em você. Suas amigas têm muito bom gosto.

— Pode dizer isso de novo — observou Anahí. Ela ergueu a mão carregada de anéis para Christopher.

— Meu nome é Anahí, querido. Posso chama-lo de querido, não? Não se importa? Dulce é muito faladeira. Ela acaba de me contar como conseguiu estas férias.

— Meu nome é Christopher. Prazer em conhecê-la. — Ele sorriu ao apertar-lhe a mão. — É um prazer tê-la conosco, querida. — Christopher sentou-se perto de Dulce.

— Fez as reservas para o tênis? — Dulce lhe perguntou.

— Sim. Dez e meia da manhã. Podemos usar a quadra durante uma hora.

— Vocês jogam tênis? Que maravilha. Manuel e eu não jogamos, mas gostamos de assistir ao jogo. No ano passado ele me levou a um campeonato. Neste julho iremos a Wimbledon — isso é na Inglaterra. Importam-se se formos ver os dois jogarem amanhã?

— Depende de minha parceira. Será a primeira vez para ela jogar numa quadra e não quero que fique nervosa.

— Podemos, querida? Sim? — Anahí fitou-a com olhar suplicante. — Manuel e eu podemos assistir ao jogo?

Dulce forçou um sorriso. Afinal, a quadra era aberta a todos os hóspedes. Mesmo que ela e Christopher quisessem, não poderiam impedir que qualquer pessoa assistisse aos jogos. Mas se Anahí e Manuel iam mesmo a Wimbledon, iriam ter grande decepção no dia seguinte.

— Tudo ok — Christopher concordou por Dulce.

— Ótimo. Vou dar a notícia a meus amigos. Até amanhã de manhã. — Anahí levantou-se e apanhou suas coisas. Depois pegou o copo de vodca de Manuel e levou-o para ele, que saía da piscina com grande dificuldade, aliás.



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Desculpe a demora, prometo postar mais frequente. 

O que acharam na Anahí? 

Amanhã termino o capitulo 3 o/  

Lance Indecente - VONDY [ FINALIZADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora