Outra vez.

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Fiquei calada tentando raciocinar tudo o que ele disse, mesmo que eu já tivesse entendido... Fui eu a culpada de tudo, fui eu que estraguei os planos de meu pai, fui eu o motivo de sua morte, eu sou a culpada pelo sofrimento de seu povo, eu era a culpada de tudo. Estava com ódio, ódio de mim por ter feito tudo isso e não ter sido castigada por todo esse sofrimento. Eu deveria ser morta, não deveria ter o direito de viver... De existir... Tudo o que eu queria nesse momento era ter nascido morta ou nem ter tido a oportunidade de nascer, eu quero morrer por ter causado tudo isso, jamais deveria ter existido.

-Que raiva. - gritei sem ao menos perceber que tinha feito, as poucas pessoas que passavam por nós me olhavam com um olhar assustado ou de curiosidade. – O que foi? Vocês não tiveram a vontade de gritar ou de nunca terem existido? Vão cuidar de suas vidas. - gritei para quem me olhava que logo desviaram os olhos de mim e continuaram seus caminhos.

-O que está acontecendo? - tinha me esquecido da presença de Edward que me olhava espantado, ultimamente tenho tido muito dessas explosões de raiva.

Continuei andando sem ao menos lhe dar uma resposta. Chegamos a um parque onde tinha uma lagoa, era lindo. Quando eu queria pensar, esse era o meu refugio ou a floresta. Sempre gostei de lugares aonde pouca gente vão, lugares calmos, onde ha natureza. Aqui é um daqueles lugares aonde iam poucas pessoas, nunca entendi o porquê disto, pois este lugar é maravilhoso.

- Então? - Edward perguntou erguendo uma sobrancelha.

-Eu simplesmente estava com raiva de mim. - respondi ignorando seu olhar e sentando-me na margem do lago, olhando fixamente para a imagem maravilhosa a minha frente.

-Estava? - ouvi sua voz soar debochadamente.

-A natureza me acalma. - respondi olhando para ele voltando a olhar para o lago e seu olhar seguindo o meu.

-Hm e qual foi o motivo da raiva? - senti seu olhar penetrar em mim.

-Eu. - respondi.

-Como? - disse ele sentando-se ao meu lado que até agora estava de pé.

-O motivo da raiva era eu, porque fui eu a culpada por tudo o que aconteceu, fui eu a culpada pela morte de meu pai e o sofrimento de minha mãe... Eu não deveria ter nascido. - disse tudo o que estava entalado na garganta. Senti as mãos de Edward em cada lado do meu rosto fazendo-o virar para seu lado encontrando seu olhar triste.

-Por... Por favor... Não diga mais isso, não se julgue não se culpe, não foi sua culpa... Na verdade você nasceu na hora que tinha que nascer, mas quando você nasceu obviamente a noticia foi espalhada por todo o nosso povo e nele tinha um traidor que avisou a Victor, eles estavam planejando tudo, para que você e sua mãe não tivessem a oportunidade de fugir, eles queriam matar você e esse era o momento certo.

-Foi Valentin, não foi? Foi ele que avisou Victor sobre meu nascimento? - disse com muita raiva. Edward fez uma cara de chocado e depois se recompôs.

-S... Sim, foi ele. - confirmou o que eu já sabia.

-Ele vai ser o segundo da minha lista. - disse para mim mesma.

-Não mesmo. - repreendeu Edward.

-Porque não? - perguntei frustrada.

-Porque ele é meu. - disse ele sorrindo maliciosamente. - E Victor também, não deixarei você com ele.

-Muito protetor. Eu vou deixar você com Valentin, mas Victor é meu.

-Victor é poderoso e você não sabe nem uma luta básica. - disse superior.

-Quem disse? - perguntei arqueando uma sobrancelha e sorrindo debochadamente.

-Eu.

-Pois fique sabendo que eu já fiz aulas de luta e fui a melhor aluna. - ri com sua expressão de surpresa.

A Meio VampiraOnde histórias criam vida. Descubra agora