Capítulo 22

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Betty

Depois do encontro inesperado com Jughead e de mais uma vez fugir dele, finalmente estou em casa com Louise e Sweet jantando.

A menina ficou parte da tarde confusa e perguntando o tempo todo quem era o homem do mercado e porque eu estava chorando, eu desviei do assunto, obviamente não respondendo ela.

Seria memorável para uma criança, dizer ela que o homem na qual eu estava fugindo é o pai dela.

Sweet Pea não estava falando muito a respeito do que havia acontecido, na verdade eu acho que ele não queria se meter em nada, é o irmão dele que está envolvido em toda essa merda e isso deve ser muito pra ele, saber que esconde do próprio irmão que ele tem uma filha.

- Mamãe eu já acabei, posso ir para meu quarto? - Ela pergunta quebrando o silêncio entre nós.

- Claro, pode ir.

Ela sai andando calmamente e eu a observo até que ela suma de minha vista e só assim consigo chamar a atenção de Sweet Pea.

- Posso saber porque diabos está tão calado, Pea?

- Porque você saiu daquele jeito? Você não estava decidida a contar tudo para o Jughead?

- Estava, mas vê-lo bem na minha frente me fez... ficar apavorada.

- Betty eu sinto muito, mas não consigo mais esconder tudo isso. - Ele fala após soltar o ar que parecia estar segurando a horas. - Você sabe o que é ouvir todos os dia o Jughead falar de você, que quer se resolver com você e que não consegue esquecer você?

- O que? Ele falou isso pra você mas...

- Sim Betty, ele fala o tempo todo. Eu sei que não temos a melhor relação do mundo desde que ele te... desde tudo que aconteceu, mas ele ainda fala comigo tá legal?

- Eu sinto muito que você tenha que passar por isso, eu não devia ter te envolvido em nada disso, Pea.

- Não estou reclamando por ter sido honesta comigo, Betty. Eu vou ficar do seu lado apesar de tudo, mas você precisa dar um fim nessa mentira toda. - Ele respira fundo. - Eu não sei como consegue... mentir tanto.

Se alguns anos atrás alguém me apontasse o dedo e dissesse que eu iria mentir para todas as pessoas a minha volta, certeza que eu iria rir a ponto de doer a barriga e chamar a tal pessoa de louca varrida, mas cá estou, quebrando minha própria regra de não mentir nunca para pessoas importantes pra mim.

Parece que o jogo virou, não?

Mais tarde após Sweet Pea ir embora e Louise já está dormindo, apesar de ser pouco mais de oito e meia da noite, eu estou sentada no sofá com uma taça de vinho em mãos e com o celular em outra, encarando o número de Jughead na tela.

Já perdi a conta de quantas vezes pressionei o dedo sobre "chamar" e desfiz o feito no mesmo instante.

- Vamos Betty, dê um fim nessa merda. - Digo para mim mesma.

Mais uma vez pressiono sobre "chamar" e dessa vez deixo que a ligação seja feita. Levo o aparelho até o ouvido e no terceiro toque a voz rouca que eu conheço perfeitamente bem atende.

- Alô. - Ele diz fazendo correr um frio por minha espinha.

- Jughead? - Digo nervosa.

- Betty? - Ele responde agora com um tom surpreso.

- Nossa, eu apenas disse o seu nome e conseguiu saber que sou eu?

- Sim. Na verdade, você não faz ideia do quanto eu esperei por essa ligação. - Ele fala me surpreendendo. - Porque está me ligando?

- Jughead eu enrolei por bastante tempo até fazer isso, mas eu preciso conversar com você.

- Sobre?

- Sobre o motivo de sempre estar fugindo de você. Eu tenho tanto pra falar, meu Deus. - Sinto meus olhos marejados. - Podemos nos encontrar?

- Hoje? Agora? - ele pergunta animado.

- Não, hoje não. Não estou em condições para isso agora, eu bebi um pouco de vinho e minha cabeça está explodindo agora, então...

- Realmente você e o álcool nunca vai se dar bem, não é? - Ele solta uma risada fraca. - Podemos nos ver amanhã no meu horário de almoço no famoso pop's, às... 12:30, tudo bem pra você?

- Sim, está ótimo. - Confirmo já sentindo um frio se formar em minha barriga. - Ok, então até amanhã.

- Até amanhã, Betty.

Desliguei a chamada sentindo um certo peso sair de minhas costas.

Respiro fundo ainda sem acreditar que acabei de finalmente ter uma conversa com Jughead para tentar resolver todos os meus problemas de uma vez por todas.

Apesar de saber que na verdade um grande furacão possa estar por vir e o medo se fazer presente, eu sei que preciso fazer isso, não dá para continuar com isso, já passou de todos os limites de adiamento.

Isso não está afetando apenas a mim, está afetando pessoas ao meu redor e afetará Louise por não ter uma figura paterna em sua vida, ela não tem culpa de nada que houve, não posso continuar escondendo o seu próprio pai dela quando ele está a alguns metros de distância.

Pego meu celular novamente que está sobre o sofá e dessa vez ligo para Veronica que me atende no segundo toque.

- Oi, dona Elisabeth.

- Oi Bee. Estou atrapalhando? Tenho algo pra dizer.

- Imagina, eu só estava usando meu vibrador, nada demais, pode falar.

- Nossa Veronica eu... meu Deus...

- Ei, é brincadeira. - Ela rir alto.

- Porra, sua vadia de merda.

- Desculpa, não resisti. Daria tudo para ver sua cara agora.

- Vai me deixar falar ou vai ficar de graça?

- Tá, fala.

- Eu liguei para o Jughead e nós iremos nos encontrar amanhã. Veronica eu estou apavorada, eu não devia ter feito isso e...

- Betty, se acalma aí garota. Está tudo bem amiga, você precisa fazer isso, se não por você, pela Louise, já está na hora.

- Eu só estou com medo da reação dele, não quero que ele tire minha filha de mim, não surportaria. - Digo já chorando.

- Ele não vai fazer isso. Vocês vão conversar e resolver tudo, tá? Fica tranquila, aquele filho da mãe não vai tirar sua filha de você, mas ele merece saber dela.

- Eu sei que sim.

- Ótimo, então seja madura o bastante e lide com isso por sua filha. Eu vou estar com você, tá bem? Sempre.

Madura.

É isso que eu preciso ser, madura.

Eu tenho agido feito uma adolescente que não sabe o rumo certo a tomar na vida, assim como eu estava a anos atrás, perdida e totalmente desnorteada sem ao menos pensar sobre absolutamente nada.

Eu preciso fazer isso, como Veronica disse, se não por mim, por minha filha.

Que se dane que um furacão está por vir, eu vou enfrentar o que for por minha filha. Não vou mais ser a uma mulher amedrontada por não conseguir resolver seus próprios problemas, eu posso fazer isso, e é o que eu irei fazer.








Agora sim mais perto do que nunca, a verdade vemmm.

Quero me desculpar pela ausência, eu estive com alguns problemas com as atualizações dos apps, e não estava conseguindo usá-los, mas o problema já foi resolvido e estamos de volta a ativa.

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𝐈 𝐖𝐈𝐋𝐋 𝐍𝐎𝐓 𝐋𝐎𝐒𝐄 𝐘𝐎𝐔 - 𝐁𝐮𝐠𝐡𝐞𝐚𝐝 Onde histórias criam vida. Descubra agora