Eroda || DRARRY

Always You

Draco Pov

Por mais que eu houvesse passado o dia inteiro preocupado sobre como seria ter Harry na minha casa, por incrível que pareça tudo foi perfeitamente tranquilo.

Eu mostrei a casa para o garoto, gostando de como ele parecia achar o lugar legal, soltando comentários aleatórios onde deduzia alguns traços da minha personalidade baseando-se na decoração quase inexistente.

Não podia negar. O garoto realmente era bom em perceber essas pequenas coisas. Havia comentado algo sobre meu desapego com os ambientes ao meu redor, a vontade de me tornar invisível, apenas de observar o lugar inteiro.

Era a coisa mais crua que existia, porque eu verdadeiramente nunca levava pessoas até ali.

Uma casa bem equipada, com tudo o que eu poderia vir a precisar, mas um ambiente muito simples e limpo.

Sem tralhas luxuosas ou qualquer porcaria do tipo.

Tinha um conceito mais aconchegante, com pisos de madeira, e a parte esquerda do térreo tinha paredes quase inteiras de vidro, dando passagem e vista para o jardim.

Era um refúgio, onde eu me escondia... sem vontade de me esconder.

Com exceção de uma boa biblioteca, as únicas coisas que pareciam não se encaixar com a simplicidade do local eram aqueles aparelhos trouxas que eu havia comprado horas mais cedo, para ver filmes com Harry.

Como eu pensei em todo o tipo de imprevisto que fosse precisar, havia comprado comida para nós dois, frutas para Harry, e algumas porcarias aleatórias que sabia que ele gostava de comer, porque sempre via jogadas pela casa dos Black's.

Ele se empolgou bastante com o tamanho da TV, e não demorou para separar um filme entre as opções que Ronald havia me dito para comprar, e com uma facilidade enorme eu e Harry estávamos jogados no sofá assistindo.

Harry havia preferido comer as frutas, como sempre, e eu me mantive alimentando meus terríveis hábitos de saúde, comendo um dos salgadinhos de sabor artificial que comprei.

E naquele clima ameno, Harry havia se embolado todo em um dos sofás, e eu me permiti sentar no outro, tentando prestar atenção no filme que ele havia escolhido.

Harry me explicou por auto se tratar de um super herói, contando uma coisa ou outra para que eu compreendesse, e realmente após alguns minutos de filme, o tal Cavalheiro das Trevas havia conseguido prender minha atenção.

Não sabia o que pensar, mas eu realmente consegui me identificar em uma ou outra parte das atitudes nada saudáveis daquele homem de negro.

É claro que eu estava super consciente de cada mínimo movimento de Harry, e isso dividia totalmente minha atenção entre o filme e ele.

Não sabia explicar se era por ele estar muito charmoso com aquele moletom rosa que havia colocado para ficar quente, embora eu também houvesse regulado a temperatura do ambiente, afinal fazia frio.

Ele sempre se movia em partes tensas no filme, quando se sentia aflito, e em cenas de luta.

Era bom de assistir, porque em qualquer ato violento demais ele apertava os olhos, e torcia o nariz, e mesmo estando um pouco afastado dele, eu não conseguia deixar de observar essas pequenas coisas sobre o garoto.

Eu ainda estava totalmente mexido após ganhar o porta retratos de Harry, porque não imaginava que ele realmente pensava tanto sobre mim a ponto de supor que eu tinha um lado da minha vida que não gostava que as pessoas estivessem presentes.

É claro que Sirius e Remus contaram por auto para ele que eu fui um agente duplo, e Black se esforçou um pouco para tentar envenenar a cabeça de Harry sobre Dumbledore, dizendo por auto o que ele tinha feito comigo.