Os Homens Da Minha Vida

CAPÍTULO 8: "É só dizer a verdade"

Meu irmão ficou do lado de fora enquanto eu e meu pai entramos na sala. Era tão fria. Sinto-me nervosa novamente. Will aperta meu ombro levemente.

Ok eu só preciso dizer a verdade.
    {....}

- Eu juro que só conheço o Gustavo que é meu amigo e mora em frente da minha casa, eu não sabia de verdade que eles estavam com drogas.- tento parecer mais calma.
- A questão é que recebemos a denuncia pra sua casa, e eles estavam lá.
- Mas não fui eu quem convidei.

Faço cara de choro. Eu só queria chorar.

-Então quem convidou ?

Dizer que o Gustavo convidou poderia piorar a situação pra ele.

- Não sei.
- Senhorita mas a festa era sua, tenho certeza que não entrou ninguém na SUA casa sem que você soubesse.

Eu estava nervosa. Minha mão estava suando. Penso em meu irmão lá fora. Ele me faz mais algumas perguntas e me libera, o próximo a entrar na sala foi o Guto. Fico mais nervosa ainda por ele. Will tinha ficado com meu irmão do lado de fora da sala.

Depois de tudo ser esclarecido, os meninos tiveram as drogas apreendidas e passaram o resto da noite na delegacia.

-Vamos pra casa Dayane - meu pai diz, sério, chateado e cansado.
- Preciso falar com o Gustavo.
- Você não vai falar com mais ninguém hoje. Foi demais para mim.
- Pai por favor leva o Diego, eu realmente preciso falar com o Guto.
- Eu levo ela pra casa, não se preocupe- Will se prontifica. - chamo um táxi.
- Pai por favor...
Ele me dá um beijo e leva meu irmão já sonolento.
Era 1:00 da manhã.
Olho Gustavo de longe e começo a chorar. Ele me olha, arrependido e me abraça. Não retribuo.
- Me desculpa por favor...Day eu não tinha noção que isso poderia acontecer...
- Não tinha noção ? Guto, eles vivem bebendo, você sabe o tipo de coisa que eles usam, e você traz para dentro da minha casa, no dia do meu aniversário, você viu a cara do Diego ? Ele só tem 11 anos Gustavo! 11 anos !- Não o poupo da minha fúria, eu tinha que descontar minha frustração em alguém.
Ele quase chora também, está angustiado e arrependido pois posso ver em seus olhos.
- Eu sei eu sei por favor...
- Meu pai está muito chateado.
- Eu vou falar com ele, os meninos vão falar com ele e se desculpar.
- Não, sinceramente não quero mais eles na minha casa. Você não vê que isso só faz mal para você ? Mesmo que você não use esse tipo de coisa, andar com quem usa dá nisso...

Impossível ficar zangada muito tempo com meu melhor amigo, afinal ele realmente não sabia.

-Tudo bem. Eu preciso ligar pra minha avó tá bom ? Espera aqui.
- Tá bom.

Ele some rapidamente.

Sinto um braço no meu ombro, viro-me e ele estava lá. Meu corpo encaixa mais perfeitamente agora no seu. Os braços de Will eram confortáveis e ele cheirava a sabão e cereja. Eu me permito abraça-lo, entrelaçando meus braços por sua cintura.
Era tão....seguro.
Ficamos assim por alguns segundos. Ele me solta devagar.
- Está mais calma ?- ele diz, olhando nos meus olhos dessa vez. Aquele olhos verdes pareciam tão preocupados agora.
- Amham. Obrigada por ficar com o Diego, sério, que loucura, desculpa ...
- Ei ei relaxa, já passou. Você precisa dormir. - Eu só queria que ele me levasse para casa, me colocasse na cama e permanecesse comigo.
- Chamei um uber- Gustavo diz voltando. - Vamos ?
- Aí cara valeu mesmo por dar essa força. Will ajudou a gente com os policiais lá.

Olho para ele com ternura. Ele era tão cuidadoso. Quem era esse homem que só de segurar minha mão me passava segurança ?

- Estou indo para casa também.- Will diz.
- Dorme lá em casa- Guto oferece- Fica tranquilo cara, amanhã levo você em casa, não se preocupe em ir uma hora dessas não. Você mora longe.
- Por favor...- digo baixinho, Will faz minha leitura labial.
- Tá bom. O Uber já está aí ?
- Sim, vamos- Guto pega minha mão e seguimos para o carro.

Não consigo conter o sono e acabo caindo no colo de um deles dois, mas eu estava morta de sono demais pra me preocupar se era o colo no qual eu realmente gostaria de estar.