CAPÍTULO 22: " Polichinelos"

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O horário toca quando ponho meus pés na portaria. Meu irmão corre para o andar de cima e eu vou para o vestuário trocar de roupa.Infelizmente meu primeiro horário é educação física, na quadra. Visto meus shorts e a camisa de educação física, amarro meu cabelo em um rabo de cavalo alto. Pra piorar, estou com olheiras. Passo um pouco de base e pó compacto, melhorou minha aparência.

- DAYANE !!

Escuto a voz dela e é impossível não reconhecer.

- Andy !!!- Digo, abraçando-a.

Andressa é minha amiga mais próxima na escola desde o primeiro ano, apesar de eu falar com todos acabo passando mais tempo com ela.

- Por que não veio ontem?- digo, deixando claro que notei sua ausência.
- Eu cheguei de viagem hoje de manhã. Foi incrível !! Tu tem que conhecer o Sul !!

Ela me conta os detalhes da viagem enquanto nos dirigimos a quadra.
Todos os alunos já estão aquecendo.E lá está ele. Distante e bonito. Ele está com uma camisa do time de vôlei da escola, calça folgada e tênis de corrida. Ele parece um professor. É exatamente o que ele é, meu professor.  Engulo seco enquanto ponho minha mochila na arquibancada.

- Vocês estão atrasadas.- Will solta, em um tom severo.

- Me desculpe professor, acabamos perdendo a noção do tempo no vestiário.- Andressa tenta se explicar.

Não digo nada.

- Quem chega atrasado na minha aula paga 50 polichinelos.

Ele só pode tá brincando comigo.

Andressa faz uma careta e eu reviro os olhos.

- Agora, podem começar.

Não olho em seus olhos enquanto ele fala.

Ah me poupe né ? Toda vez que eu chegar atrasada vou precisar fazer isso agora ?

Andressa começa os polichinelos mas eu não.

- Você não vai fazer ?
- Eu não.- digo, em um tom rebelde.
Ele que passou a ordem pra nós um pouco distante agora chega mais perto.

- Você também. - Ele diz, se dirigindo a mim.
- Eu não quero fazer.
- Quem chega atrasado na aula paga polichinelos. É regra, alguns já pagaram hoje.

Dou de ombros.
Ainda estou tão chateada e nem me preocupo se isso é visível. Andressa me cutuca rapidamente enquanto conta os polichinelos.

Ele me encara por um instante.
Me permito encara-lo de volta.
- Dayane por favor, se não quiser se retirar da aula, faça o que eu mandei.

Ele tinha autoridade de professor naquela quadra, e eu não queria levar nenhuma advertência por desobediência ou falta de respeito. Começo a contar os malditos polichinelos.

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