DOCE MEL |+18|

CAPÍTULO 8

Melissa, orfanato 2014

A jovem olha para os papéis espalhados sobre a cama com lágrimas nos olhos.

— o que está acontecendo minha pequena. — Cléo pergunta se aproximando da amiga preocupada. — porque está assim? Alguém te fez algo? Preciso bater em algum filho de puta?

— não é isso Cléo. Esses são os papeis que pegamos mais cedo. — a ruiva fungou secando os olhos.

— e sobre seu namorado? — Melissa afirma separando os papéis, e dando um suspiro cansado.

— ele já sofreu tanto, queria poder apenas cuidar do meu Didi. — abraçou a amiga, sem conter as lágrimas. — ele era só uma criança, não consigo imaginar quanto doente é alguém que machuca dessa forma uma criança.

— um dia você irá cuidar dele meu amor, vai cuidar dele igual cuida de mim, desde que cheguei aqui. — seca as lágrimas do rosto pintadinho da amiga e da um beijinho na ponta do nariz arrebitado da mesma.

— mas você é quem cuida de mim. — Mel diz e a morena sorri assentindo.

As duas leram os documentos que contavam a história do rapaz e juram guarda segredo, e tentarem encontrá-lo, quando saíssem em alguns meses do orfanato.

— porque você acha que ele não veio como o prometido? — Melissa levou a mão ao anel no seu pescoço, tentando encontrar uma justificativa.

— não faço ideia Cléo. Ele pode ter desistido, mas eu não desistirei. — Melissa diz convicta.

— essa é minha garota. — abraçou a menor caindo juntas sobre a cama.

— obrigado por entrar nessa comigo. — Melissa agradeceu e a morena deu de ombros.

— não tinha nada melhor para fazer mesmo. Um dia quando eu estiver viajando pelo mundo, e sentir saudades de um lugar para chamar de lar, quero que você tenha um, para que eu possa chegar, e me sentir em casa. — declarou, e Mel a apertou em um abraço.

...

RAFAEL SAVÓIA, DIAS ATUAIS...

Minhas bochechas estão dormentes por causa do sorriso que mantenho nos lábios. É maravilhoso tê-la junto a mim, parece que tudo se encaixa.

— não tínhamos combinado que era um final de semana inteiro. — falo para meu irmão que apenas da de ombros. — não quero você mentindo Gus, é um hábito muito feio.

— tem razão, irei falar agora mesmo que era mentira, e que você não a quer durante esses dois dias aqui, apenas por hoje a tarde. Tadinha, irá ficar tão tristonha. — dramatiza me fazendo encara-lo bravo.

— não falei isso Gus, é claro que amei saber que irei passar esse tempo todo com ela, só estou falando que não gosto quando inventa histórias. Quer mostrar sua criatividade, escreva para o wattpad. Mês que vem você já completa treze anos. — comento e depois encaro seu sorriso por uns bons trinta segundos. — acho melhor não, você já é assim, sem ler as histórias daquele lugar, vai ficar ainda pior.

— como você sabe tanto sobre esses livros? — inqueri curioso.

— as vezes eu leio, agora deixa de ser curioso, e vai fazer seu dever de casa, que a Mel já deve está descendo para irmos cavalgar. — comento ansioso.

Quando chegamos da cidade, almoçamos e após conversamos um pouco na varanda, ela foi se vestir para darmos uma volta. Já combinei com um funcionário, para que quando saímos, ele leve uma cesta com alimentos e deixe próximo a cachoeira, onde pretendo passar a tarde com a minha Mel.