Capítulo 18

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Betty

  - Como eu que é? - Pergunto incrédula.

  - É isso mesmo que você ouviu, não vou deixar você levá-la para longe outra vez. - Ele disse segurando a mão de Louise.

  - Você não tem esse direito, mãe. Louise é minha filha e eu escolho o que é melhor pra ela. - Vou até ela, mas minha mãe me impede de pegar minha filha. - Mas que porra é essa? - Esbravejei.

  - Mamãe… - Louise diz assustada.

  - Filha, vai para o quarto, agora.

  - Mas…

  - Faz o que eu estou mandando, Louise.

Ela saiu subindo a escada cuidadosamente.

  - Ok mãe, obviamente você está passando de todos os limites. - Respiro fundo. - Você não pode decidir o que eu devo ou não fazer da minha vida. Eu não sou mais uma criança.

  - Então não aja como tal. - Ela diz indiferente.

  - De que merda você está falando?

  - Você sumiu no mundo grávida, agindo imaturamente como se soubesse de tudo, mas na verdade você não sabia de porra nenhuma, Elisabeth. - Ela desabafa. - Você mentiu para seus próprios pais e agora quer repetir tudo dando as costas mais uma vez.

  - Eu não estou dando as costas para ninguém, mãe. Pelo amor de Deus, para com isso.

  - Não pode cuidar dela sozinha, Elisabeth.

  - E o que você acha que eu fiz por todos esses anos? Acha que eu deixei ela largada por aí? Não mãe, eu cuidei, eduquei e amei ela, protegi ela como se fosse a minha vida, e na verdade ela é a minha vida. - Falo já bastante alterada.

Respirei fundo outra vez, já cansada de toda essa situação com minha mãe.

  - Eu não estou indo embora, eu só quero ter uma lugar pra mim e ela como tinha até alguns dias atrás. É a minha vida, mãe.

  - Que seja, só precisa saber que não vai contar comigo para nada. - Ela disse me dando as costas e saindo.

  - Mãe...

  - Deixa ela filha. - Meu pai fala finalmente.

  - E você não fala nada, né?

  - Desculpa, querida. Não quero ter mais motivos para sua mãe brigar comigo.

  - Tudo bem. Agora mais do que nunca preciso de um lugar, não vou deixar ela interferir na criação da minha própria filha.

Eu achei mesmo que minha mãe poderia mudar seu temperamento com o tempo, mas não, ela só piora a cada dia.

Ela passou de todos os seus limites, agiu de forma desnecessária me ignorando por dias, proibia minha filha de ver seus desenhos por dizer que iriam interferir no aprendizado e que são de má influência. Eu vejo os desenhos com ela o tempo todo, não vejo nada que seja de má influência para Louise.

Subo até o meu quarto e quando abro a porta, Louise está folheando um livro de histórias infantis. Ela me olha, lança um sorrisinho e volta a atenção para as folhas decoradas.

Deito na cama e fico encarando o teto por um longo tempo, pensando no quanto eu necessito de uma casa, não estou mais afim de aturar os surtos de Alice Cooper.

Meu celular chegou uma notificação me livrando dos meus pensamentos, é Sweet Pea.

"Oi nanica. Topa sair hoje a noite e rever alguns amigos?"

𝐈 𝐖𝐈𝐋𝐋 𝐍𝐎𝐓 𝐋𝐎𝐒𝐄 𝐘𝐎𝐔 - 𝐁𝐮𝐠𝐡𝐞𝐚𝐝 Onde histórias criam vida. Descubra agora