Vinte e seis

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Alice

Já faziam uns cinco minutos que eu estava sentada na minha cama tentando acalmar meu coração, eu estava tendo uma crise de ansiedade, não sei bem o porque, mas eu estava. Depois que Peter falou do bom desempenho da minha mãe nos filmes, foi como se tivesse jogado um balde de água fria em cima de mim eu nunca chegaria aos pés dela, eu nunca seria tão bem vista pelos críticos. Minha mãe sim tinha talento, eu só era uma cópia barata dela.

-Rose...- Peter aparece na porta do quarto que na verdade nem porta tinha. Eu tento esconder minhas mãos que tremiam. - Você está se sentindo mal? 

-Eu só estou procurando o meu carregador. - Começo a tatear minhas coisas, mas não percebo quando ele se aproxima de mim até ele estar bem próximo.

-Você está tremendo. - Ele toca no meu braço e eu me afasto. - Desculpe, eu não queria...

-Tá tudo bem. -Falo. -Eu acho que estou tendo uma crise de ansiedade. -Começo a rir sem humor e a andar de um lado para o outro. - Parece que meu coração vai sair pela boca, eu não consigo respirar direito e...

-Hey Darling, calma.

Antes que eu terminasse de falar sinto o corpo dele me abraçando. Minha cabeça fica apoiada no peito dele enquanto seus braços me envolvem, fico um pouco tensa até me acostumar com isso, meus braços agem por conta própria e o envolvem também.

-Você não está sozinha. -Ele diz enquanto eu ainda tremia.

-Não gosto quando as pessoas me veem assim. - Era como se todas as minhas defesas tivessem despencando.

-Não precisa ter vergonha, eu não estou aqui para te julgar. -Aquelas palavras dele trouxeram calma e as poucos sentir que estava melhorando.

- Quer deitar um pouco?

Pergunto ainda com a cabeça no seu peito, eu podia ouvir seu coração batendo. Fomos até minha cama e deitamos um de frente para o outro, olho no olho era assim que estávamos, sua mão segurava a minha.

-Está se sentindo melhor? - Ele me pergunta depois de um tempo.

-Sim, bem melhor. Me desculpe por isso já é a segunda vez que você me ver assim.

-Nunca peça desculpa por isso Rose, eu nunca faria pouco caso de uma situações dessa.

Ele não me perguntou os motivos, apenas ficou lá segurando minha mão, me dando apoio e esperando o meu tempo. Não resistir e estendir minha mão livre até tocar seu rosto, acaricei sua barba rala fez cócegas na palma da minha mão, depois tracei seus lábios com meus dedos, seus olhos não me deixaram um só segundo.

-Eu quero muito beijar você Rose, mas se eu fizer isso agora não estarei agindo certo.

-Por que não? - Pergunto ainda traçando seus lábios macios, queria sentir essa maciez sobre os meus.

-Porque nesse momento você precisa disso. - Ele aperta de leve a minha mão. - Eu quero muito beijar você, mas agora não, você pode se arrepender disso.

-Você está certo. -Passei minha mão pelo cabelo dele.

-Rose Milles você está me deixando louco. - Sua voz era tão suave que se tornava gostosa de se ouvir.

-Sou só apenas mais uma como qualquer outra.

-Não. - Ele fica sério. - Você é diferente,  eu não sei o que está acontecendo aqui é diferente de tudo.

Me inclino um pouco até nossos rostos ficarem bem perto, nossos narizes se tocavam um no outro. Sentir o cheiro gostoso de colônia e pós barba que ele usava e fechei os olhos para inalar melhor. Fui até o pescoço dele e depositei um beijo ali a pele dele se arrepia automaticamente.

-Rose, Rose, não se brinca com fogo. - Ele fala assim que me afasto.

-Talvez eu goste de me queimar. - Ele pega uma mexa do meu cabelo e começa a enrolar no seu dedo.

-Se não sair daqui agora, não serei capaz de resistir.

-Então acho melhor você ir. - Eu queria gritar e pedir que ele ficasse, mas sabia que no fim ele tinha razão em não querer ficar. Naquele momento estávamos os dois agindo pelo corpo e não pela razão.

- Quer carona amanhã com as geleias? - Ele ainda mexia no meu cabelo.

-Seria bom.

-Preciso ir agora, antes que eu mude de ideia. - Ele olha para minha boca, desejo era o nome do seu olhar.

-Boa noite Peter Volman.

-Boa noite Rose Milles.

Ele aproxima seu rosto do meu novamente e por um segundo achei que me beijaria, mas ele apenas beija o canto da minha boca e depois se levanta da cama e antes de sair me dá uma última olhada. Toda a ansiedade tinha ido embora e agora eu estava quente quase fervendo sentindo ainda os lábios dele na minha pele.

Um amor em MontanaOnde histórias criam vida. Descubra agora