Draco Pov
Pela primeira vez na minha vida, eu percebi que aquela fábula que você vê nos filmes sobre ter uma amizade verdadeira tornar as coisas mais fáceis, era verdadeira.
Quando bati na porta de Ronald, pouco conseguindo dizer sobre o que aconteceu, ele não fez perguntas ao me colocar para dentro e me acolher.
Apenas ficou esperando até que eu finalmente dissesse o que tinha acontecido, e me perguntou como eu queria lidar com aquilo.
'Vamos jogar um tijolo na janela dele, ou ficar bêbados e ver filmes na TV?'
Eu gostava da simplicidade dele, que me fez rir ao aceitar apenas beber.
É claro que não vimos filmes.
Passamos horas conversando, movidos pela embriaguez, sobre o que tinha acontecido.
Sobre a decisão de Harry de terminar comigo.
Só quando estava com Ronald, foi que eu entendi que aquele aperto que estava sentindo no coração não era fruto da dor do término.
E sim por entender o que levou Harry a fazer aquilo.
Ele estaria por muito tempo fora de casa, conheceria um novo mundo. Novas pessoas, faria amizades, aprenderia coisas. Era isso o que ele queria, e eu estava feliz por ele.
Mas não pude deixar de perceber que também me sentia assustado com a possibilidade de deixar de ser importante em sua vida.
Com a possibilidade dele conhecer algum cara menos problemático na escola, que tivesse uma idade mais próxima, e que fosse mais divertido, e menos amargo.
Não era como se diminuísse o que ele sentia por mim.
Eu só... sabia. Sabia que coisas assim aconteciam o tempo todo.
Não conseguíamos controlar nosso coração, e da mesma forma que ele se apaixonou por mim, poderia se apaixonar novamente por outro.
Poderia perceber que apenas se apegou a mim porque eu havia sido a primeira pessoa a interagir com ele, depois de anos sozinho em Eroda.
Aquele aperto que eu sentia... Era medo.
Medo de perceber que Harry tinha motivos ao terminar nosso namoro para estudar, e que eu não tinha direito de exigir que ele não fizesse isso.
De qualquer forma, ficar bêbado e dormir no sofá de Ronald pareceu me ajudar.
Não era como cair em auto depreciação e me destruir internamente.
Era infinitamente mais fácil lidar com os problemas dessa maneira.
- Remus? - Questionei ao chegar no trabalho, e ver ele parado no saguão de espera, andando de um lado para o outro.
- Draco! Graças a Merlin você está bem! - Suspirou de alívio ao me ver, e eu apenas o olhei sem entender, indicando que me seguisse par minha sala, sem querer atrair olhares indesejados.
- Te vejo depois - Murmurei para Ron, que assentiu ao seguir o caminho para a própria mesa.
Assim que entrei com Remus na minha sala, e fechei a porta, ele me abraçou de uma forma totalmente espontânea, que me deixou confuso.
- Eu fiquei tão preocupado! Fui até seu apartamento hoje cedo e você não estava lá!
- Eu dormi na casa do Ronald - Expliquei, coçando a cabeça, vendo ele se afastar um passo para me olhar, sério.
- Como você está? Parecia tão chateado ontem, e...
- Eu não tenho certeza. É estranho - Admiti, com sinceridade - Não consigo acreditar que é real. Quero dizer... não me sinto como ex namorado de Harry - Confessei, porque ainda não havia assimilado aquilo, e ele suspirou.
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Eroda || DRARRY
Fanfiction"E ele nasceu como sua ruína e salvação [...] Porque o eleito será a força que alimenta sua vitória, e a magia que culminará em sua derrota"