MELISSA;
O Rafael me encara nervoso e preocupado, e eu com o sorriso mais sem vergonha do mundo, entrego o resultado dos meus exames.
— Amor, eu juro que não fazia ideia. — olho nossos gêmeos no carrinho, ainda são bem novinhos, seis meses para ser exata. — achei até que estava tendo alguma reação ainda do parto, ou algo parecido. — me refiro aos enjôos e algumas enxaquecas que estava sentindo, as vezes ficava indisposta e não fazia ideia que já estava grávida novamente.
— bom, vamos torcer para não ser gêmeos? — meu marido sorriu, vindo me abraçar. — vamos ter uma família grande, não é mesmo?! — Rafael parece feliz com a ideia, e gosto disso.
Sempre quis ter uma família grande, talvez quatro ou cinco filhos. Da minha primeira gravidez, veio dois garotinhos de cabelos castanhos, e com algumas poucas sardas na pele. Simplesmente lindos. E agora, estou grávida novamente, apesar que não era minha intenção engravidar tão rapidamente, porém, tinha optado pelo anticoncepcional oral, e acabei esquecendo algumas vezes.
— Eu quero. — assumo rindo. — Claro que se não quiser uma enorme, podemos entrar em um acordo, mas realmente quero muitos filhos.
— apesar de ter que dividir meu leitinho com eles, também fico feliz em ter vários pirralhos ruivos por aqui. — estapeio esse sem vergonha, que vive tirando onda com minha falta de sorte, por nossos filhos não serem parecidos comigo.
— Rafael! Nossos filhos são uma cópia sua. — estou indignada, ninguém me respeita e meus sentimentos.
— eu sei. — continua rindo.
Passei nove meses com um peso enorme na barriga, no último mês, praticamente não estava andando de tão enorme que estava, e eles nasceram o Rafael completo. Dos olhos ao cabelo, e sim, estou revoltada. Quero que os próximos sejam a minha cara, apenas para poder exibir que também tenho mini Mel.
— crianças! O que está havendo aqui?! — minha avó entra afobada.
— A Mel está grávida de novo. — Gustavo se adianta, também invadindo nosso quarto.
— tá virando bagunça, em? — reclamo, mas ninguém se importa.
— Isso é verdade? — assentimos, e ela sorri animada. — Que bom meus amores.
Nos damos realmente bem, dona Sandra é muito protetora e as vezes até mesmo conservadora demais, porém, é alguém que me faz muito bem, e também agora aos meninos. Levei um tempo para aceitar seus carinhos espontâneo, mas, depois que vi que ela queria realmente nós ter com ela, me deixei gostar e apreciar tudo que minha avó pode oferecer.
...
Com seis anos de casado, temos três filhos biológico e dois aditivos, chegando a cinco belas crianças, minha fábrica teve que ser fechada precocemente, porém, isso me fez olhar para além do meu próprio ventre, e ir em busca de crianças que igualmente fui um dia, precisando de todo o cuidado amor e carinho, que temos de sobra para dar. Minha avó se dedica muito a instituições de caridade, ajudando e criando projetos para ajudar mulheres e crianças em vulnerabilidade, e isso me enche de orgulho.
Gustavo resolveu ir fazer sua faculdade de moda na Itália, e sentimos muitas saudades daquele garoto espevitado e cheio de vida, que nos assusta e faz sorrir a cada uma de suas falas espertalhonas. Meus bebês também vivem com saudades do tio preferido, e inconsequente de todos, porque o homem é praticamente uma eterna criança, com a diferença que tem um cartão de crédito ilimitado a sua disposição, e muitas ideias absurdas em sua cabeça.
— Oi amor. — Sento-me no colo do meu marido lindo, para observar nossas crianças brincando na lama da recente chuva. — Eles vão ficar doentes.
— Que nada, estão pegando imunidade. — Justifico, fazendo o rafa rir.
A uns dias, busquei barro de louça na mata, e quando eu e as crianças fomos descobertos, não tínhamos uma parte reconhecida. Juro que quando via os vídeos na internet, imaginava mesmo que uma panelinha de barro era fácil ser confeccionada, mas, na prática, somente conseguia fazer cobrinhas e bolinhas.
— Mel, eu amo você e seu jeitinho traquina. — Dou um selinho demorado no meu amado, porque não consigo resistir a ele.
— Papai! — Carmelita se aproxima, as galochas sujas e molhadas deixando os rastinho pelo caminho. — O Jorge é tão chato. — Aponta o irmão, que apenas acena, jogando a bola para o outro.
Ela é nossa caçulinha, e está conosco a apenas seis meses. Eu amo tanto todos os meus pinguinhos de gente, e não pretendo parar por aqui, sempre desejei uma enorme família, e Rafael sempre parece muito bem com essa ideia, já que ama a todos de modo protetor e amoroso. Temos nossos receios, e o Rafa está sempre de olho em tudo, garantindo que nada de ruim chegue aos pequenos, afinal infelizmente conhece de perto a dor da vulnerabilidade de uma criança.
— E mesmo meu amor? — sem se importar que esteja suja, coloca a pequena no nosso colo.
Somos felizes, ainda continua lecionando na mesma escola, e gosto muito do meu trabalho, além do apoio incondicional do meu marido, que cuida das crianças junto a minha avó, e as babás. Sempre precisamos de ajuda, porque não é fácil cuidar de cinco pequenos, más, gosto da bagunça que encontro todos os dias, da sensação de amor que somente minha família consegue me trazer.
RAFAEL SAVÓIA;
Aperto mais a minha moranguinho, e sinto o seu cheiro bom. Quando mais jovem, pensei que minha vida seria solitária, e hoje me vejo de rodeado de pessoas que amo muito. Minhas crianças, minha mulher, minha mãe e meu irmão, são meus pilares, o motivo de toda a minha felicidade, e agradeço muitíssimo a ruivinha danada, que chegou colocando tudo em ordem, amando e cuidando de tudo e de todos e dizendo o quanto somos dela.
— Ei nenê. — Sorriu, esfregando o rosto contra meu pescoço.
Somos melosos e espontâneo, e não escondemos o quanto somos carinhosos, queremos que nossos filhos cresçam sabendo o quanto nós amamos, e o quanto os amamos. Talvez em algum lugar nossa família não seja a ideal, porque sempre haverá julgamentos por essa ou outra coisa, mas o importante é que para nós, e para quem se importa conosco temos uma família perfeita e que se ama muito.
— Precisamos conhecer esse tal de David. — Resmungo, chamando a atenção da Mel.
— Não vai assustar o rapaz. — Peço, e o meu marido sorri irônico.
— Esse é seu papel, querida. — Repasso, sabendo quem bota medo aqui.
Meu irmão está namorando um rapaz, e estamos ansiosos para tocar o terror e fazer vingança, por todos os insultos do pirralho, mas, também deixar claro que ele tem uma família protetora que não admite abusos. Gustavo é maravilhoso, as vezes um pouco expansivo com palavras, porém não vemos um real problema com isso, já que é um rapaz respeitador e amável.
— Seu irmão ainda vai pagar tão caro por nos zoar. — Sorriu malandra.
Bom, por aqui nos despedimos de vocês, deixando todo o nosso carinho para quem nos acompanhou e apoiou nossa história, sabendo também que talvez nos encontremos em breve. Beijos, e até a próxima história.
ATÉ QUE ENFIM, UM FIM! BEIJOS E ATÉ O PROXIMO.
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DOCE MEL |+18|
RomanceMelissa é doce! Doce como mel com morango. Lúcio ama aquela pequena garotinha manhosa, que é sua única alegria após sua vida ter sido tão abalada, e agora ter que viver em um orfanato. Quando foi adotado, prometeu voltar, e Melissa esperou, e esp...