47. Conselhos

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A viagem de Washington para a Fazenda de Clint estava levemente silenciosa e desconfortável. Samanta e Samuel tinha se desentendido no café da manhã e a garota jogou um copo inteiro de leite na cara dele, quase o afogando. 

Como Bucky tinha dado razão à garota, Sam não estava falando com ele também, o que piorava o clima que já estava ruim desde a madrugada anterior. 

Emma e Steve tinham dormido em quartos separados, afinal, quando ela foi deitar, trancou a porta impedindo assim, que Steve fosse deitar junto com ela e eles pudessem conversar. Isso irritou o homem ao ponto dele ignorar ela no café da manhã, e com isso, ser ignorado de volta no resto daquela manhã inteira. 

É claro que os ouvidos aguçados de Bucky e Steve tinham captado a conversa de Emma com a mãe, no canto do avião. Ela estava bastante irritada com Steve, mas também estava com o pai. Steve estava dando um pouco de razão a ela, mas não queria que ps dois brigassem por causa dele. 

Então, apenas ficou quieto, brincando com o cordão no pescoço. O pingente de Sol vazado não significava mais "alguma coisa" só para Emma. Significava para ele também. Saber que Emma tinha dado para ele algo que ela tinha uma estima grande fazia Steve se sentir amado. 

Talvez, ele nunca tivesse se sentido assim antes. Não de verdade. Não com tanta intensidade. 

-Você devia ir falar com ela. - Bucky comentou, de cabeça baixa, em um tom de voz que não passava de um sussurro. - Minha experiência me diz que as mulheres odeiam quando os homens não correm atrás. 

-Eu vou. - Steve guardou o pingente para dentro da blusa de novo. - Mas eu não vou agora. 

Bucky deu de ombros, levantando do lado de Steve e indo sentar ao lado de Emma. Os dois começaram a conversar sobre qualquer coisa enquanto Samanta sentava ao lado de Steve, bufando. Franzindo a testa, Steve se virou para ela.

-Que foi, Sam? 

-O babaca do seu melhor amigo! No caso, o outro babaca, não o Bucky! 

Steve percebeu que Bucky ouviu quando ele apenas revirou os olhos, mas continuou conversando com Charlotte e Emma. Steve cruzou os braços e esticou o corpo, encarando a mulher. 

-O que o Sam fez? 

Samanta não respondeu. Ela apenas suspirou e olhou ao redor. Então, fez um sinal com a cabeça para que Steve seguisse e eles saíram da "classe econômica" para a "Classe Especial", onde poderiam conversar sem serem ouvidos. 

Samanta esperou até que Steve sentasse ao seu lado, em uma das últimas poltronas, e o encarou. 

-Eu sei que você e a Emma estão meio abalados e desculpa mesmo te forçar a me ouvir, mas você é o melhor amigo do Sam! 

-Tudo bem, Sam. - Steve sorriu, puxando Samanta pelos ombros para perto dele. - Eu sou todo ouvidos! O que aconteceu? Vocês não estavam bem ontem?

-É, a gente estava. - Samanta suspirou, enfim, deixando a pose marrenta de lado e quase chorando. - Mas, aparentemente… "A gente não vai dar certo porque eu sou muito nova!". 

Steve franziu a testa, sem entender o que ela quis dizer. Samanta voltou a falar. 

-Eu… Eu não devia, Stee. Mas eu gosto do Sam. De verdade. Ele parece comigo em muitos aspectos e eu achei que o que a gente estava tendo era… Especial, sabe? Ele me entende, apoia minhas loucuras, faz eu me sentir especial e me faz rir, ao mesmo tempo que me irrita e… 

Steve esperou. Samanta limpou a primeira lágrima que caiu. 

-Eu achei que era especial, sabe? Como você e a Emma… Mas acho que eu fui só mais uma diversão para ele. Eu sempre sou só mais uma diversão para todo mundo e eu sei que a culpa é dessa merda de cérebro que eu tenho! Isso assusta as pessoas! Mas é que… Ele parecia mesmo gostar de me ouvir falar sobre a montagem de um programa ou sobre como hacker o Facebook… Eu tô me sentindo uma idiota! Desculpa!

Human. • Steve Rogers. Onde histórias criam vida. Descubra agora