18. Suspeito

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Ter Bucky no apartamento não ajudou tanto quanto Steve achou que poderia ajudar, afinal, mesmo traumatizado, aquele ainda era o Bucky que ficava fazendo piadinhas sempre que Steve se interessava por alguém. 

Mas, ao menos, ele sabia lidar com ele. 

O que Steve não sabia lidar era com Sam e Bucky, juntos, fazendo piadinhas com o fato de que ele ia sair novamente sozinho com Emma. Quer dizer, eles nem mesmo se gostavam, estavam brigando cerca de dez minutos antes, quando Steve apareceu no prédio e entrou com Sam no apartamento, ao achar o amigo na portaria. Quase quebraram a televisão e o sofá. 

E no entanto, agora estavam sentados, um  ao lado um do outro, trocando idéias sobre como Steve podia beijar Emma. 

Não que ele não quisesse beijar. Queria, claro, muito. Mas não beijaria. Não por ser santo ou algo assim. Por não achar que Emma quisesse o beijar de volta. E mesmo se quisesse, não queria despertar nela um sentimento que não ia para frente. 

Ainda penteando os cabelos na frente do espelho, ignorou a pergunta de Sam sobre não estar na hora dele perder a virgindade e se concentrou em procurar o frasco de perfume. 

Bucky deu uma risada alta e encarou Steve, incrédulo. 

-Você disse que era virgem?! 

-Eu não disse nada! - Steve rolou os olhos. - Eles que chegaram à conclusão que eu era virgem! 

-Você não é virgem?! - O queixo de Sam só não parou no chão porque estava preso em seu rosto. - Como assim?! Quando? 

Bucky riu e se apoiou na porta do banheiro. 

-É óbvio que ele não é! Eu não deixei, né? Imagina se ele ia ter 18 anos e continuar virgem?! Não mesmo! 

Silêncio. Sam coçou a cabeça e começou a rir, meio sem graça. 

-Bem, tudo bem que eu achava a amizade de vocês estranha, mas… Caraca, nunca imaginei. Meio "inconvencional" mas… Você gostou, Steve? 

Steve quase escorregou no tapete do chão do banheiro de tanto rir ao finalmente, entender o que Sam entendeu. Bucky deu um tapa forte na nuca de Sam. 

-Não é isso, não, seu retardado! Eu levei ele num puteiro! 

-Bucky! - Steve reclamou, dando um tapa nele. 

-Okay, Bordel. Casa das primas. Zona.  Qualquer coisa desse tipo! Não foi comigo, idiota! Foi por minha causa! 

Steve sentou no vaso sanitário, com dor na barriga e falta de ar. Sam soltou todo o ar que tinha prendido nos pulmões. 

-Meu Deus! Se explica direito, homem! Achei que o Steve e você… Jesus! 

-É necessário esse anencéfalo continuar vivo? - Bucky apontou com um dedo para Sam, que apenas revirou os olhos e encarou Steve. 

-Sim, Bucky. É. Deixa eu passar… 

Steve se enfiou entre os dois amigos e saiu do banheiro, correndo para o quarto e trancando a porta antes que eles decidissem entrar junto com ele. Com mais calma, Steve terminou de se arrumar em frente ao espelho do armário. 

Mas talvez, tenha tido calma demais, porque ouviu a campainha tocar e quando encarou o relógio no pulso esquerdo, percebeu que já eram duas e quinze da manhã. Tentou sair correndo, mas Sam já tinha aberto a porta e Emma já estava sentada no sofá, teclando no telefone.  

-Ah… Oi. - Emma sorriu e levantou do sofá. - Já está pronto? 

Steve deixou o olhar percorrer o corpo de Emma por segundos. Ela vestia uma calça jeans apertada e uma blusa decotada, que deixava à mostra grande parte do seios pequenos. A blusa xadrez vermelha estava dando um toque de cor em meio ao preto da roupa. E para completar, Steve reparou nos saltos e no batom vinho. 

Human. • Steve Rogers. Onde histórias criam vida. Descubra agora