Walls

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O dia é dos psicólogos, mas quem ganha presente são os meus leitores!

Boa leitura!

78 — Walls

But these high walls, they came up short

Now I stand taller than them all

These high walls never broke my soul

And I, I watched them all come fallin' down

I watched them all come fallin' down for you, for you

Draco POV

Eu jamais havia imaginado quais os rumos que minha vida poderia tomar, quando decidi que iria resgatar o garoto Potter perdido.

Naquela época, parte de mim queria fazer um favor para Sirius. Um grande amigo que havia me acolhido e salvado minha vida.

A outra parte, sempre acreditou que talvez resgatar Harry fosse uma forma de me redimir.

De fazer a marca negra no meu braço não ser tão evidente, das minhas escolhas e caminhos não serem tão danosos.

Muitas pessoas ao meu redor culpavam Dumbledore por diversas coisas na minha vida, e pela maioria das consequências que eu tive que assumir, ainda tão novo.

E por anos, eu fui cego a isso.

Nunca consegui pensar nele como culpado.

Sabia, é claro, que ele tendia a tomar decisões que não consideravam os sentimentos e experiências das pessoas.

Mas estávamos em guerra.

E isso era a guerra. Ferir ou ser ferido.

E quando eu procurei Dumbledore, sabia perfeitamente dessas coisas. Havia sido obrigado a assistir minha mãe ser morta diante dos meus olhos. Havia sido obrigado a enterrá-la, a cavar sua cova com minhas mãos.

Obviamente, eu não esperava grandes coisas da humanidade após isso, e talvez essa minha profunda decepção com as pessoas de maneira geral houvesse me deixado anestesiado sobre tudo ao meu redor.

As pessoas costumavam me considerar algo de Dumbledore. Seu peão, sua jogada, sua estratégia.

Eu nunca pensei ou se quer considerei o assunto.

Apenas fazia o que ele ditava, e foi assim que ganhamos muitas coisas.

Porque eu era um bom soldado. Havia sido treinado por ele. Havia me tornado um estrategista, alguém com inteligência, meios e métodos.

Mas então eu conheci os Blacks.

E era diferente viver com eles.

Se importavam muito com os sentimentos dos outros, e queriam sempre cuidar e garantir que eu estivesse bem.

Eu os considerava extremamente bizarros por isso.

Então, quando encontrei Harry, ele me fez sentir tudo o que eu vinha reprimindo. Me fez sentir importante, amado e querido. Me fez querer rir, e chorar, e viver.

Me apaixonar por Harry havia aberto meus olhos, e com ele ao meu lado, eu finalmente percorri o dolorido caminho até mim mesmo.

Aquela longa trilha que sempre ignorei, de reviver minhas lembranças e senti-las. Lembrar de verdade das consequências e emoções por trás daquele garoto solitário.

Descobri todas as culpas que sentia, todas as dores, todas as mágoas e rancores.

Mas jamais me apeguei a qualquer sentimento negativo. Descobrir que guardava mágoa de Dumbledore, por tudo o que me fez passar, não foi algo que eu retive.

Eroda || DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora