Peter
Foi tirar os pés do aeroporto de Helena que eu vi meu avô parado ao lado de sua picape Chevrolet D20 1990, a minha espera. Eu tinha colocado um boné e óculos escuros para não ser reconhecido por ninguém, mas isso não impediu do meu avô me reconhecer.
- Peter! - Ele vem até mim e me dá um forte a braço, fazia uns três anos que eu não o via, o cabelo estava todo branco e a barriga tinha aumentado.
-Quanto tempo vovô!
-Eu que o diga, olha só pra você! Todo fortão, jogando em um time grande. Eu não perco um jogo seu.
-Valeu vovô, como estão as coisas? E a vovó está bem?
-Se ela está bem? Sua avó está radiante desde que seu pai ligou avisando que você estava vindo pra cá.
-Sabia que ela ficaria.
-Vamos por o pé na estrada que temos muito chão pelo caminho. - Meu avô diz com seu sotaque caipira.
Coloco minha mala na traseira da picape e depois entro na carona, era bem diferente da minha Mercedes, eu iria sentir muita falta dela e dos meus outros carros. Eu tinha que por na minha cabeça que esse período passaria rápido, e que era para um bem maior.
Durante o longo percurso até a fazenda, eu e meu avô íamos conversando, ele me fazia muitas perguntas de futebol, gostei de responder todas e alimentei ainda mais a vontade dele de saber mais. Paramos algumas vezes na estrada, mas eu só queria chegar logo, estava exausto e com vontade de comer a comida caseira da minha avó.
Quando eu era criança, eu sempre vinha passar as férias de verão com meus avós, eu e meus irmãos ficávamos o verão inteiro com eles, lembro que a gente adorava e nunca queria ir embora, até começarmos a crescer e a vontade diminuir, não que eu não amasse meus avós, eu amava os dois, eles eram uma parte que a minha mãe biológica nos deixou. Ela se foi quando eu tinha nove anos, eu possuía algumas lembranças dela, do sorriso dela que era bem semelhante com o do vovô, da forma como ela me chamava com sua voz sempre calma, gostava quando ela me colocava sentado em seu colo e começava a mexer no meu cabelo cantando One Love do Bob Marley até eu pegar no sono.
Chegamos a Vila Southwest quase no fim da tarde, a fazenda ficava á uns 10 quilômetros subindo as colinas. Assim que chegamos minha avó já esperava do lado de fora da casa, ela correu em minha direção e me deu um abraço.
-Nem acredito que está mesmo aqui. - Ela diz tocando em mim como se para se certificar que eu era mesmo real. - Estou com tanta saudade, como estão seus irmãos? Seu pai e a Julia está bem?
-Calma vovó uma pergunta de cada. - Brinquei com sua empolgação. - Também sentir saudades. Todos estão muito bem.
-Que bom, eu disse pro Landon que temos que ir pra Chicago logo, antes que os pequenos cresçam que nem você.
Meus avós também consideravam meus outros irmãos por parte da minha mãe Julia como seus netos.
-Seu pai nos contou tudo que aconteceu por telefone. - Ih lá vem. -Que você se meteu em confusão e agora tem que tomar jeito.
-Ele quer que você viva uma vida simples e longe de luxo. - Meu avô completa. - Aqui e o lugar mais apropriado pra isso.
-Não estou entendendo onde vocês querem chegar. -Os dois se olham cúmplices e vovó começa.
-Você vai aprender que na vida nada vem de mão beijada e para isso vão existir algumas regras que seu pai mesmo nos passou.
-E que regras seriam essas? - Já sabia que não seria fácil.
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Um amor em Montana
عاطفيةLivro dois (Série família Volman) Peter Volman tem tudo que uma pessoa gostaria de ter. Dinheiro, Sucesso, mulheres...é um jogador de futebol Americano da liga nacional, além de ter uma família grande que lhe cobre de amor. A única coisa que lhe fa...