CAPÍTULO 24

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SANDRA SAVÓIA, vinte e oito anos atrás.

Quando chego a minha casa, estranho em não ver minha filha na porta, e entro inquieta. Jenessi sempre me espera na porta, porque é ansiosa demais e não consegui segurar.

— Sabrina?! — minha cunhada me olha nervosa, saindo da cozinha. — onde estar a Jene?! — suspiro cansada, sentando-se no sofá, após mais um dia de trabalho.

— o Sabino... — ela cortou as palavras, e sei que meu marido está próximo. — ele que poderá explicar. — baixou o olhar, antes de sumir novamente.

Levanto, e suspiro profundamente antes ter coragem de olha-lo. Não sabia que havia retornado, e agora provavelmente minha menina está de castigo no quarto, ou pior, ele deve ter machucado. Meu coração se aperta com a possibilidade, ainda mais quando vejo seu olhar irritado.

— não vira dar um beijo no seu marido?! — sorriu, e seus lábios apareceram minimamente, atrás do bigode.

— bem vindo, marido. — eu caminho hesitante, e fecho meus olhos, selando nossos lábios. — você... Viu a Jene?! — minha voz é baixa, e meu peito está tão acelerado, que temo perder todo o controle.

— aquela vadia. — seus olhos estão faiscando, e tremo, sentindo minha cabeça girar, quando ele pega meu cabelo. — você sabia?! Sabia que ela está prenha?! — minha garganta se fecha, o medo espalhando por minha mente.

— grávida?! — minha garganta está travada, o medo se alastrando por meu corpo. — como? — questiono a mim mesma, perdida com o impacto dessa informação.

— pode deixar, que em breve vou mostrar a você como foi que ela ficou grávida! — o seu aperto no meu cabelo aumentou, e sinto as lágrimas ardendo no meu rosto.

— o que fez com ela?! — exige, e ele começou a me arrastar em direção aos quartos e abriu a porta do quarto da Jene, e me mostrou ela no chão, sangrado e muito machucada. — meu Deus!

— aí está sua filhinha. — debochou, e logo começou a me arrastar para o "nosso" quarto, mesmo que tente soltasse, e ir cuidar da minha menina.

— por favor Sabino! — imploro que ele tenha piedade, porque sei que ele irá matar minha menina. — eu faço qualquer coisa, juro que faço o que você quiser, mas deixe ela ir. — eu me ajoelho, em quinze anos de casada, eu já perdi toda a minha dignidade.

Naquele mesmo dia, expulsei minha filha da nossa casa. Eu não queria deixá-la ir, mas uma das exigências dele, para não mata-la, era que eu fosse a responsável pelas palavras duras, e no fundo eu sabia que Jene sabia que estava sendo obrigada, e quando vi minha menina ser levada para ser deixada em algum lugar qualquer, eu sabia que meu coração havia sido arrancado do meu corpo.

Não havia mais nada que me impedisse, mas o medo que ela não estivesse segura me impedia de matar aquele infeliz. Vivia com medo dele fazer algo a ela, então aceitava tudo, até conhecer um homem mais velho, fazendeiro e que estava disposto a fazer tudo por mim, então eu me apaixonei.

— céus! — Wiliam me olhou assustado, vendo os hematomas no meu corpo. — chega disso! Eu não... Eu não consigo aceitar isso.

— ele irá matar minha filha, não posso fazer nada. — me desespero.

— estou tentando encontra-la. Eu sinto muito meu amor, mas acho que... — ele hesita. — não vamos perder as esperanças, vamos continuar procurando. Você não conseguiu encontrar nada nas coisas dele?! — neguei.

Eu tentei encontra alguma indicação de onde foi deixado minha filha, no fundo tenho o mesmo temor que Wilian, tenho medo que Sabino tenha matado Jene.

DOCE MEL |+18|Onde histórias criam vida. Descubra agora