CAPÍTULOS 42:"Número 21"

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Eu começo a ficar rouca de tanto gritar com as outras meninas e também meninos que vieram da nossa escola. O jogo não está tão fácil quanto imaginei, com 20 minutos um gol dos nossos já tinha saído mas com certa dificuldade. Olho o relógio. São 19 horas.

Lucas corria para lá e para cá, sua camisa era número 21, ele tentou por várias vezes fazer o gol mas a defesa do outro time estava muito fechada. Will apita o final do primeiro tempo. Os meninos da nossa escola se juntam para beber água e discutir sobre o jogo, eles parecem nervosos. Desço a arquibancada baixa e entrego uma garrafa de água para Lucas, pro João e as outras meninas descem comigo.

- A gente não tá fechando a defesa direito, não dá cara, assim eles vão conseguir avançar rápido e fazer gol na gente -Felipe diz limpando o suor do rosto.
-Valeu-Lucas diz pra mim depois de vira  de volta para eles - Mas a questão é que os caras fecham muito a defesa deles, eles tão focados em não levar mais gol.
- Lucas cara tu tem que tentar atacar nesse segundo tempo, tu e Bruno sobem a gente fecha lá atrás.

Eles começam a discutir mais sobre o jogo Lucas me devolve a garrafa.

- Tudo bem ? - pergunto.
- É só um amistoso, mas os caras jogam bem, se continuar assim a gente não tem chance no próximo jogo.
- Mas o próximo jogo é só a nossa turma não é? - pergunto e ele concorda.

Will atravessa a quadra e manda os jogadores se organizarem novamente. A torcida está barulhenta.

Will me vê. Estou parada no mesmo lugar segurando a garrafa de água.
-O que você tá fazendo aqui?- ele pergunta, parado ao meu lado mas sem me olhar.
Alguns meninos amarram o cadarço do tênis.
- Vim ver o jogo. - digo, seca.
- Você veio ver o jogo ou veio ver uma pessoa específica jogar ?

Que idiota !!

Ignoro sua pergunta. Ele apita. Volto para a arquibancada.

Bruno faz mais um gol e conseguimos a Vitória por 2 a 0. São 19:40 quando eles estão reunidos com o Will em frente nossa torcida comentando alguns detalhes antes de irmos embora.

Eles terminam a reunião e entrego a mochila de Lucas enquanto seguimos para saida. Esperamos eles trocarem de roupa na porta.

- Vem, eu te levo em casa. - Ele secou o suor e trocou de camisa. - Eu pedi um uber, é no caminho da minha casa, Felipe e Valéria vão com a gente.

Eles me deixam e casa e dou um selinho no Lucas de boa noite. O carro do Gustavo está na porta. Hoje não, mas amanhã eu converso com ele.
◇    ◇     ◇

Por incrível que pareça estou mais animada hoje, ansiosa para ver o Lucas e ainda decidindo o que dizer para o Gustavo. São 8 da manhã quando recebo um sms do Lucas.

📩" Bom dia minha torcedora favorita "
Eu: " Ahahaha bom dia meu jogador favorito, feliz com a vitória de ontem ?"
Lucas: c Sim, porém apreensivo para o próximo jogo. "
Eu: " vocês vão ganhar, vocês sempre ganham"
Lucas: " Deus te ouça. Preciso estudar agora. A gente se vê mais tarde, beijos gatinha "

Passamos a tarde toda juntos novamente, no intervalo voltamos para biblioteca, no mesmo lugar que nos beijamos a primeira vez. Matamos também a última aula para ficarmos juntos. São 17:40 da tarde e estamos sentados no chão da biblioteca, estou deitada entre suas pernas e ele está encostado na parede. Conversamos muito, rimos, falamos sobre sonhos e alguns problemas. Eu me sentia leve ao lado dele, não tinha sentimento de culpa ou erro.

Ele está fazendo carinho no meu cabelo quando lembro que preciso conversar com o Gustavo.

- Eu preciso ir - digo, tentando levantar mas sou impedida por seu braços. Ele beija meu rosto.
- Ah não não não please don't go
- Ahahaha não apela, você sabe que eu adoro quando você fica bilíngue- fico de joelhos entre suas pernas. Ele segura minhas pernas uma de cada lado. Dou um beijo nele, o que eu esperava que seria rápido não consigo me conter e não paro de beija-lo. Nosso beijo é lento e aumenta a intensidade aos poucos, consigo sentir cada milímetro de seus lábios no meu. Ele me puxa para baixo e sento em seu colo ajeitando minhas pernas lado a lado de seu quadril. Ele me abraça pela cintura se movendo pra frente, automaticamente meu corpo vai para trás, seguindo seu movimento. Eu passo a mão por seus ombros, peito e puxo sua camisa. Ele segura meu rosto.

- O que preciso fazer pra que tu fique ?- ele beija meu pescoço devagar.

Oh nada por favor apenas continue.

Fecho os olhos

- Hummm...assim Eu não vou mesmo. Mas é sério preciso ir, tenho uma coisa importante pra fazer.

Ele me abraça. Ele tem cheiro de perfume doce feminino, seu cabelo está solto. Ele se volta para mim novamente e olho em seus olhos, sua pupila está dilatada fazendo o azul de seus olhos ficarem em um tom meio esverdeado.

Sorrio diante de sua beleza avassaladora. Ele era lindo, eu adorava olhar ele de perto.

Alugamos os livros para o trabalho de inglês, deixo ele na quadra para ver o jogo, pego meu irmão e vou para casa. Chego as 18:30.

Repasso todo meu discurso em minha cabeça antes de finalmente criar coragem e ir até a casa do Gustavo.

Atravesso a rua e bato em sua porta. Ele atende de calção e sem camisa.

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