Antes que Dulce se desse conta, Christopher sentou-se e a carregou no colo. Beijou-a, gentilmente de início, depois com intensidade. Quase sem fôlego, Dulce fitou-o, e o que viu nos olhos azuis fez seu coração quase parar.
— Há mais uma coisa que não lhe contei ainda. Saí da firma hoje. — Christopher falou com orgulho, feliz, e estranhamente em paz. — Sou oficialmente um trabalhador autônomo.
— Deixou o emprego? Por quê?
— Porque prometi a alguém que amo que entrarei na escola dela como aluno. Isso tomará todo meu tempo.
Dulce enxugou uma lágrima.
— Diga isso de novo.
— Serei um aluno particular.
— Não essa parte. A primeira parte.
— Ah, a primeira parte. Eu estava pensando nisso quando chegamos a esse ponto de nossa conversa. Eu te amo, Dulce. Nunca achei que seria possível eu amar uma pessoa assim. Quando você recusou meu pedido de paz, pensei em suplicar de joelhos. Se continuasse me rejeitando, me arrastaria até morrer ou vencer sua recusa. Dulce relaxou nos braços dele, sentindo-se no lar pela primeira vez na vida.
— Não preciso de flores ou jóias como provas de seus sentimentos, Christopher, e não quero que se arraste no chão. — Ela riu. — Bem, talvez apenas um pouco.
— Sádica! — ele queixou-se, rindo também.
— Eu te amo, Christopher. E muito. Você não é nada parecido com o homem que pensa que é. Por esse motivo, te amo ainda mais.
Christopher beijou-a outra vez e Dulce desejou ficar nos braços dele para sempre. Mas tinham de enfrentar a realidade.
— E seu pai? — ela perguntou.
— Meu pai? O que tem a ver meu pai com nosso sentimento?
— Ele deve ter odiado minha mãe. E o dinheiro que gastou aqui...
— Foi usado em boa causa. Não apenas me ajudou como ajudou cada criança que entrou no Instituto Savinon. O que se teria feito sem o novo auditório, o campo de atletismo, ou a lanchonete? Além disso, meu pai provavelmente contabilizou essa despesa para descontar no imposto de renda. Ele é um grande aproveitador.
— Mas ainda é seu pai — ela sussurrou, aconchegando-se mais nos braços dele. — E não vai se sentir feliz pelo fato de nós dois estarmos juntos. Estamos juntos, não estamos?
Christopher abriu um sorriso de orelha a orelha.
— Definitivamente, planejo fazer de você e desta escola a ocupação de minha vida. Na realidade — ele remexeu no bolso do colete e tirou de dentro um pequeno estojo de veludo — comprei uma coisa para você. É um presente que espero não seja devolvido.
Dulce deu um grito de alegria quando abriu a caixa e deparou com um diamante oval lindamente montado na platina.
— Trata-se de uma proposta de casamento? — ela indagou, ao pôr o anel no dedo.
— Mais do que uma proposta de casamento. Quero que seja minha sócia pelo resto de nossas vidas. Não posso me enxergar neste mundo sem você.
— Ora, ora, sr. Charmoso, que romântico!
— É verdade, Dulce, você ficou sendo todo meu mundo. Quando me abandonou sozinho na ilha, achei que minha vida havia terminado. Tinha certeza de que jamais me perdoaria, e eu não queria continuar vivendo. Fui à quadra de tênis e bati bolas até minha mão sangrar, tão perdido e amedrontado me sentia.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Lance Indecente - VONDY [ FINALIZADA]
RomanceAté que ponto seria aceitável ser leiloada para salvar uma escola de falência? Vinte mil dólares! Esse foi o lance que Christopher ofereceu para ter um encontro intimo com a sensual professora Dulce. Passaria sete dias numa paradisíaca ilha nos tróp...