Os Homens Da Minha Vida

Capítulo 46:'' Conselho de amigo''

Depois de contar para o Gustavo que tinha ficado com o Will e com Lucas, depois com ele, me senti enjoada e com dor de cabeça. Falei como me sentia confusa em relação a tudo.

Ele ficou calado o tempo todo, apenas ouviu tudo sem me encarar, poucos carros passaram na nossa rua enquanto eu falava, alguns chuviscos caíram sobre nós, ele não pareceu se incomodar. Ficamos em silêncio por alguns segundos. Deixei ele assim, digerindo, ou pelo menos tentando.

- Ok agora eu realmente preciso que você me diga alguma coisa, me xinga ou algo assim.- Digo, seca.

- Não quero xingar você, não mais.

Menos mal, penso comigo mesma.

- Então?

- Você sabe o que eu quero perguntar.- Ele diz, em um tom baixo, leve, não parecia chateado.

- De quem eu gosto mais?

- Sim.- ele responde rápido, colocando as mãos nos joelhos. Ambos estávamos sentados na calçada baixa dele.

- Não me faça escolher por favor...

- Não quero que você escolha com quem vai casar, só quero saber de quem gosta mais. Seja sincera consigo mesma.

Respiro fundo.

- Bom, eu amo você desde sempre porque somos melhores amigos, não amo o Will assim, nem o Lucas. Também não amo eles de outro jeito. Quer dizer, não é fácil dizer exatamente o que é.- Digo, gesticulando.- Eu sempre gosto de estar com você, você me conhece perfeitamente, me entende, faz parte do meu dia a dia, você me traz conforto, paz.Me faz sentir em casa.

Ele vira e me olha.

- Sinto o mesmo.

Ele volta a encarar a rua.

- Com o Will foi paixão, eu fiquei muito encantada com ele, com a maturidade, a beleza, inteligência,aqueles olhos verdes...- Minhas memórias me levam de volta ao primeiro dia que o vi- Eu fiquei afim dele desde o primeiro dia que vi. Muita atração física, ele me fazia sentir desejada, sabe? Protegida. Quando soubemos que ele seria meu professor foi tão estranho, parecia que o mundo tinha virado de cabeça pra baixo.- Passo as mãos uma na outra, encarando-as.

- E com o Lucas?

Penso por um instante em todos os sentimentos bons que cada um deles me fazia sentir.

- O Lucas e eu nos aproximamos muito exatamente quando eu e o Will não estávamos bem, foi como por um curativo em uma ferida. Eu senti que tinha algo para me distrair, me sentia bem ,não parecia haver algo de errado, nem nada que nos impedisse. Ele é leve, romântico, me traz positividade, me faz parecer estar em um desses romances teens da netflix.

Ele e eu sorrimos.

- Você adora esses romances que eu sei.- ele bate os ombros no meu, propositalmente.

- É, você está muito encurralada Day, não queria precisar dizer isso.

- Acredite, sei disso.- Respiro fundo.

- O que sua mãe sugeriu quando contou pra ela?

- Ela disse que eu precisava escolher. Mas e se eu simplesmente não quiser escolher?

- Mas não é sobre querer, é sobre precisar. Muitas outras vezes você precisará tomar decisões sem querer, a vida é cheia dessas coisas.- Ele responde, muito seguro de sua resposta.

- Eu não queria que o Will tivesse passado por isso, fui uma grande escrota com ele.

Gustavo me abraça de lado.

- Eu amo você.

- Gus não tá ajudando.

- Como amiga, eu quis dizer.- Ele se retrata.

- Se te serve de consolo, não to chateado.

Olho para ele.

- Jura?

Ele balança a cabeça em confirmação.

- Se eu te culpasse por sentir o que sente, eu seria hipócrita, já que eu também sinto algo que não escolhi sentir. Eu gosto de você baby, como mulher, queria muito poder ficar contigo, de verdade, ser seu parceiro; mas te amo mais ainda como minha melhor amiga. Agora, você precisa de um conselho amigo, não de um julgamento.

- Qual o seu conselho então ?

- Você precisa falar com o Will, depois com o Lucas. Não acho que precise dizer tudo para o Lucas, vai magoar mais um, mas precisa falar com ele também. Depois, tirar um tempo pra colocar os sentimentos na balança, sabe, espairecer. Não acho que perto de um de nós três você vai conseguir fazer isso.

- Minha mãe me disse a mesma coisa, me sugeriu passar um tempo com ela, inclusive.

Ele levanta as sobrancelhas.

- Jura? nos EUA? É longe.

Ainda estamos abraçados.

- Acho que é uma boa ideia.

- Você quer ir?- ele pergunta, agora me olhando, fungando um pouco com o nariz.

Faço que sim com a cabeça.

- Então eu te apoio. Amanhã te levo na casa do Will pra você falar com ele, tá bom?

- Obrigada, eu te amo pra sempre.