72 - If I Could Fly
If I could fly
I'd be coming right back home to you
I think I might give up everything
Just ask me to
O ciclo da vida é um fenômeno extremamente interessante de ser observado, em todas as espécies.
Ainda que houvesse humanos um tanto... Diferentes, como os bruxos, ainda assim, tinham coisas das quais não havia escapatória.
A morte sempre foi uma delas.
Não importa como tente driblar, fugir, correr ou desviar.
É um ponto de passagem para todos os seres.
É onde tudo deixa de importar? É descanso eterno? Reencarnação? O fim completo e absoluto? A aventura seguinte?
Não há resposta concreta e consensual, nem mesmo entre os estudiosos.
A morte é tudo, e ao mesmo tempo, é nada.
Como uma escada longa, curta ou cheia de voltas, que invariavelmente irá te levar ao mesmo caminho, não importa se decida pegar atalhos ou prolongar sua jornada.
Harry nunca temeu a morte, isso é um fato.
Sempre pensou nela como algo definitivo sobre a vida. A respeitava, como parte de um ciclo. A entendia, como verdade absoluta.
Mas não tinha medo.
Muitas vezes, se viu diante dela, e não a temeu. Quando era um bebê, e não entendia nada além do fato de que seus pais partirem para todo o sempre. Quando era uma criança de, não nove, e sim dez anos completos, e se deixou levar.
No momento em que estendeu a mão para o poderoso e temível Lord Voldemort, Harry sabia que poderia morrer.
Mas ele não tinha medo. Não da morte.
Ele tinha medo de uma porção de outras coisas. Aranhas. Bichos muito grandes. Cobras. Altura. Bichos pequenos. Sombras assustadoras que apareciam quando ele não esperava. Filmes trouxas com monstros. Escuro. Histórias bruxas com monstros (todas elas, menos as que tivessem lobisomens. Estes, para Harry, eram excepcionalmente bonzinhos)
E, acima de tudo...
Harry tinha muito medo de ficar sozinho.
Foi por isso que ele não aguentou, ao ser deixado na sala de Dumbledore.
Sozinho, esperando Draco aparecer para que fugissem.
Não queria fugir. Queria ficar. Queria lutar. Como todos os outros. Era muito poderoso, e poderia ajudar. Ainda que não pudesse lutar contra Voldemort, ele ainda lutaria para derrubar comensais. Poderia fazer alguma coisa.
Quando a voz, aquela voz muito conhecia por si, entoou por todo o castelo pedindo para se entregar, Harry sabia.
Sim, ele tinha certeza que Voldemort iria vencer aquela luta.
Mas tudo isso deixou de importar, para seu horror, no momento em que ele disse estar em posse de algo seu.
Ele tinha muitas coisas. Tinha amigos, tinha família, pertences, tinha inteligência.
Mas havia uma coisa, acima de todas as outras, que era sua, e apenas sua.
Moony e Sirius eram sua família. Mas, acima de tudo, eram um do outro.
Eles não eram uma coisa sua, como Draco.
Era um tipo diferente de posse, de seu.
Apenas pode respirar fundo, e caminhar em direção à floresta, para buscar a única coisa do mundo que lhe pertencia mais do que todas as outras.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Eroda || DRARRY
Fanfiction"E ele nasceu como sua ruína e salvação [...] Porque o eleito será a força que alimenta sua vitória, e a magia que culminará em sua derrota"