Nove

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Peter

-Acorda Peter! Temos uma entrega para fazer! - Meu avô abre a porta do meu quarto sem bater, me acordando.

-Ainda está escuro. - Reclamo pondo a cabeça entre o travesseiro. - Não podemos deixar para mais tarde? Hoje é sábado!

-Te vejo na picape em vinte minutos. - Ele sai do meu quarto não me dando escolha.

Eu realmente nunca iria me acostumar a acordar antes das galinhas cantarem. Me arrasto da cama ainda sonolento, era injusto comigo tudo isso, meu avô todo dia me fazia trabalhar que nem um condenado, minhas mãos estavam calejadas de tanto carregar sacas de trigo e ração. Saudades da minha cobertura em Boston, da agitação da cidade grande, da minha cama King de 50 mil dólares que eu poderia dormir o dia todo se quisesse.

Troquei de roupa rapidamente depois de ter escovado os dentes e lavado o rosto o que me fez acordar realmente. Quando desci, vovó me entrega umas torradas e uma garrafa térmica com café quentinho, sério esse povo não sabia o que era dormir.

Meu avô estava mesmo me esperando na picape com o engate atrás para levarmos o cavalo que tinha sido encomendado, o sol era apenas um risco no horizonte começando a aparecer, quem faz entrega no sábado uma hora dessas? Só meu avô mesmo.

Fomos para a cidade vizinha a 50 km da nossa, a entra era em um rancho, quando chegamos lá o comprador já nos esperava.

-É um belo cavalo. - Ele diz avaliando as ferraduras do animal.

-Tem pouco mais de um ano. - Vovô diz. - Comecei a treina-lo desde cedo, ele vai ser muito útil para os seus competidores, e veloz também.

-Vai mesmo, é sempre bom fazer negócio com você Landon. - O homem olha para mim e arrega-la os olhos. - Não acredito que o campeão da liga nacional está bem aqui na minha frente!

-Ele é meu neto, está passando uns dias comigo lá na fazenda. - Vovô diz.

-Será que poderíamos tirar uma foto na frente do meu rancho? Isso iria chamar atenção dos turistas para conhecer o lugar.

-Claro! - Eu digo fico sem alternativas.

O homem chamou um rapazote para tirar a foto, fomos para frente da placa do rancho e tiramos algumas fotos ali e é em outros lugares também. Aqui ponto eu cheguei tendo que fazer publicidade de graça?

****

Saímos do rancho depois de praticamente eu ter sido a atração do lugar, do nada tinha aparecido um monte de gente para tirar fotos comigo lá e isso levou uma boa parte da manhã. Na volta para nossa fazenda eu tive que deixar vovô lá e fui abastecer a picape que já estava na reserva.

Só tinha um posto de gasolina na vila, enquanto abastecia fui na lojinha de conveniência ver se tinha alguma cerveja de boa qualidade para comprar, quando entrei meus olhos foram direto para a mulher que estava no caixa, na verdade foram os belos pares de seios dela exposto em um grande decote que me chamou atenção. Me aproximei dela que estava alheia lendo uma revista de fofocas, pensava que hoje em dia não existissem mais revistas de papeis já que as redes sociais tinham virado a maior fonte de informação entre as pessoas. Ela percebeu minha presença e levantou os olhos para mim, ela era bonita, porém não achei muito atraente o cabelo dela pintado de um vermelho bem artificial, mas seu corpo era bem chamativo.

- Meu Deus! É você mesmo! - Ela larga a revista no balcão e me olha de boa aberta. O sotaque dela do interior era bem forte. - Pensei que as fofocas fossem mentira! Peter Volman está mesmo aqui na Vila em carne e osso.

-Pode tocar em mim para comprovar que sou real. - Estendo meu braço para ela jogando todo meu charme, ela me tocou e deu uma risada estranha para mim de forma travessa, tanto que empinou mais os peitos na minha direção.

-Você é ainda mais bonito pessoalmente. Sabia que sou muito amiga da sua avó? é uma mulher muito respeitada aqui na cidade.

-Sei sim, ela é uma mulher que cativa todo mundo mesmo, igual a você.

-Também sou uma grande fã do seu trabalho, amo assistir suas partidas na TV.

-Que bom que gosta do meu desempenho em campo.- Coloco uma mexa do cabelo dela atrás da orelha. -Sabe eu não conheço muito bem a cidade, tem algum lugar legal pra frequentar? Um lugar para convidar uma bela mulher para sair?

-Bem...Tem um bar aqui na cidade chamado "Velho Oeste" é um bom lugar para dançar, e tomar uma boa cerveja artesanal, mas também tem a minha casa se você preferir. -Direta, já gostei.

-E se, nos encontrarmos nesse bar que você falou, eu te pago uma cerveja, e depois eu posso ir conhecer a sua casa. Acha esse plano melhor?

-Fechado então. Me encontra lá no Velho Oeste as 20hrs. - Ela se aproxima mais de mim e fala bem perto do meu ouvido. - Meu nome é Amanda.

-Te vejo em breve Amanda. - Coloquei o dinheiro da gasolina no balcão e me afasto dando uma última olhada nela.

Até que essa cidade poderia me render algum divertimento.

****

Quando cheguei na fazenda vi a maluquinha saindo do chalé onde ela ficava, prestei atenção nela usava um vestido azul soltinho, o cabelo dela estava solto dando um diferencial já que eu só a via usando ele preso em um rabo de cavalo, ela era uma garota atraente, mesmo simples, a beleza dela era natural e só um tolo não reconheceria que ela chamava atenção. Pena que toda essa beleza não compensava a língua afiada e o jeito insolente, e algo dentro de mim gostava de provoca-la e vê-la irritada.

Sair da picape observando ela guardar a chave do chalé na bolsa.

-Vai encontrar o namorado maluquinha? - Provoco. Ela olha na minha direção pronta para me da uma resposta, mas fui mais rápido. - Espero que ele consiga te aturar.

-Engraçado, eu pensei que não lhe devesse satisfações. Mas só para sua informação, meu namorado não mora por aqui, e ele nunca reclamou de está junto de mim.

-Namoro a distancia então, isso é bem a sua cara mesmo maluquinha. Agora tocando a real para você, acha mesmo que um namoro a distância funciona? -Vi a dúvida pairando sobre ela. -Está pensando demais em uma resposta.

-Comigo está funcionando muito bem, eu e ele nos amamos e isso é o que importa. - Ela dá de ombros. -Aposto que você não é capaz de manter um relacionamento sério com uma pessoa, já que você já está em um com  seu ego gigante.

-Relacionamento sério não funciona comigo.

-Eu sabia. - Ela diz com ironia.- Você é um cafajeste, deve enrolar as mulheres com seu jeitinho falso sedutor e depois a descarta como se fossem mercadorias.

-Primeiro, eu não enrolo as mulheres com quem eu saio, segundo elas sabem que eu não me relaciono porquê eu já deixo tudo claro antes de leva-las para a cama que não namoro, e terceiro quando eu for algum dia ter algo sério com uma pessoa eu não vou ter olhos para mais ninguém além dela. Mas como não tenho pretensão de ficar com ninguém, prefiro aproveitar minha vitalidade.

-Nossa como você é ridículo. Conversar com você é perda de tempo então vou indo antes que meu cérebro derreta ficando tão perto de você.

-Vá na paz Maluquinha e mande lembranças para o seu namorado.

Ela me mostra o dedo do meio como resposta e sai andando irritada. Eu tinha atingido meu ponto de deixa-la estressada. Agora eu precisava tomar um banho e me organizar para o meu encontro com a ruiva gostosa do posto de gasolina, ainda bem que tinha trazido bastante camisinhas porquê hoje eu pretendia usar bastante.

Um amor em MontanaOnde histórias criam vida. Descubra agora