Capítulo 12

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Betty

Andando de um lado para outro, esperando por Veronica que saiu para uma caminhada no parque, me encontro extremamente nervosa por ter tomado uma decisão, talvez, muito precipitada. Eu estou decida a voltar para casa, voltar para Riverdale e parar de uma vez por todas de mentir para todos.

Eu tenho sido sufocada a anos por uma mentira que não está tendo muito fundamento ultimamente, estou cansada de ter que dar sempre uma desculpa para não ir em casa, trabalho, doença, problemas, tudo está chegando ao limite e sinceramente não estou mais aguentando nada disso.

Sigo até a janela na esperança de ver Veronica na rua, mas não tenho a visão que gostaria. Respiro pesadamente e ouço a porta ser destrancada, sigo até a mesma e Veronica adentra me olhando confusa.

  - Estava atrás da porta, Betty? - Ela pergunta fechando a porta sem quebrar o contato visual comigo.

  - Basicamente isso. Eu preciso te contar uma coisa.

  - Tá bem, mas antes eu posso entrar direito em casa? Tomar uma água talvez.

  - Desculpa, mas eu preciso contar antes que eu mude de ideia ou algo do tipo. - Digo entrando em sua frente. - Eu vou voltar para casa, Veronica. Estou decidida a enfrentar o que eu tiver que enfrentar agora, sem mais adiantamento.

  - O que? Você tá maluca? Porque isso agora Betty? Você disse que não estava pronta para passar por isso.

  - Eu cansei de mentir, minha mãe me ligou e eu tive que inventar mais uma história, Veronica. Eu não aguento mais passar por isso, as mentiras e...

  - Betty, eu… eu não sei o que dizer.

  - Eu acho que não precisa dizer nada. Eu só preciso que me entenda, não suporto mais viver me escondendo, com medo de sair na rua e que alguém me veja com minha própria filha, ter que dizer para as pessoas que minha filha é filha de outra pessoa e não minha. Eu só quero ter uma vida normal.

  - Betty, eu sei disso, mas você sabe que se fizer isso, se voltar para casa sua vida vai virar de cabeça para baixo. Você vai estar a poucos passos do Jughead, e será apenas questão de tempo até que ele descubra sobre a Louise.

  - Eu sei disso, mas também estou decidida a conversar com ele.

  - Sério?

  - Sim, acho que eu já tirei muito dele em relação a própria filha.

Certo, falar isso em voz alta me assustou um pouco. Eu estou mesmo decidida a contar a verdade para Jughead?

Essa é a coisa certa a ser feita agora, mesmo que eu tivesse que ter feito isso a muito tempo atrás, o momento chegou.

  - Bom, quando pretende voltar? Eu irei daqui alguns dias por causa do feriado de ação de graças.

  - Eu vou voltar justamente para esse dia como prometi a minha mãe, será um feriado bem diferente de todos.

  - É, será sim. Então se começarmos a arrumar as coisas logo, podemos voltar juntas.

  - É o que pretendo fazer, mas não vou levar tudo, a mobília faz parte do apartamento. É praticamente só roupas já que pretendo começar do zero lá, alugar um lugar ou comprar, sei lá.

  - Você não aguentaria muito tempo debaixo do mesmo teto que a Alice, não é?

  - Não, sem dúvidas.

Três dias depois.

Eu possivelmente não teria conseguido arrumar minhas coisas e de Louise sozinha em tão pouco tempo, ao todo eram cinco malas, três grandes e duas menores dividindo roupas, alguns objetos de decoração que eu comprei e não quis deixar para trás, ursos de pelúcia e alguns brinquedos de Louise.

No aeroporto tivemos que esperar por algumas horas devido um atraso na saída do vôo. Eu e Veronica tivemos que dividir as malas entre nós duas por causa do limite de peso de cada passageiro, graças a Deus no fim deu tudo certo.

Dentro do avião Louise estava um pouco assustada, mas eu consegui tranquilizá-la quando lhe passei o iPod com um desenho do seu agrado. Logo já estávamos em vôo, eu me vi com o estômago embrulhado, não por enjoar ou algo assim, mas por me dar conta que estou indo para casa enfrentar o meu maior pesadelo.

Quando finalmente pousamos, fomos até a lanchonete do aeroporto para comer. Estamos todas famintas, Louise coitada, nem se quer água bebeu direito.

  - Nossa, havia esquecido o quão delicioso é um hambúrguer como esse. - Veronica diz com a boca cheia.

  - Que mal educada a tia Vee, falando de boca cheia. - Louise disse nos fazendo rir.

  - Sim, você tem toda razão, filha.

  - Duas contra uma? Assim não vale.

Nós terminamos de comer e saímos a procura de um táxi, nossas bagagens dificultam nossa chegada até o ponto de táxi mais próximo. Finalmente um taxista vem até nós e nos ajuda com as malas.

  - Deixa que eu levo essas maiores, meu táxi é esse ali. - Ele diz apontando para o carro grande no acostamento.

  - Obrigada. - Digo.

  - Então Betty, ansiosa para sua nova jornada?

  - Ai não fala assim, até parece que estou indo enfrentar um bicho de sete cabeças.

  - Bom, um deles tem apenas uma mesmo, já o outro…

  - VERONICA. - repreendo. - Sua doida varrida.

  - Vamos, temos muitas emoções por vir. - Ela diz rindo.

É, realmente muitas emoções estão por vir.

No caminho até a casa de minha mãe, um turbilhão de pensamentos passam por minha cabeça. O caminho já passa a ser reconhecido, com algumas poucas mudanças devido ao tempo que não passo por aqui, mas nada que não me faça lembrar de tudo que vivi nessa cidade.

Quando o carro para, sinto minhas pernas enfraquecerem, minhas mãos estão soadas e meu coração, bom, um misto de felicidade e medo.

O taxista me ajuda a colocar as malas na frente da casa que agora tem o branco como cor única nas paredes da frente, tiveram algumas mudanças na casa.

  - Obrigada. - digo quando termino de pegar minhas malas e pago ao homem de meia idade.

  - Eu que agradeço, boa sorte. Tchau princesinha.

  - Tchau moço. - Louise diz.

  - Boa sorte amiga, nos vemos depois. - Ela diz apenas com a cabeça fora do carro.

  - Obrigada Veronica, eu te amo.

  - Imagina. E eu te amo mais. - Ela fita o olhar em direção a entrada do casa. - Já tem alguém a sua espera. Vai lá.

Me viro e percebo meu pai olhar em minha direção com o olhar surpreso e ao mesmo tempo confuso.

Me despeço mais uma vez de Veronica que vai embora.

Meu pai vem até mim e me abraça apertado.

  - Que saudade de você minha filha.

  - Te digo o mesmo pai.

Meu pai olha para Louise confuso.

  - Quem é essa garotinha filha? - Ele me olha expressivo. - Não me diga que…

  - Essa é a Louise… - divido o olhar entre eles. - Sua neta.

Digo finalmente sentindo um peso enorme sair de minhas costas e me dar conta que apartir de agora eu terei que ser forte o bastante para enfrentar o furacão que irá se formar na minha vida.







Eu esqueci de postar ontem, sorry kkk
Uma nova etapa na vida da moça, né? 😊

Será que ela vai comer o pão que o diabo amassou ou vai ser de boa?

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𝐈 𝐖𝐈𝐋𝐋 𝐍𝐎𝐓 𝐋𝐎𝐒𝐄 𝐘𝐎𝐔 - 𝐁𝐮𝐠𝐡𝐞𝐚𝐝 Onde histórias criam vida. Descubra agora