CAPÍTULO 43:" Noite chuvosa"

6 1 0
                                    

- Oi - digo, nervosa, tenho certeza que ele percebeu.

Ele pisca várias vezes.

- Podemos conversar...por favor- Imploro com meu tom de voz.

Estou usando short jeans e uma blusa rosa. Um vento bate onde estou. Estava frio e nublado.

- Tudo bem. Entra.

Seguimos para o seu quarto, sento em sua cadeira da escrivaninha.

Ele senta na cama e começa a calçar um tênis.

- Você vai sair ?- pergunto
- Ah sim, vou correr, depois que você for.

Olho ao redor do quarto. Tudo impecável, Gustavo tinha um senso de organização e zelo invejável.

- Então...?- ele faz um careta.

ESTOU muito nervosa e não sei por onde começar.

- Ah você sabe sobre o que eu quero conversar...- digo, tentando introduzir alguma coisa.

- Ela não é minha namorada- ele diz, levantando e abrindo o guarda roupa

- O que ??
- A Jenny, ela não é minha namorada se é o que quer saber. - Ele tira uma regata preta e veste.
- Ah não não era sobre isso que eu queria falar, quer dizer, eu queria saber, mas não era exatamente sobre isso, não que eu não ache que isso seja importante...
- Day- ele diz fechando o guarda roupa- podemos parar com isso por favor e ser sinceros um com o outro?- ele parece cansado.

Balanço a cabeça fazendo que sim.
- Calça esse tênis, vamos correr juntos. - Ele joga um outro tênis pra mim, me calço, prendo meu cabelo e saímos.

◇   ◇    ◇
Estamos correndo calados em um pique calmo ha 5 minutos. O silêncio dele está me matando, mas eu precisava dizer alguma coisa.
Ele acelera o passo eu o acompanho por 2 minutos e não aguento, ficando para trás.

Paro e ponho as mãos no joelho tentando recuperar o fôlego. Estamos correndo em uma praça perto de casa.

- Não consegue me acompanhar?- ele diz, voltando para falar comigo.

Faço que não com a cabeça.
- okay vamos dar uma parada.

Sentamos em um banquinho lado a lado.

Não posso mais adiar meu monólogo.

- Estamos na companhia um do outro faz tempo, voce ainda nao disse o que queria dizer - Ele protesta, dando um gole na garrafa de água.
- Tem razão, talvez você estivesse certo, sou covarde de mais pra dizer a verdade.
- Você tá magoada comigo pelo que falei ainda.

Não estamos nos olhando, ambos estamos lado a lado encarando um cesto de lixo em nossa frente. Leves pingos de chuva caem sobre nós.

- Eu fiquei muito chateada com você naquele dia, mas pensando melhor, você não disse nenhuma mentira, eu me ofendi porque eu mesma não me conhecia o suficiente pra saber que era verdade.

- Tá mas eu exagerei um pouco por causa da raiva, você sabe.

Olho pra ele.

-Nao sei, pensei que disse o que queria dizer.

Ele me olha.

- Não acho que você seja covarde, nem egoísta, eu falei isso no calor do momento.

Ele volta os olhos para a lixeira.

- Então por que você me deixou ir pra casa daquele jeito naquele dia ?
- Nada que eu falasse ia fazer você ficar.

Ainda estou olhando para ele.

- Gustavo olhe pra mim. - Ordeno.

Ele me olha e engole seco.

- Por que você não veio atrás de mim?

5 segundos de silêncio.

- Talvez porque o covarde de nós dois não seja você.

As gotas de chuva ficam mais fortes. A essa altura estamos só nós dois na praça.

- Eu esperei você, eu passei uma semana sem você nem olhar na minha cara me fazendo sentir o pior ser humano de toda terra por ter sido egoísta com você- digo com voz de choro.
- Eu não sei o que você quer que eu te diga...
- Me desculpe - pego sua mão- Eu não quero discutir sobre nenhum sentimento passado ruim, sobre nada disso, eu só preciso que você me desculpe, volte a ser meu amigo, eu sinto sua falta, preciso de você Gustavo.
- Não tem como a gente ser amigo do mesmo jeito depois do que aconteceu Day.
- Ah por favor não me diga isso depois de tudo que passamos juntos.
- Não dá, eu tenho sentimentos por você, você não tem por mim entende ? Eu não consigo lidar com isso com tanta facilidade assim.

Ele levanta.

- vamos embora.
- Eu pensei que você já tinha superado isso quando apareceu com a tal jenny na sua casa outro dia - digo 
- Eu já disse, não temos nada de mais. Por favor vamos embora.

Me levanto. Está chovendo muito.

- Então por que você estava com ela Gustavo Se não sente nada por ela ?
- Por que se eu não posso ficar com você o que você quer que eu faça? Que eu fique esperando você sentir algo por mim ?

Estou emotiva, mas tento compreende-lo. Não digo mais nada e voltamos para casa correndo na chuva.
O sigo para sua casa e entramos enxarcados em seu quarto.

- Tem uma roupa sua aqui se quiser trocar.
- Não quero roupa nenhuma Gustavo eu só quero resolver isso de uma vez por todas mas você nao deixa.

Ele respira fundo.

- Eu não quero resolver assim- ele diz
- Então me mostra o que você quer fazer- digo. - Anda, me mostra
- Você vai querer fugir de mim
- Não vou, prometo.

Ele fecha a porta atrás de mim me pressiona sobre ela levantando minhas mãos sobre minha cabeça, cola seu corpo no meu me beijando forte. Estou suspirando com seu beijo rápido e forte.  Tento me soltar ele não deixa me pressionando com mais força contra parede.

- Gustavo ?- batidas na porta.

Levamos um susto e ele me solta rapidamente

- Oi vó.- ele responde me olhando nos olhos.
- Você vai deixar o carro do lado de fora? Está chovendo muito.
- Ah eu já vou colocar na garagem.
- Não demora. Boa noite.

Ele me olha e se afasta.
- Você já pode ir embora se quiser - Ele diz
- Você tá me expulsando ?
Ele tira a camisa e o tênis molhado e segue para o banheiro.
- Não claro que não mas eu sei que é isso que você quer

Ah mas se ele acha que sabe realmente o que eu quero ele está muito enganado.

Ele está no banheiro ligando o chuveiro, crio coragem e invado o box. Aqui estamos nós novamente.

- Quem disse pra você que eu quero ir embora ?


Os Homens Da Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora