Vinte e dois

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Alice

Fiquei ao lado de Gina esperando que Landon e Peter aparecessem com o médico, ela estava pálida ainda e reclamava de dor de cabeça, mas segundo ela o remédio estava fazendo efeito. Eu não sei o que aconteceu para ela ter passado mal de repente, mas pelas desculpas de Peter e a forma como ele parecia desesperado eu cogitei que eles tivessem discutido.

-Netos são uma benção. - Gina começa a falar. - Eles são cabeça dura, mas são uma benção mas nas nossas vidas.

-Como está se sentindo? -Pergunto segurando a mão dela.

-Fisicamente não tão bem, meu coração não anda muito saudável,mas mentalmente estou mais preocupada com o Peter. São muitas coisas acontecendo na vida dele, sinto que se ele não encontrar um ponto de equilíbrio vai acabar escorregando.

-Ele ficou muito mal por você.

-Eu sei, e não foi culpa dele eu ter passado mal. Ele e o pai são iguais, tanto na aparência como no gênio, os dois são cabeça dura, não pensam antes de agir. Espero que eles façam as pazes logo, não gosto de ver família brigada.

-Tudo vai se resolver Gina, tenho certeza que vai.

-Peter é um menino bom, tem muita bondade no coração dele, as vezes ele se faz de ranzinzo, mas meu menino é muito bom.

- Talvez ele apenas criou um personagem, para não querer parecer um fraco.

-Ele vai perceber que esse personagem não condiz com sua personalidade. - Ela respira um pouco cansada.

-Descanse um pouco Gina, o médico já deve está vindo.

-Obrigada por estar aqui Rose, não me canso de agradecer por você ter aparecido nas nossas vidas.

-Eu que agradeço por ter conhecido vocês.

Demorou mais uns dez minutos até Landon aparecer com um médico. Ele achou melhor levar Gina para o quarto deles para o médico examina-la, sair do quarto para lhes dá privacidade, assim que sair vi Peter no corredor encostado na parede.

-Ela vai ficar bem? Não vai? - Ele parecia muito abatido. -Só me diz que ela vai ficar bem Rose.

-O médico vai examina-la. Mas fica tranquilo, ela já estava ficando corada novamente. - Vou para o lado dele e também me encosto na parede. - Não foi culpa sua.

-Eu estava estressado, acabei gritando com ela, não deveria ter dito tantas coisas assim. - Sentir a dor e o arrependimento que a voz dele carregava. Aquele que estava falando comigo não se parecia em nada com o Peter que sempre tinha alguma brincadeira para fazer, mas agora parecia que uma sombra pairava sobre ele.

-Infelizmente não tem como prever como coisas assim acontecem. Gina é uma das mulheres mais fortes que eu já conheci, ela vai se recuperar rápido. - Por pouco não segurei na mão dele, mas não queria ser invasiva.

-Eu só faço besteira, meu pai estava certo em dizer que eu sou um moleque irresponsável. - Ele não tinha ouvido uma palavra do que eu tinha falado, já que continuava a se culpar.

-Para de se lamentar! - Ele olha para mim franzindo a testa. - Você acha que ficar se colocando para baixo vai fazer sua avó melhorar? Se você quer parar de ser um babaca então se mexa para deixar de ser. Ficar aí se lamentando não vai adiantar de nada.

Ele ainda ficou olhando para mim quando eu me sentei no chão no corredor, iria esperar até o médico sair do quarto para saber de Gina. Ele se sentou ao meu lado, ainda calado, e ficamos assim apenas esperando. Jay apareceu também e veio balançando seu rabo na minha direção, ele lambe a minha bochecha me fazendo cócegas, eu sorrio e lhe faço um carinho.

-Bom garoto Jay.

Digo vendo ele ir para o lado de Peter, ele espera por carinho e fica observando o rapaz de quase dois metros de altura. Peter também não resiste e começa a brincar com Jay também.

-Os cachorros sentem quando estamos tristes. - Falo observando Jay deitar a cabeça no joelho de Peter. - Quando eu era criança, eu tinha um porquinho da Índia chamado Christoph Morris.

-Christoph Morris? O que você tinha na cabeça para colocar um nome desses em um porquinho da Índia? -Finalmente vi um pouco de humor na voz dele.

-Em minha defesa eu era uma criança, e o porquinho da Índia era meu melhor amigo.

-Tá legal, e o que aconteceu com o Christoph Morris?

-Ele morreu, e eu fiquei arrasada, meu pai tinha um cachorro chamado Zeus, aí, aí, que saudades do Zeus. Ele não saiu do meu lado quando eu estava triste, e me ajudou a superar o luto.

-Na minha casa sempre teve muitos bichos, eu e meus irmãos amávamos animais. Até uma galinha já criamos, meu pai surtava toda vez que voltávamos daqui da fazenda com algum bicho diferente.

-Toda criança merece ter um bichinho. - Passo a mão na cabeça de Jay.

A porta do quarto se abre, Landon e o médico saem de lá conversando. Peter se levanta rapidamente e me estende a mão para me ajudar a levantar também.

- Agora é só descanso, ela não pode fazer tanto esforço e evitar alimentos com sal em excesso. - O médico falava para Landon.

-Muito obrigado doutor, vamos cuidar dela para que melhore.

-Qualquer coisa é só me chamar.

-Vou acompanha-lo até a saída. - Landon diz, mas antes se vira para o neto. - Sua avó quer falar com você.

Peter faz um sinal com a cabeça para o avô e entra no quarto.

Um amor em MontanaOnde histórias criam vida. Descubra agora