CAPÍTULO 32 |FINAL|

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RAFAEL SAVÓIA;

Olho a aliança eu meu dedo e sorri feliz. Casado com a mulher que eu amo, e nunca imaginei que estaria mais feliz que isso. Bom, já morávamos juntos desde nossa primeira semana de namoro, porém agora é diferente porque ela é minha esposa, e inegavelmente minha.

O que estou falando?! Ela sempre foi inegavelmente minha. — Sorri para mim mesmo com essa constatação.

— Por que tá com essa cara de gato que comeu passarinho verde? — Gustavo já entra implicando.

Comi um passarinho ruivo, mas isso não é da sua conta, pirralho irritante. — Me divirto com meus pensamentos.

— O que você quer? — me encosto na cadeira do escritório, encarando meu irmão.

Gustavo tem um pouco a aparência do meu pai William, em especial seus olhos verdes espertos. Meu irmão, que não é de sangue, mas é mais que qualquer um, porque praticamente criei ele, e não me arrependo ou me decepciona com nada. Eu muito esse moleque esperto, e sei que ele faz parte de cada alegria que tenho, mesmo sendo debochado e amando tirar sarro de tudo e todos, é nosso menino.

— Nada não. — Resmunga sentando-se na cadeira a minha frente, e me olhando inquieto.

— Ei! Pode falar mano. — Incentivo, já ficando preocupado.

— Umas coisas estranhas. Não sei se deveria... Acho que ainda é muito cedo para falar sobre isso. — Levanta-se com rapidez.

— Calma Gus. Olha, se você acha que precisa agora, é porque é o momento certo. — Indico a cadeira e ele volta a sentar.

— E se ainda for cedo, e eu não tiver certeza?! — apertou os dedos de forma nervosa.

— Então ajudaremos você, até ter certeza de qualquer coisa. — Tento passar confiança, seja o que for que esteja atormentando meu irmão.

— Você pode chamar a ruiva? — assinto, e pego meu celular.

Envio uma mensagem para minha mulher, convidando a vir ao escritório, e em pouco tempo ela já entra toda empolgada. É fogo no rabo, que chama?! — Eu amo a sua disposição, porque não consigo ter ela próximo, e não ir para entre suas pernas. Creio que esse vício, seja devido à estamos apenas a um mês casado, mas espero que não alivie tão cedo.

— Gus? — puxa a saia do vestido para baixo, e não quero nem pensar sobre o assunto, porque conhecendo a Mel, aposto que tinha intensões bem safadas, com o meu chamado. — Aconteceu alguma coisa? — senta-se ao lado dele e pega sua mão.

— Não Melsinha. — Suspirou nervoso, ganhando nossa atenção. — Eu acho que o certo seria falar com minha mãe primeiro, porém eu... Me sinto mais à vontade com vocês. — Jamais havia visto o Gustavo tão inquieto, e estou até com medo do que ele aprontou.

— Estamos com você amorzinho, pode dizer qualquer coisa. — Melissa acaricia os cabelos dele com carinho.

— Eu acho. acho que sinto atração por meninos. — Soltou o ar, sem conseguir nós olhar.

Meu irmão tem treze anos, acho que é natural que comece a descobrir o que lhe atrai com essa idade, e sobre sua sexualidade, não existe muito o que pensar sobre. Não vejo nenhum problema, além de ter que ser mais protetor com ele, afinal, o mundo é uma merda cruel, com quem se aceita como é.

— Tá gostando de alguém? Porque vou logo avisando Gustavo. Sou pacifista, mas minha esposa não é não, e apesar de não saber bater, eu sei incentivar muito bem. — Meu irmão me olha espantado, mas estou realmente preocupado. — Você é muito novo, não é para pensar em namorar tão cedo.

DOCE MEL |+18|Onde histórias criam vida. Descubra agora