Quatorze

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Alice

- Obrigada mesmo Rose por me ajudar! Nem sei como te agradecer por segurar essa barra por mim. - Rosalie me agradece, Bianca estava ao lado dela segurando uma boneca afro feita de pano com sua mochila nas costas.

-Sem problema amiga, eu vou adorar passar esse tempo com a Bi. - Sorrio para a garotinha que sorri de volta para mim.

-Filha. - Rosalie se vira para a menina. - A mamãe vai ter que ir para Oregon resolver umas coisas da nossa antiga casa, mas eu volto amanhã para te buscar está bem?

-Vamos voltar a morar na nossa antiga casa? - A garotinha pergunta a mãe. - Vou voltar pra minha antiga escola? Com meus amigos?

- Não meu amor, nos não vamos voltar pra lá. Nossa antiga casa foi vendida e a mamãe precisa pegar uns documentos importantes.

-Eu queria voltar pra lá, estou com saudade do papai, saudade do meu antigo quarto. - Rosalie lança um olhar para mim, eu entendia que pra ela era difícil falar do seu antigo relacionamento.

-Ele também deve está sentindo sua falta. Agora me diz o que você quer que a mamãe traga para você?

-Pode ser aquelas balinhas azedinhas  da loja Coreana?

-Vou trazer sem falta. - Ela abraça a filha e continua. - Obedeça a tia Rose, e nada de travessuras ouviu bem? Nada de ficar vendo TV o dia todo, você é criança precisa brincar e gastar energia.

-Está bem mamãe.

-Vamos nos divertir muito não é mesmo Bi?! - Bianca balança a cabeça animada sinalizando que sim.

Depois de Rosalie dar tchau para filha, eu a acompanho até o seu carro enquanto Bianca foi brincar com as galinhas que estavam fora do galinheiro.

-Qualquer coisa é só me ligar Rose, eu prometo que vou resolver tudo lá rapidinho e amanhã sem falta estou de volta.

-Amiga pode ir tranquila eu e a Bi vamos nos dá muito bem aqui na fazenda. - Dou um aperto de leve nos ombros dela tentando lhe dá conforto. - Vai dá tudo certo lá, você finalmente vai conseguir se livrar da sua vida antiga.

-Você não tem ideia do quanto eu me sinto aliviada de finalmente está construindo uma vida melhor para mim e para a Bianca. -Uma lágrima de felicidade escorre do seu rosto.

-Agora vai, se não você vai perder seu voo.

Assim que Rosalie se foi eu fiquei ajudando Bianca a dá milho para as galinhas, aquela garotinha merecia mesmo uma vida melhor, principalmente depois de tudo que ela e a mãe passaram, com o relacionamento abusivo por parte do pai dela e o quanto Rosalie aguentou tanta humilhação e violência só para proteger a filha.

-Então Bi, temos o dia todo só para nos duas, o que você gostaria de fazer?

-Eu fiz uma lista do que fazer. -Ela tira um papel do bolso da calça.

-Uma lista? Bem organizada, gostei! Então qual é a primeira coisa da sua lista?

-Trança afro, você sabe fazer?

-Tranças iguais a essas suas? - Pergunto tocando nas suas trancinhas lindas.

-Essas mesmos. Minha mãe me ensinou a fazer.

-Eu nunca fiz, mas eu gostaria muito de aprender com você.

Ela se animou muito com o primeiro item da lista, fomos para o terraço da casa principal e eu sentei na escada para ficar em uma altura boa para ela mexer no meu cabelo. Seu dedinhos começaram a trabalhar nos meus fios e com a ajuda de um espelho eu ia observando ela fazer a trança.

-Seu cabelo é tão macio e bonito. Queria que o meu fosse assim, ai as meninas da escola não me chamariam de cabelo de esponja. - Algumas crianças costumam ser muito perversas, mas preconceito vinha de dentro de casa, se elas falaram isso era por que tinham ouvido de alguém.

- Essas meninas não sabem o que diz. Meu cabelo é liso e sem graça, o seu é muito mais bonito e tem um volume incrível, e sabe por que o seu cabelo é tão especial?

-Por que?

-Porque o seu cabelo é a marca das mulheres fortes e poderosas, igual as rainhas Africanas. Por isso se um dia essas meninas falarem do seu cabelo, você diz para elas que, cabelo e cor da pele não definem caráter, e que caráter vem do coração.

-Mas e se ninguém gostar de mim? Na escola eu não tenho amigos.

-Ai não são seus amigos de verdade. Você é uma garotinha muito especial Bi, nunca deixe de acreditar nisso.

-Mamãe também fala isso.

-E ela está certa. Eu só tive um amigo quando tinha a sua idade, por que as outras meninas me achavam estranha e diferente delas só porquê eu nunca gostei de brincar de bonecas, nem de usar vestido de princesas.

-Você é linda, não precisa disso não para ser menina.

-E você também é muito linda Bi da cabeça aos pés.

Ela continua a trançar meus cabelos, Gina aparece algum tempo depois com suco e sanduíche de geleia, tiramos uma pausa para o lanche e depois ela continuou a trançar a terminar de trancar o meu cabelo.

-Olha só que cavalo bonito tia Rose. - Ela aponta para Peter que estava treinando Ruffs. -Podemos chegar mais perto?

-Claro que sim, vamos lá.

Antes de ir chequei o meu cabelo no espelho e não acreditei que uma menina de dez anos soubesse fazer uma trança tão bem feita. Nos aproximamos da cerca onde Peter estava com Ruffs.

-Ele parece um príncipe. - Bianca parecia encantada olhando para Peter, bem que eu queria dizer que ele era feio, mas não dava para mentir para a criança.

-Quem? O cavalo? - Brinco.

-Não tia, o rapaz que está no cavalo.

-Não fale isso para ele ok? Porquê se não ele vai ficar se achando. - Cochicho no ouvido dela.

-Ora, ora, hoje temos plateia. - Peter se aproxima com Ruffs. -Quem é essa princesa? Posso saber seu nome? -Perguntou para Bianca.

-Sou Bianca, filha da Rosalie.

-Olá Bianca, eu sou Peter. - Ele diz simpático.

-Você é um príncipe? - Ele ia ficar se achando.

-Muitas pessoas acreditam que sim, você acredita que eu possa ser um?

-Minha mãe diz que príncipes só servem para ludibriar uma mulher é que não devemos nos levar por um rostinho bonito. - Não conseguir segurar o riso e cair na gargalhada principalmente depois da cara de pastel que Peter fez.

-Nem todo príncipe é assim. Posso te mostrar o contrário, gostaria de andar de cavalo bela dama? - Ele oferece a Bianca que se anima com a ideia, já eu fico em pânico com a possibilidade dela montar sozinha em um cavalo.

-Melhor não, ela pode cair e se machucar. - Digo. Bianca murcha o olhar e diz.

-Por favor tia Rose, eu nunca andei a cavalo antes. - Sua carinha era realmente muito instigante, mas eu sabia bem que cavalos são perigosos ainda mais para uma criança que nunca os montou antes.

-Eu fico junto dela. - Peter diz olhando para mim. - Prometo que não a deixo cair.

-Promete segurar ela firme e não solta-la por nada?- Pergunto ainda em dúvida.

-Você tem a minha palavra.

-Tudo bem Bi pode ir, mas se segure bem firme.

A menina pula animada, mas mesmo assim eu ainda estava com um pé atrás sobre isso. Ajudei Peter a puxa-la para sua frente na cela, Ruffs era um cavalo bonzinho, mas eu sabia que qualquer distração poderia agita-lo como qualquer outro cavalo. Peter ensinou Bianca como segurar nas rédeas, ele estava sendo bem protetor com ela, quando começaram a trotar, ele a segurou junto ao seu corpo com todo cuidado para ela não cair. Fiquei na cerca os observando dá círculos, Bianca estava amando a experiência e me pediu até para tirar algumas fotos dela no cavalo para que eu enviasse a Rosalie.



Um amor em MontanaOnde histórias criam vida. Descubra agora