— Não sei por que estamos fazendo este passeio ridículo — Cissy resmungou — quando ainda nem tivemos chance de ver Christopher e Dulce pelo hotel. Só porque não os vimos no breakfast não quer dizer que ainda dormem.
— Já lhe disse, é tarde demais para desistir. Agora preste atenção e tente não perder de vista nossos companheiros de excursão — Kevin preveniu-a. — Ainda poderemos encontrar as pessoas que procuramos.
Cissy estava desanimada com a idéia de Kevin ter insistido com o passeio na floresta.
— Por que tenho a impressão de que você está mentindo para mim? — Cissy perguntou.
— Nunca minto. Apenas disse que Christopher e Dulce talvez houvessem decidido tomar parte neste passeio. Foi o assistente da Recepção que me fez acreditar que eles viriam.
— Bem, nesse caso ele também é um mentiroso. Se eu ainda tiver um pouco de juízo, me esquecerei de todos os homens e entrarei num convento quando voltar para casa.
Kevin observou o modo como Cissy sacudia os quadris e sorriu. Estavam no meio de uma floresta e ela usava uma camiseta vermelha, short preto super curto, e sandálias de salto alto. Isso sem falar na maquiagem. A idéia de Cissy se tornar uma freira era tão cômica como a de o papa concordar em tomar parte num filme pornográfico.
— Não insista nessa idéia fixa, Cissy — ele disse, apontando para as flores, a cachoeira e a floresta muito verde. — Temos aqui a Mãe Natureza em seu maiôr esplendor.
Cissy ignorou todo esse discurso. Naquele instante, pendurada numa árvore bem à sua frente, estava uma serpente. Grande, horrível, listrada de verde e vermelho, fitava-a de maneira ameaçadora.
— É... é... é... — Cissy gaguejou. — Acho que ela quer me comer. Não fique aí olhando. Faça alguma coisa, Kevin. Ele olhava para a fila dos excursionistas que caminhavam à frente. A serpente não fora parte de seus planos. Mas ajudava. — Kevin, você ouviu o que eu disse agora mesmo? Precisa fazer alguma coisa.
— Será que a serpente é venenosa?
— Será? — Cissy deu um pulo.
— Não me lembro de o guia ter dito que havia serpentes venenosas aqui.
— E acha que algum responsável pelo hotel iria dizer aos hóspedes que havia esse tipo de animais neste lugar? Ninguém apareceria. Kevin fez Cissy seguir a sua frente e os dois andaram umas três horas pela mata.
— Olhe para o chão — ele aconselhou-a. — Pode haver outra serpente por aí.
— A única serpente que vejo agora está bem atrás de mim — ela disse e parou de repente. — Eu não me surpreenderia se viesse a saber que essa tortura foi planejada por você com o fim de me assustar. Além de ser mentiroso, é uma criatura detestável. Ele tinha de fazer alguma coisa para aquela mulher calar a boca.
— Ei, se quiser tocar naquele bicho para ter certeza de que não é de borracha, siga em frente. Não vou impedir.
— O que acho é que devemos voltar ao hotel e procurar Christopher e Dulce. Alguém deve saber por onde eles andam.
— Não sei que atalho nos levaria ao hotel. Você sabe?
— Onde foi parar todo mundo? — Ela olhou para o lugar por onde seguiam os excursionistas. Não havia ninguém.
— Vamos encontrá-los. — Kevin deu-lhe a mão. — Mas sugiro que ande mais depressa.
Ela deu alguns passos e caiu tropeçando num tronco de árvore. Começou a chorar.
— Acho que quebrei alguma coisa! — gemeu.
Kevin ajoelhou-se na frente dela e tirou-lhe a sandália do pé.
— Isso não teria acontecido se você tivesse seguido as instruções dadas. Foi dito para usar roupas e sapatos confortáveis. Lembra-se?
— O sapato que uso era confortável até um minuto atrás. Quebrei meu pé, não foi?
— Duvido, mas torceu o tornozelo. — Kevin tirou da sacola ataduras, envolveu o tornozelo de Cissy e a fez colocar de novo a sandália. — Como se sente? Não está muito apertado esse curativo? Espero que não, pois não quero cortar sua circulação. Kevin sorriu e abraçou-a. Fixou o olhar nos lábios dela na esperança de que Cissy se lembrasse daquele primeiro beijo.
— Por que está rindo? — ela lhe perguntou. — Seu rosto está todo sujo.
Cissy passou a mão pelo rosto.
— Ficou limpo? — perguntou.
— Não completamente. Tem ainda um pouco de terra aqui. — Bem devagar, ele roçou a boca no lábio inferior de Cissy. — E aqui. E aqui. Ela agarrou-o pela camisa, puxando-o para perto de si. Kevin então aprofundou o beijo. Estava pronto a levá-la para a caverna... quando Cissy empurrou-o. Mas não antes de ela ler o desejo impresso em seu olhar.
—Não posso... não podemos...—Cissy parecia ter acordado de um sonho. — Pare com isso, seu pervertido.
Kevin sacudiu a cabeça, porém, sabendo que ela o desejava. E isso era suficiente, por enquanto.
— Linda conversa vinda de uma mulher que resgatei duas vezes em questão de minutos. Venha, vamos ver se podemos encontrar os outros.
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Lance Indecente - VONDY [ FINALIZADA]
RomanceAté que ponto seria aceitável ser leiloada para salvar uma escola de falência? Vinte mil dólares! Esse foi o lance que Christopher ofereceu para ter um encontro intimo com a sensual professora Dulce. Passaria sete dias numa paradisíaca ilha nos tróp...