Eroda || DRARRY

Over Again

Boa leitura rs

76 — Over Again

Draco POV

Eu não sei dizer por quanto tempo fiquei andando por eroda, sem rumo ou senso de direção, tropeçando e caindo, enquanto chorava ao ter tantas lembranças novas da minha mãe.

Ver ela interagindo com Harry, cuidando dele ao descobrir que o garoto estava preso na mansão dos Malfoys...

Minhas pernas cederam, e eu fui ao chão, caindo sobre a grama e os galhos, sem se quer sentir o impacto, enquanto ouvia o som dos trovões no céu.

Isso só fazia aquela sensação de pânico aumentar, e eu me vi desabotoando parte da minha camisa, para desaparecer com a falta de ar.

Respirava ruidosamente, sentindo minhas mãos tremendo, e as pousei na terra para me agarrar em algo, mas o som de outro trovão tornou a me deixar sem respirar.

A imagem da minha mãe se repassava em looping na minha mente, dizendo a Harry que iria levar ele. Que iria nos levar.

Se eu houvesse feito alguma coisa... qualquer coisa. Se tivesse lutado por minha mãe, se fosse um garoto mais confiável a ponto dela ter me contado sobre Harry...

Talvez não conseguisse salvá-la, mas talvez eu conseguisse salvar ele.

Talvez.

Talvez.

Eu não conseguia nem entender meus próprios sentimentos.

Olhei para cima, vendo as árvores tampando parcialmente a visão do céu, e fechei os olhos, me concentrando, tentando me acalmar.

Havia muitos sentimentos negativos aflorando por meu corpo, e foi horrível perceber como tinham partes da minha vida que nunca fizeram sentido.

Eu sabia o quanto meu pai e Voldemort estavam irritados com a minha mãe, mas ninguém jamais me disse que ela tentou salvar Harry. Que ele esteve em nossa casa.

Se, naquela época, eu fosse um pouco mais obstinado e teimoso, talvez tivesse me aventurado a ir para o porão da casa ver o que tinha.

Eu só fiz isso depois de conhecer Dumbledore, porque ele me tornou um garoto muito curioso.

Eu poderia ter descoberto Harry.

Poderia ter distraído meu pai para que minha mãe o salvasse.

Eu poderia ter ajudado de verdade, ter poupado toda a dor de todos eles.

Perceber que eu poderia fazer isso doía quase tanto a certeza de que eu não deveria me culpar por algo que estava fora de meu controle.

Era terrível ter todos esses sentimentos tão dolorosos.

Puxei o ar com força, voltando a sentir como se houvesse pouco oxigênio ao meu redor, e foi quase automático levar a mão até meu peito. Era automático tentar me agarrar ao medalhão quando me sentia assustado, porque ele era a força da minha maior memória.

O dia em que me senti vivo de novo.

Mas o medalhão não estava mais ali.

A memória havia sido totalmente arruinada por Harry.

Ao mesmo tempo, havia um sentimento me mostrando o quanto era aterrorizante saber que minha mãe na realidade havia morrido por Harry. Não por mim.

Eu me culpei por tanto tempo, por algo que não era minha culpa. E agora havia descoberto que não era MESMO minha culpa.

Era de...

Neguei com a cabeça, sabendo que não estava certo.

Não era culpa dele. Era de Voldemort.