ORFANATO SANTA LÚCIA, 2005
— Mel, que bom que achei você! — o garoto de cabelos castanhos diz, sentando-se ao lado da menina.
— oi Lucio... — ela murmura tristonha.
— não me chame de Lucio, você sabe que não gosto. — os olhos da pequena ruiva brilham em lágrimas pela repreensão, e o menino abraça arrependido. — não chore meu moranguinho. — beija os cabelos da menina, e traz para seu colo. — os Savóia estão no escritório a um tempão, acho que finalmente eles iram me adotar. — a menina se aninhou nos braços do garoto, chorando forte de saudades antecipadas do seu melhor amigo.
Dificilmente um adolescente era adotado, em especial um problemático como Lucio. Mas um fazendeiro já em idade avançada e sua esposa nunca tiveram filhos, e ele se encantou pelo garoto arredio assim que viu.
— não quero ficar sozinha aqui Didi. — a menina pediu manhosa. — quem vai dividir os docinhos comigo? — fez um biquinho fofo, e garoto sorriu com os olhos em lágrimas, apertando delicadamente o nariz arrebitado da pequena e gordinha garota.
— vou pedir ao senhor George para que ele também a adote, e se ele não aceitar. — o adolescente sorriu acariciando os cabelos espalhafatosos e vermelhos da menina. — em quatro anos, terei dezoito, então, adotarei você. — promete cheio de amor.
Quando a pequena garota chegou ao orfanato anos atrás, o garoto que carregava marcas profundas no corpo e na alma, tinha se encantado pela menina, então eles se tornará o porto seguro um do outro, até aquele dia.
...

MELISSA, DIAS ATUAIS.
Olho atentamente para as fotos da pequena cidade onde irei lecionar. Estou muito empolgada. Será a primeira vez que ficarei a frente de uma sala de aula, sobre minha total responsabilidade.
— vamos sentir sua falta Melissa. — Carmem, a dona da escola onde trabalhava, diz sincera.
— também sentirei senhora, obrigado por ter me ajudado a conseguir esse emprego. — abraço agradecida.
— não tem de que agradecer menina. — diz carinhosa, e enfia a mão na bolsa retirando de lá uma chave. — a casa esta precisando de uma limpeza, talvez alguma reforma. — a senhora grisalha diz pensativa. — mas nada muito sério. — garante.
— não tem problema, a senhora já está fazendo até demais, me deixando ficar na sua casa. — assumo agradecida.
— não estou fazendo nada demais. — dá de ombros, e caminha até sua mesa. —você precisa assinar mais alguns documentos sobre o desligamento da instituição. — me estende alguns papéis, para que eu assine.
Ela conversa alegremente sobre sua juventude na pequena cidade, enquanto assino rapidamente, ao lhe entregar as pasta com os documentos, ela abre um enorme sorriso enigmático.
— parabéns, você e a nova proprietária da casa de n°213, em frente a praça das margaridas. — arregalo os olhos assustada, e a senhora da uma gargalhada.
— mas não tenho dinheiro para paga-la. — digo apressada.
— e não posso dar um presente a minha amiga? — leva as mãos aos seus quadris fartos, em um gesto intimidador.
— mas a senhorita Gisele pode achar ruim. — me refiro ao entojo de pessoa, filha dessa senhora maravilhosa.
— você acha que minha filha iria querer uma casinha de quatro cômodos, em uma cidade que nem ao menos um shopping tem? — neguei, conhecendo bem a sua filha. — exatamente, ela já bloqueou meus bens e me deixou apenas com minha gorda pensão, essa casa ela nem ao menos se importou em toma-la. — revira os olhos com descaso.
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DOCE MEL |+18|
RomanceMelissa é doce! Doce como mel com morango. Lúcio ama aquela pequena garotinha manhosa, que é sua única alegria após sua vida ter sido tão abalada, e agora ter que viver em um orfanato. Quando foi adotado, prometeu voltar, e Melissa esperou, e esp...