Capítulo 53

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Betty

Eu cheguei no hospital e fui diretamente até onde Sweet Pea estava, ele ficou de pé vindo até mim e em um impulso, o envolvi com um abraço apertado onde demonstrei todo o meu alívio pela notícia que Jughead finalmente está acordado.

Ele me apertou demostrando o mesmo.

  - Onde está o médico? - Pergunto desfazendo o abraço.

  - Eu não sei exatamente, mas por algum motivo ele quis esperar você chegar para ver o Jughead.

  - Como assim? Você ainda não o viu? Você é o irmão dele, Pea.

  - Eu sei, mas ele só conversou comigo e disse que te esperaria chegar para fazer o mesmo com você.

  - O que ele te falou?

Antes que Sweet Pea pudesse me responder alguém limpa a garganta atrás dele, o que nos faz dar total atenção a ele, o médico.

  - Betty. - Ele diz em cumprimento. - Que bom que você chegou, podemos ir até minha sala?

  - Ah, claro. - Digo indo para seu lado.

  - Sweet Pea você também pode vir, por favor.

  - Claro. Meu pai está vindo, mas ele espera aqui quando chegar.

Ele diz e nós seguimos o médico.
Na sala dele, ele nos pede para sentar nas poltronas a sua frente e assim fazemos. A sala é, obviamente, branca e com os únicos detalhes de cor vindo de porta retratos na mesa, quadros nas paredes e nas poltronas de cor verde lodo.

Ben pega uma pasta transparente e retira dela alguns papéis e começa ler enquanto eu e Sweet Pea trocamos olhares preocupados e cheio de agonia pela espera.

  - Bom, você já deve saber que eu estava a sua espera para uma conversa, não é?

  - Sim, Doutor. Mas eu não entendi porque não falou com Sweet Pea, tem alguma coisa errada?

  - O Jughead acordou e nós já fizemos novos exames e pelos resultados ele está bem...

  - Tem um mas, não tem?

  - Tem sim. Como vocês sabem, nós estávamos preocupados com o fato do Jughead ter permanecido desacordado mesmo depois de tanto tempo após o acidente, e estamos quase chegando a conclusão de que pode não ter sido por causa dos medicamentos. - Ele dá uma pausa. - Nós queríamos falar com você primeiramente porque o Jughead pode ter sofrido uma amnésia anterógrada.

  - amnésia anterógrada? Mas você falou que não houve lesões e isso significa que também não houve traumas, não é? - Sweet Pea pergunta.

  - Sweet Pea, nós...

  - O que é uma amnésia anterógrada, exatamente? - Pergunto confusa.

  - É quando o paciente não consegue se lembrar de novas informações, como coisas que aconteceram recentemente.

  - Tipo, dias, semanas ou... meses atrás?

  - Exatamente.

  - Isso significa que... Ele pode não lembrar de mim ou da Louise? Ele não irá lembrar da própria filha, é isso?

  - Não foi o que falei. Eu disse que possívelmente pode ter ocorrido isso, e caso sim, isso explique o porquê dele ter ficado desacordado.

  - Você só está me deixando ainda mais confusa, Doutor. - Digo ficando de pé.

  - Betty, calma. Vamos ouvi-lo, tá bem? Isso pode acontecer, mas nós não falamos com o Jughead ainda para ter essa certeza.

  - O que levou você a pensar que ele pode ter sofrido essa tal amnésia já que falou que não teve nenhuma lesão?

  - Nós o levamos até a sala de exames e durante esse processo, ele não falou nada além do necessário, como falar que sentia nossos toques em seus pés e pernas e se sentia alguma dor em certas regiões do corpo.

  - Ai meu Deus...

  - Betty, calma. - Sweet Pea tenta se aproximar, mas eu me afasto

  - Não, Pea. Você não entende? Ele não perguntou por nenhum de nós, não perguntou pela filha, não perguntou se tinha alguém aqui fora esperando por ele. - Digo já deixando lágrimas escorrerem por minhas bochechas. - Ele não lembra de mim.

  - Betty... - O médico me chama, mas não lhe dou uma resposta. - Betty, ele pode está apenas anestesiado e sobre o efeito dos remédios ainda, o acidente foi sim grave e com certeza o deixou todo dolorido, ele tem tomado bastante medicamento para evitar essas dores.

  - Você primeiro dá a facada e depois vem com o curativo. Será que da pra você parar com isso?

  - Sinto muito, mas eu preciso falar todas as possibilidades, seja ela boa ou ruim. - Ele fica de pé e inspira fundo soltando o ar pela boca. - Eu irei te levar até o quarto dele agora. Você ficará com ele a sós e poderá conversar e veremos o que realmente estar acontecendo com ele. Tudo bem?

  - Tá, tudo bem.

Nós saímos da sala e ao passar pela porta todo meu corpo se pôs a tremer se forma descontrolada. Milhões de pensamentos me invadem e eu não sei por quanto tempo mais vou suportar tudo isso.

Caminhando até o então quarto de Jughead, o médico fala algumas coisas ao meu lado, mas eu estou nervosa demais para ouvir se quer uma palavra.

Eu paro de andar ao sentir sua mão fria tocar meu antebraço, finalmente tranquilizando minha respiração subo meu olhar de encontro ao de Ben. Ele está apreensivo assim como.
Só agora eu consigo notar o médico que tem me tirado e jogado de volta no mar de horrores com suas possibilidades.

Ele é uma homem alto e loiro, seu cabelo é bem cortado e sua barbara é perfeitamente alinhada com o seu rosto. Seus olhos verdes brilham diante da luz branca acima de nós e seu corpo aparentemente é largo e definido, mas isso eu não saberei por causa do jaleco largo sobre sua roupa branca.

  - Vai ficar tudo bem. Ele é um cara forte e tem sorte de ter você aqui com ele. - Ele fala e eu me seguro para não deixar que lágrimas escorram.

  - Obrigada. E me desculpa por ser mal educada algumas vezes, eu estou completamente fora de mim

  - Não se preocupe com isso, eu entendo você. Agora entre lá e tire nossas dúvidas.

Eu assinto e vou de encontro a porta do quarto. Com a mão na maçaneta, respeito fundo deixando que o medo e os pensamentos negativos fiquem para trás. Ao entrar, tenho primeiramente a visão vaga do comodo com apenas duas poltronas e quadros minúsculos decorando a parede. Quando estou totalmente dentro do quarto, vejo Jughead deitado na cama olhando para um ponto fixo, ele ainda não me notou.

Em passos lentos, me aproximo dele e logo já estou ao seu lado. Quando nossos olhos se encontram sinto meu coração acelerar e lágrimas teimosas descerem. Percebo no canto de seus boca um meio sorriso se formar e isso me enche de esperanças.

  - Oi Jughead. - Digo mais perto. - Como você se sente?

  - Bem. - Ele diz com a voz mais rouca que o normal. - Eu só estou sentindo muita dor, será que você não pode me trazer um rendido para aliviar isso, enfermeira?

Enfermeira?

Ele me chamou de infermeira?

Tentada a não cair, eu me apoio no colchão pouco macio da cama sentindo todo meu corpo adormecer.

Ele não me conheceu?

Ele não faz ideia de quem sou?

Ele não vai lembra que tem uma filha?

Não.








Xi, será que deu ruim mesmo?
Enfermeira? Ai ai
😔

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𝐈 𝐖𝐈𝐋𝐋 𝐍𝐎𝐓 𝐋𝐎𝐒𝐄 𝐘𝐎𝐔 - 𝐁𝐮𝐠𝐡𝐞𝐚𝐝 Onde histórias criam vida. Descubra agora