CAPÍTULO 18

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2° DIA DE ACAMPAMENTO.

Os pais chegaram empolgados ao acampamento, porém deram um suspiro desapontado, ao não encontra o garoto na barraca.

— ele deve ter ido fazer xixi, fica aqui, que vou procurá-lo. — Mateus promete, dando um selinho na esposa.

O pai chamou e procurou o garoto nas redondezas, desesperando-se ao não encontrá-lo. Os dois vaguearam pelas proximidades, e sem sucesso, resolveram chamar equipes de buscas, que horas mais tarde agiam com ímpeto, para encontrar o Lúcio (Rafael).

— vocês não acham que ele possa ter fugido? — André questiona aos pais, enquanto "ajuda" nas buscas.

— ele não tem motivos. — o pai responde  com segurança.

— todos os pais dizem isso. — Mateus olhou indignado para o homem. — só digo, que vocês podem terem brigado, e ele ficou sentido e foi embora.

— meu filho é amado e cuidado, não tem motivos para fugir, ainda mais em uma floresta onde ele não conhece. — praticamente rosnou, se distanciando do homem em seguida.

André encarou o casal a distância, e poderia quase ri, sabendo que estava trabalhando bem, em manter as equipes de buscas bem longe do garoto.

O casal estava desesperado, e a jovem mãe trabalhava nas buscas, mesmo tendo pânico de florestas e animais selvagens, agora nada disso importava, enquanto gritava a todos os pulmões pelo filho.

— Mateus! — a mulher chamou pelo marido, que logo estava próximo a ela. — olhe isso?! É do nosso filho. — mostrou a pequena pulseira, que o filho usava.

— sim amor. — os dois deram pequenos sorrisos esperançosos.

O casal se distanciou seguindo um rumo diferente, do que a equipe de resgate havia indicado, e horas de caminhada depois, os dois se depararam com uma pequena cabana de caça.

...

RAFAEL SAVÓIA, dias atuais...

Melissa me encara segundos seguidos, parecendo que irá desmoronar a qualquer instante. Não quero vê-la assim, porém estou me sentindo sufocado com esses segredos.

— vou conta-lo. — prometeu dando um suspiro profundo. — só promete não me odiar? — implorou preocupada. — sei que acha que sou uma boa pessoa, porém sei que mudará de ideia depois que te contar tudo o que sei, e fiz.

— não tem como odiá-la. — garanto levando a mão ao seu rosto delicado.

— só saiba que tudo o que fiz, foi por amor a você. Eu sei que nada justifica, porém... — suspirou, olhando as próprias mão.

— só me fale. — peço segurando suas mãos. — por favor.

— seus pais se chamavam Mateus e Julia, você me disse que eles eram incríveis. Seu pai era brincalhão, e sua mãe tímida e doce. — um sorriso brincou em meus lábios, ao imagina-los.

— eu já sonhei com eles, mas... você também estava conosco. — comento sentindo meu peito apertado. — você os conheceu?

— não conheci meus pais, então você sempre me ajudava a imaginar os seus. Talvez nos seus sonhos, nossa imaginação se tornasse, mas real. Quando cheguei ao orfanato, ainda era muito pequena, e você não falava com ninguém, porém ficamos próximos e nunca mais nos separamos, até você ser adotado. — assinto em entendimento, e encaro a mesma querendo fazer a pergunta que mais me assusta.

— o que aconteceu com eles? — tento segurar as lágrimas. — com meus pais?

— eles faleceram. — soluço não suportando o sufoco que tampa minha garganta. — shiiii... — Melissa me abraçou, e acariciou meus cabelos.

DOCE MEL |+18|Onde histórias criam vida. Descubra agora