CAPÍTULO 24: "Minha aluna"

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Dou graças a Deus quando o jogo acaba e sinto minha cabeça latejar nos últimos horários. Peço para o professor de química me liberar mais cedo, minha cabeça parecia que ia explodir. Ligo para o meu pai. Ele está vindo me buscar. Lavo meu rosto no banheiro e me arrependo não ter aceitado o remédio mais cedo. Sento-me em um banco no corredor ao lado da sala de equipamentos. Encosto a cabeça que agora parecia uma bomba na parede e respiro fundo.A porta da sala se abre mas estou acabada demais para ver quem é.

- Está se sentindo mal ?

Abro os olhos.

Will está na minha frente com sua bolsa de lado, um molho de chaves e alguns papéis na mão.

- Não, tá tudo bem.- digo.

Ele senta do meu lado, sua aparência é calma.

- Sua cabeça está doendo .
- Sim.
- Não foi uma pergunta.

Estou de olhos fechados novamente, a luz estava me incomodando.

- Ah.
- Eu disse pra você tomar o remédio.

Respiro fundo.

Ele realmente estava me dando uma bronca ?

- Amham.
- Mas você é teimosa demais para fazer o que eu peço.

Não respondo. Eu só queria ir embora.

- Vem vou te levar pra casa.
- Não precisa meu pai vem me buscar.
- Eu te levo logo. Vamos Day.

Levanto-me e o sigo pelo estacionamento.

Entro em seu carro.

- Você vai ter problemas se me levar pra casa ?- digo, me referindo a escola.
- Claro que não, você é minha aluna, se você estiver precisando de algo devo ajudar.

" Minha aluna" não era o melhor título do mundo.

Ele liga a luz acima de nós, eu fecho o olho e resmungo baixo.

Ele apaga um segundo depois.

- Assim é melhor ?
Faço que sim com a cabeça.

Seguimos viagem calados, ele não ligou a luz novamente. Meu pai me liga avisando que estava preso no congestionamento e eu disse que já estava chegando em casa. Meu irmão já tinha ido, iria dormir na casa da tia Leila hoje.Chegamos na minha casa. Tento abrir a porta mas está travado. Will está me olhando eu posso sentir.
- Vai me deixar descer ?

Ele destrava e desce do carro comigo. Entramos e ele tira os tênis e põe no tapete, mostrando sua meia branca impecável.

- Não precisa tirar o sapato- digo.
- Aonde ficam os remédios aqui ?- ele pergunta, ignorando o que eu disse.
- na segunda gaveta.
Ele pega um comprimido, enche um copo com água e me dá.

Tomo sem nenhum questionamento.

- Viu não foi tão difícil.

Sento-me no banco do balcão.

Ele se abaixa e desamarra meus sapatos, tirando-os. Encolho o pé quando seus dedos tocam minha pele.

- Você precisa deitar um pouco e esperar o remédio agir.

Estou olhando em seus olhos agora.

- Eu preciso ir. Vá deitar dormir.

Não digo nada. Contenho minha vontade de pular nele e beija-lo.

Ele calça os sapatos de volta e saí.

Acabo dormindo mais rápido que imagino por conta do remédio.

Os Homens Da Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora