CAPÍTULO 6

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Fazenda Savóia, 2009.

O rapaz sorri empolgado segurando o pequeno embrulho nós braços. Seu irmãozinho recém nascido, Gustavo.

— ele é perfeito. — Rafael murmurou com satisfação. — me sinto envergonhado por ter reagido tão mal a gravidez da mamãe.

— você só estava preocupado com a saúde dela, não pense nisso. — senhor George afirma, com pressa em sair do assunto.

— como não pensar pai?! O susto e a preocupação que dei a vocês, quando ela deveria está em repouso, poderia ter sido fatal ao meu irmãozinho. — protestou com veemência, sentindo-se culpado.

— já disse para esquecer isso meu filho, vamos apenas curtir a nossa vida, e a vida desse novo integrante da nossa família. — pediu cauteloso, sentindo-se em culpa.

Era difícil ver o filho sofrendo, e agora parecia que estava mais livre, sem as lembranças duras que antes povoava a mente jovem do filho mais velho. 

— não vou esquecer, por que já esqueci coisas demais que me fazem muita falta, mas vou tentar tira essa culpa que sinto, levando em consideração que mamãe e o Gus estão bem. — o pai assentiu dando um beijo sobre a cabeça de Rafael e olhando o mais novo.

Senhor George olhou os irmãos com amor, e depois sorriu para a esposa que olhava os três ao longe, sentada em uma espreguiçadeira. Ele caminhou até ela e sentou-se ao seu lado, então os dois encaram em silêncio os filhos.

— você acha que estamos fazendo certo, em esconder a verdade ao nosso filho? — questionou a esposa, a olhando brevemente.

— você conhece o passado dele, não acho que essas memórias farão falta. Nosso filho parece outra pessoa, está mais aberto emocionante. — a mulher respirou fundo e segurou a mão enrugada do esposo. — nosso filho foi um milagre, nossos dois filhos são um milagre, então vamos protegê-los, mesmo que seja das lembranças.

— e sobre a menina? — refere-se a Melissa, com preocupação.

— se queremos deixar o passado do Rafael no passado, então isso inclui essa menina. Sei que prometemos, mas trazê-la para junto dele, o traria as lembranças, e não quero ver nosso filho sofrendo novamente com seu passado.

...

RAFAEL SAVÓIA, DIAS ATUAIS...

Tomo meu café vagarosamente encarando meu irmão. Sei que é o mais novo, mas também sei que tem as melhores ideias, não que deva falar isso para ele.

— quero ver a Mel. — confesso para meu irmão, que devolve um sorrisinho irônico.

— poderíamos está na casa dela agora mesmo, porém você inventou essa história que não seria adequado nos enfiamos, lá. — implica em resmungos inconformados. — Melissa não sabe cavalgar, então porque não convida ela a vir conhecer a fazenda, e você se oferece para ensinar.

— boa ideia. — respondo aprovando o plano. — mas com que cara vou procurá-la, para fazer o convite?

— oras! Essa mesma cara de panaca que você tem, desde que nasceu. — revira os olhos com deboche.

— você está muito desrespeitoso Gustavo, vou deixá-lo de castigo se continuar assim. — o repreendo, esperando que suja algum efeito.

— desculpa mano. — assinto em afirmação. — você prepara o passeio, que faço o convite. Já faz três dias que eu só vejo minha Mel na escola, e estou com saudades dos docinhos que ela faz, então hoje mesmo resolverei essas questões.

Meu irmão as vezes é tão adulto que chega a ser assustador, mas as vezes é tão criança que me tira do sério. Amo demais esse doidinho, totalmente meu oposto, mas com uma sinceridade e inteligência que me deixa extremamente orgulhoso.

— ela realmente não foi demitida? — questiono ainda impressionado, por ela ter se safado em relação ao soco no babaca do Jeferson.

— ela simplesmente chegou, cumprimentou a todos, e agiu como se nada houvesse acontecido. Acho que o Jeferson tem realmente medo dela, e você não imagina o que daria para descobrir o porque. — meu irmão para com a mão no queixo, pensativo.

— e sobre a caranguejeira que você colocou na roupa dele, saiba que não vou colocá-lo de castigo, porque não tenho provas.

Sim, estou dando uma desculpa para não punir meu irmão, porque achei imensamente divertido saber que o vice diretor gritou, pulando igual uma perereca em meio a cidade. Para quem se acha tão machão, é muito fresco, porque era apenas uma caranguejinha inocente.

— obrigado maninho, espero que a Mel pense o mesmo. Não estou preparado para castigos, estou carente emocionante. — dramatizou levando a mão ao peito.

— eu gosto da Mel. — assumo em um impulso, e após meu irmão me encarar por uns 30 segundos, começa a gargalhar da minha cara.

— você só descobriu isso agora? — questionou com divertimento. — eu percebi isso, na hora que você viu ela pela primeira vez e ficou parecendo um bobo, olhando.

— não é para tanto. — resmungo envergonhado.

— é para tanto sim, você ficou todo vermelho, e parecia uma vara verde. — continuou me zoando. — sua sorte é que a Mel, ficou toda encantadinha por você. Até me perguntou todos os dias por você, como estava, e essas coisas de gente apaixonada. — sorriu me encarando, e estou totalmente atordoado com o fato dela gostar de mim. — acho tão romântico a forma fofa que ela se preocupa com você.

— e você só me fala agora? — ele dar de ombros. — já pensou que se você houvesse me falado a uns dois dias atrás que ela pergunta por mim, eu já poderia te-la procurado? — ironizo, contra o Gustavo.

— tem razão! Foi muita mancada minha. Já poderia está a esse tempo todo satisfazendo meu estômago com as delícias que a Mel faz. — deu um tapa própria cabeça.

— você é tão narcisista. — acuso e ele apenas da um sorriso debochado.

Levo o meu pestinha para a escola, e fico um tempinho olhando ele todo empolgado junto a Mel, e me sinto imensamente satisfeito. Estou extremamente ansioso para recebe-la na fazenda, vou dispensar os funcionários, não quero ninguém babando na beleza da minha Mel, e sei que tinha comentários sobre a nova e bela professora da cidade.

Ao chegar em casa, peço para que preparem um bom almoço, e vou trabalhar um pouco na administração da fazenda, enquanto espero o horário para buscar o Gustavo, e fazer o convite surpresa para que a Mel venha almoçar conosco e aprender a cavalgar.

No dia que houve a reunião escolar, passamos a tarde toda com ela. Foi maravilhoso, quase não via embora, queria ficar lá eternamente recebendo os seus carinhos. Tudo nela me encanta, o cheiro, a voz, tudo me faz ficar com as mãos suadas e o coração acelerado.

DOCE MEL |+18|Onde histórias criam vida. Descubra agora