𝐈 𝐖𝐈𝐋𝐋 𝐍𝐎𝐓 𝐋𝐎𝐒𝐄 𝐘𝐎𝐔 - 𝐁𝐮𝐠𝐡𝐞𝐚𝐝

Capítulo 06

Betty

- Por favor Veronica, vamos adiar essa saída, só até eu comprar uma roupa decente? - Imploro para minha amiga.

- O que? Tá doida? Você nunca iria por livre vontade dona, Elisabeth. - Ela diz fechando o feiche da sandália. - Esse vestido está ótimo em você.

- Para tá bom? Olha só como aperta meus peitos. Eu não tenho mais dezesseis anos para usar isso.

- Desde quando precisa ter dezesseis anos para usar um vestido justo e decotado? - fala cruzando os braços. - Você é linda, seu corpo é lindo e cai bem com qualquer coisa, para de ser fresca e termina logo de se arrumar.

Depois de muito enrolar, eu finalmente estou pronta.
Veronica me convenceu - não exatamente - a ir para uma festa essa noite, segundo ela eu preciso respirar um ar que não seja o do meu apartamento.

Eu não queria ir de início, pois não fazia ideia de como iria sair de casa sem a Louise, mas por sorte - no caso da Veronica - minha vizinha de porta, a Daise, foi até minha casa para convidar minha filha para um noite do pijama junto a sua pequena Annie. Elas duas brincam juntas sempre que possível, e além de mim, Daise e Annie são as únicas pessoas com quem Louise tem contato.

Após conferir as coisas de Louise em sua bolsa, nós saímos de casa. Fui até a porta de Daise batendo na mesma que logo foi aberta.

- Oi. - Ela disse animada.

- Oi, vim deixar a Lou, estamos de saída.

- Sim, claro. Annie não parava de perguntar que horas ela viria.

- Bom, na bolsa dela tem tudo que ela vai precisar para passar a noite, tem remédios, termômetro, roupas. Tá bem?

- Fica tranquila, eu sei como cuidar de uma garotinha, aliás eu também tenho uma.

- Não sou garotinha, sou mocinha tia Daise.

- Ah desculpa então, mocinha. - ela disse nos fazendo rir.

- Filha, a mamãe está indo agora. Se comporta também? Não faça nada que a tia Daise disser que não é para fazer, tá? A gente se ver amanhã cedinho.

- Tudo bem mamãe, te amo.

- Eu também te amo filha.

- Tchau tia Vee. - Ela fã abraçando Veronica.

- Tchau princesa.

Nós descemos até a entrada do prédio e por sorte tinha um táxi bem na porta, fomos até ele e dissemos o local da boate pela localização no celular.
Quando chegamos várias pessoas estão do lado de fora, umas já estão com bebidas, outras sendo barradas por ingressos falsos. Isso me deixou um pouco desconfortável.

- Betty, relaxa. Essas pessoas são aquelas que querem entrar de forma ilegal, diferente deles, nós vamos comprar nossa entrada.

- Tudo bem. - Digo a seguinte até a portaria.

Já dentro da boate, vários olhares masculinos estão sobre nós e digo até que é estranho, faz tempo que não me sentia desejada por um homem.

Nós seguimos até o bar e pedimos bebida, mesmo depois de negar horrores, Veronica não me deixou escapar. Eu nem sei quando foi a última vez que coloquei alguma coisa tão forte com álcool na boca, eu sou acostumada apenas vinho no momento.

- Isso é bom, né? - ela disse.

- Sim, é bom. Mas não vou beber mais que isso.

- Ah, você vai sim. - ela pegou o copinho da minha mão e o colocou sobre a bancada. - Nos serve mais dois desse. - Pediu para o Barman.