Capítulo 25

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Jughead

  - Você só pode estar de brincadeira, Jughead. - meu pai fala irritado. - Você não pode simplesmente tirar a menina dela.

  - Pai, ela é minha filha também. E aliás, tenho muito ao meu favor, as mentiras, o fato da Betty ter fugido com a criança e…

  - Você está se ouvindo? Ela não fugiu, mas não nesse sentido. Ela era uma adolescente, assim como você e estava confusa. - Ele fica de pé. - Me fala, como você reagiria se visse ela beijando o ex? Fala.

  - Esse não é o caso aqui, tá legal?

  - Não, não está nada legal porque você está agindo pela sua raiva. Meu filho, você passou anos tentanto se resolver com aquela mulher e agora que pode fazer isso, vai jogar tudo aos ares?

  - Isso foi antes dela mentir para mim. - Eu fico de pé recolhendo minhas coisas. - Eu preciso ir agora.

  - Onde você vai?

  - Eu preciso de alguém que me ajude a ter minha filha. E antes que você venha dizer que é loucura, eu me refiro a uma guarda compartilhada, tá legal? Não acha que eu mereço isso?

  - Pelo amor de Deus, para com isso. A menina nem sabe que você existe, tem noção de como ela vai ficar ao lado de um estranho e não ao lado da única pessoa que ela teve contato a vida toda? - Ele diz frustrado.

Talvez eu esteja mesmo agindo pelo calor do momento e raiva da situação, mas eu mereço fazer parte da vida da menina, menina essa que também é minha filha.

Entendo que Betty teve motivos para ir embora daquela forma, mas ela deveria sim ter falado comigo mesmo diante da situação, apesar de jovens, nós daríamos um jeito em tudo.

Saio da casa do meu pai, entro no meu carro e dirijo sem rumo, sim, isso mesmo, sem rumo. A verdade é que eu não faço ideia do que fazer, não sei como eu posso estar pensando em ter uma filha sendo que eu não estou sabendo lidar nem comigo mesmo nesse momento.

Agora com a cabeça mais fria, percebo que posso ter agido de maneira extremamente grosseira com Betty, eu poderia ter conversado mais e não sair feito um louco e dizendo que vou tirar a menina dela. Se eu me lembro bem de como ela é frágil, nesse momento ela deve estar péssima, e mais uma vez, por minha causa.

Mas porque eu estou me culpando?

Foi ela quem mentiu, não tenho porque estar com pena de como ela vai ficar por querer os meus direitos como pai.

Parado de frente ao pop's, lugar esse que até parece ter um ímã para que as pessoas possa entrar nele e pensar sobre os problemas. Desço do carro e entro no estabelecimento. Sigo até uma mesa vazia e me sento, logo uma das garçonetes vem até mim, com um sorriso branquinho de dar inveja em qualquer um, um decote nada adequado para seu cargo e um olhar marcante e penetrante.

Ela é bonita, não posso negar, mas ela está me olhando de uma forma provocativa e tudo que eu quero é a merda de um café.

  - Um café sem açúcar por favor. - Digo desviando o meu olhar.

  - Nada para acompanhar? Um nuggets ou…

  - Não… - a interrompo. - Só o café, obrigado. - Ela sai nada satisfeita com a minha cortada.

A minha frente mais um olhar marcante me encara. Um sobrancelha altamente arqueada e um sorriso de quem acabou de ver a melhor cena do dia.

Aqui está ela, Veronica Lodge.

  - Algum problema? - Pergunto.

  - Tirando o fato de que você e aquela garçonete estavam flertando… não, nenhum problema. - Ela fala debochada.

𝐈 𝐖𝐈𝐋𝐋 𝐍𝐎𝐓 𝐋𝐎𝐒𝐄 𝐘𝐎𝐔 - 𝐁𝐮𝐠𝐡𝐞𝐚𝐝 Onde histórias criam vida. Descubra agora